O Grande Prêmio da Austrália premiou aqueles que ficaram acordados para acompanhar a corrida na madrugada deste domingo (24/3). De volta à pista duas semanas após passar por uma cirurgia para remover o apêndice, Carlos Sainz aproveitou o problema no carro de Max Verstappen e coroou o retorno com vitória na terceira etapa da temporada, no circuito de rua de Albert Park, em Melbourne. O espanhol cruzou a linha de chegada com safety car virtual na pista, seguido pelo companheiro de Ferrari Charles Leclerc e Lando Norris, da McLaren.
Vindo de dois triunfos seguidos para começar 2024, Verstappen largou em primeiro e foi ultrapassado por Sainz ainda na segunda volta. A situação do holandês foi de mal a pior no quarto giro, quando começou a ficar lento, viu o freio traseiro direito começar a pegar fogo e precisou retirar o carro da pista. Foi a primeira vez desde o GP da Austrália de 2022 que o tricampeão não terminou uma prova.
De aviso prévio por saber que será substituído por Lewis Hamilton em 2025, Sainz não desperdiçou a oportunidade e conquistou a terceira vitória da carreira, somando com o primeiro lugar em Singapura (2023) e Inglaterra (2022). O resultado fez o espanhol subir para quarto lugar no campeonato de pilotos, com 40 pontos, atrás de Verstappen (51), Leclerc (47) e Sérgio Perez (46), apesar de ter disputado uma prova a menos.
"Foi uma corrida realmente muito boa, eu me senti muito bem lá na pista. Fisicamente não foi a mais fácil, mas eu tive sorte de já estar voltando aos trilhos e poder gerenciar meu ritmo. Estou muito feliz pela equipe, isso mostra que o trabalho duro é recompensado. Desde o começo do ano, o pódio no Bahrein, a apendicite, foi uma montanha russa, mas eu estou extremamente feliz. E recomendo a todos os pilotos que tirem (o apêndice) no próximo inverno”, disse Sainz após a corrida.
Quem também teve motivos para comemorar foram McLaren e Haas. O time britânico teve o primeiro pódio do ano, com Lando Norris em terceiro, e Oscar Piastri logo atrás, em quarto. Mais atrás, a equipe estadunidense colocou Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen na zona de pontuação, em nono e décimo, respectivamente. Os outros que terminaram nos pontos foram Sergio Perez (5º), Fernando Alonso (6º), Lance Stroll (7º) e Yuki Tsunoda (8º).
Já quem saiu da Austrália sem notícias boas foi a Mercedes. Primeiro, Hamilton teve um problema de motor e precisou desistir no começo da disputa. Depois, George Russell perdeu o controle do carro na última volta e não completou a corrida após ficar capotado no meio da pista. Um fato curioso é que todas as vezes em que Sainz venceu uma prova, Russell não terminou. Isso aconteceu também em Singapura (2023) e na Inglaterra (2022).
A Fórmula 1 terá uma semana de descanso para a Páscoa e depois faz as malas rumo ao Japão, para a quarta etapa da temporada. A prova no Circuito de Suzuka será em 7 de abril, às 2h da manhã, com transmissão da Band, BandSports e F1 TV.
Como foi a prova
Depois de render momentos caóticos com relargadas em 2023, o GP da Austrália começou sem problemas quando as luzes apagaram. Verstappen seguiu em primeiro, mas Sainz pôde abrir a asa traseira (DRS) na segunda ponta e ultrapassou o holandês para assumir a liderança. Pouco depois, o problema no freio traseiro direito fez o tricampeão despencar no pelotão e precisar direcionar o carro com a roda em chamas na direção dos boxes para desistir da corrida.
Enquanto isso, Sainz abriu vantagem para Lando Norris e não foi pressionado na dianteira. Mais atrás no grid, Hamilton foi outro a ter problema no carro e também precisou abandonar, mas conseguiu levar o W15 até uma agulha e evitou a entrada do carro de segurança. Ainda assim, o safety car atual foi acionado e quem se aproveitou foi Leclerc, que conseguiu completar o undercut (parar primeiro e ultrapassar quando o rival vai para os boxes) para ficar em segundo, e Alonso, que subiu para quinto.
Em terceiro, um dos pilotos da casa, Oscar Piastri, foi orientado pela McLaren a inverter de posição com Norris na metade da prova e deixou desenhado o posicionamento final dos pilotos. As mudanças ficaram pelo meio do grid, principalmente na segunda bateria de pit stops, com Haas e Williams brigando por um lugar na zona de pontuação e uma disputa à parte entre Perez, Alonso e Russell.
A emoção foi voltar apenas na última volta, quando o jovem britânico da Mercedes perdeu o controle na curva 6 e terminou com capotado no meio da pista. Os fiscais de prova ativaram o safety car virtual e a corrida terminou com bandeira amarela, dobradinha da Ferrari e Carlos Sainz vencedor.
Classificação final
1. C. Sainz
2. C. Leclerc (+ 2.366s)
3. L. Norris (+ 5.904s)
4. O. Piastri (+ 35.770s)
5. S. Perez (+ 56.309s)
6. F. Alonso (+ 63.894s)
7. L. Stroll (+ 84.818s)
8. Y. Tsunoda (+ 92.922s)
9. N. Hulkenberg (+ 106.684s)
10. K. Magnussen (+ 1 volta)
11. A. Albon (+ 1 volta)
12. D. Ricciardo (+ 1 volta)
13. P. Gasly (+ 1 volta)
14. V. Bottas (+ 1 volta)
15. G. Zhou (+ 1 volta)
16. E. Ocon (+ 1 volta)
17. G. Russell - não completou
18. L. Hamilton - não completou
19. M. Verstappen - não completou
Logan Sargeant não participou da prova
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima