Na bola e na bala

As vidas perdidas na barbárie e no fanatismo das torcidas organizadas do DF

Na segunda reportagem da série, os testemunhos ao Correio de quem viu a brutalidade entre as bandas podres de torcidas organizadas dos dois clubes mais populares da capital ceifar parentes

Filiar-se a uma torcida organizada é aceitar e viver uma série de regras, rituais e comportamentos. Submeter-se, muitas vezes, a atitudes consideradas execráveis e vedadas perante a lei. A Torcida Facção Brasiliense e a Ira Jovem Gama travam uma guerra e reproduzem, há quase 20 anos, ações violentas. A ficha corrida inclui roubos, furtos, tráfico, porte ilegal de armas e, em casos extremos, mortes. Os atos dentro, nos arredores e longe dos estádios levaram as autoridades a proibirem a presença dos integrantes em uma mesma partida desde 26 de janeiro de 2022. À época, o jogo foi interrompido devido a uma confusão generalizada no Mané Garrincha. O jogo foi suspenso e as duas torcidas, retiradas. O duelo recomeçou totalmente sem plateia na vitória alviverde por 3 x 2.

Na segunda reportagem da série Na bola e na bala, iniciada na sexta-feira passada, o Correio Braziliense revela detalhes das ocorrências policiais envolvendo membros das uniformizadas e os relatos de parentes de ex-integrantes vítimas da rivalidade. Os "mascarados" vestem a camisa da torcida e alastram terror ao se depararem com os rivais.

O conflito entre as torcidas não estereotipa os grupos. As organizadas são compostas, na maioria, por torcedores apaixonados pelos respectivos clubes, dispostos a entrar no embalo dos cânticos para dar força aos jogadores em campo e sentirem-se como um dos responsáveis pelo resultado. São pais de família, crianças, adolescentes, meninos e meninas engajados em ações sociais com frequência, seja na doação de agasalhos, cestas básicas, brinquedos ou roupas. Em ações filantrópicas que também reputam uma torcida, porém não ocultam o submundo encabeçado pela fatia disfarçada de bons moços, uma minoria.

Ligação mortal

Era manhã de 26 de março de 2015, quando Christina Reis, 31 anos, despertou com várias chamadas perdidas no telefone e dezenas de mensagens de afago e lamentação sobre a morte do então namorado, Diego Henrique Vicente Silva, 19. Sem entender, ela descobriu da pior forma: o companheiro havia sido assassinado na noite anterior, em 25 de março. Por cinco anos, Diego dedicou-se à torcida Facção Brasiliense. O jovem morreu defendendo a camisa da organizada.

Na noite do crime, por volta das 21h, Diego estava em mais um dia de aula, no Centro Educacional 6 de Taguatinga Norte, onde cursava o 6º ano do Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Na sala, ele e um torcedor da Ira Jovem Gama, à época com 17 anos, iniciaram uma discussão sobre os times. Durante a desavença, o menor telefonou para um desconhecido e saiu da escola. Pouco tempo depois, retornou usando uma jaqueta com capuz e foi em direção a Diego e um amigo dele, trajado com uma blusa do Brasiliense. Ao perceber que o adolescente cometeria um crime, o comparsa de Diego correu, porém o jovem não conseguiu fugir.

Redes sociais - Diego foi assassinado a tiros em uma escola de Taguatinga

Em posse de uma arma calibre .38, o adolescente efetuou dois disparos contra Diego, que morreu na hora. Depois, fugiu em um carro. A morte de Diego foi um espanto para Christina e para a torcida do Brasiliense. A vendedora se relacionou com o torcedor por dois anos. O casal teve uma filha. "Eu estava grávida quando tudo aconteceu. Faltava um dia para tirar a licença-maternidade, quando soube, pela manhã, do ocorrido. Foi um baque", conta.

Christina descreve a fase do relacionamento como turbulenta. Não por causa de brigas entre o casal, mas pela paixão obcecada de Diego pela organizada. O jovem ingressou aos 14 anos. Dedicou-se às caravanas, festas e brigas contra grupos rivais. "Nas poucas vezes que o acompanhei, sempre vi coisa errada nesses eventos. Muitas drogas, bebidas e até brigas entre eles mesmos. Sempre pedi para ele sair disso, abandonar para vivermos a nossa vida, mas não adiantava. Ele me trocava para viver isso. Por várias vezes, ele chegou pelado em casa, porque tomavam a roupa dele na rua", desabafa.

Para arcar com os custos da mensalidade de sócio e eventos, Christina revela que, às sextas-feiras, Diego saía de Planaltina para a área central de Brasília para traficar drogas. "Eu só o via aos sábados e domingos, porque no meio de semana ele nunca podia, pois estava ocupado com a torcida."

Rivalidade e morte

A brutalidade entre as duas maiores torcidas do DF também tirou a vida de Johnathan Diogo de Oliveira. Aos 22 anos, o jovem morreu ao ser baleado por uma pessoa ligada à organizada do Gama, em uma quadra de esportes, na QNM 40 de Taguatinga Norte, em setembro de 2020. Em entrevista ao Correio, o pai de Johnathan, Marcelo dos Santos, 45, conta como tudo ocorreu. "Teve esse futebol e os meninos foram embora. O Johnathan ficou com outros rapazes e eles perceberam que tinha um pessoal do Brasiliense nas proximidades. Eles (torcedores do Brasiliense) estavam em menor quantidade, mas armados", detalha.

Redes sociais - Johnatan morreu ao ser baleado em uma quadra de esportes de Taguatinga

Conforme consta nos autos do processo obtido pelo Correio, Lincoln Dantas Inácio e um adolescente foram os responsáveis por ceifar a vida de Johnathan. Antes do crime, os membros das duas torcidas haviam discutido por causa de futebol. Em determinado momento, a vítima e amigos saíram do local de carro. Logo depois, Johnathan e os colegas se depararam com integrantes da Facção Brasiliense. Quando desceram do automóvel, Lincoln e o menor foram em direção ao grupo, momento em que o adolescente efetuou um disparo contra Johnathan. "Ele foi para o hospital, fizeram manobras de ressuscitação e ficou umas quatro a cinco horas lutando pela vida, mas não resistiu, infelizmente", diz o pai.

Marcelo recebeu a notícia na manhã do dia seguinte, quando atendeu a uma ligação da irmã. "Ela me perguntou sobre o Johnathan e eu disse que ele estava em casa. Foi quando ela me contou que tinham matado meu filho." Marcelo teve um namoro curto com a mãe de Johnathan e a gravidez foi fruto da relação, mas só em 2018 que a relação entre pai e filho começou a se estreitar. "Ele (filho) era muito fechado e não tínhamos essa conversa de pai para filho, mas era um menino cheio de sonhos. Gostava de curtir a vida e eu sempre dava conselhos para ele fazer uma faculdade". Johnathan deixou dois filhos e morreu quando a namorada estava gestante de três meses.

Material obtido pelo Correio - Lincoln Dantas, acusado de assassinar Johnathan

Lincoln, membro da torcida do Gama e responsável pelo homicídio, ostenta uma vasta ficha criminal. Em novembro de 2021, chegou a ser alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acusado de cometer uma série de assaltos em salões de beleza da capital. Desde os 16 anos, o criminoso agia do mesmo modo: armado, invadia os estabelecimentos, rendia as vítimas com violência e levava celulares, dinheiro e até joias de clientes e profissionais.

Conexão criminosa

Parte das ocorrências de brigas entre os rivais são protagonizadas por membros da própria diretoria das organizada. Eles aparecem, juntos, em um, dois, três ou mais casos semelhantes. Glauber Ramos Ferreira, Mayksson Miller Cantanhede e Wemerson Leal Pereira são associados à Facção Brasiliense. Todos figuras conhecidas da polícia.

Glauber chegou a integrar a gestão do grêmio recreativo da organizada e acumula processos por roubos e tentativa de homicídio. Mayksson, por sua vez, é um dos atuais líderes da organizada. Estava preso no Complexo Penitenciário da Papuda até fevereiro por corrupção de menores, incitação de tumulto e por fornecer arma a criança. Segundo as investigações, ele a incentivou a atacar um suposto torcedor do time contrário. As filmagens circularam nas redes sociais e mostram o menino vestido com a blusa do Brasiliense e armado com uma faca. No vídeo, Mayksson elogia o olho roxo no rosto da criança e sugere que teria sido causado por uma briga na rua.

Em 2016, Mayksson, Glauber, Wemerson e outra pessoa por nome de Wasley Rodrigues se envolveram em uma grave ocorrência e foram presos por tentar matar um integrante da Força Jovem do Vasco — torcida aliada do Gama. A vítima, com 22 anos à época, estava com amigos perto de um quiosque onde transmitia um jogo de futebol, em Ceilândia, quando membros da organizada do Brasiliense chegaram e começaram a confusão. Conforme o boletim de ocorrência, Wasley foi a primeira pessoa a agredir e a derrubar o jovem ao chão.

Redes sociais -
Redes sociais -
Redes sociais -
Redes sociais -

Na sequência, Glauber desferiu golpes de madeira contra a cabeça do rapaz, enquanto Wemerson e Mayksson deram continuidade às agressões com paus e pedras. Enquanto o torcedor apanhava caído ao chão com chutes no rosto, Glauber e outros rapazes gritavam: "mata, mata, mata", detalha a ocorrência. Acionados, os policiais militares conseguiram capturar o grupo em um Voyage branco. Dentro do veículo, estavam Glauber e outros três rapazes, incluindo Naykson Vítor Pereira, um dos atuais líderes da organizada. Nessa mesma briga estava envolvido, ainda, Lincoln Dantas Inácio (da organizada do Gama), o mesmo acusado de matar Johnathan Diogo, em 2020.

Outros dois jovens supostamente participantes da mesma confusão, em frente ao bar, são Jonathan Dantas Lima e Francisco Silvio Ferreira Chaves, da Mancha Verde e da Ira Jovem Vasco, organizadas aliadas ao Gama. Ambos respondem a um crime de roubo cometido em fevereiro de 2022 contra um torcedor do Brasiliense. O caso repercutiu na imprensa devido às fortes imagens captadas por câmeras de seguranças. Elas registram o momento em que a vítima e a namorada são abordadas pelos suspeitos.

O caso ocorreu em 8 de fevereiro de 2022. Conforme narra a sentença judicial, os denunciados Francisco, Jonathan, Lucas Rodrigues Torres, Matheus de Paula Alves e Vítor Gustavo Ribeiro agiram com violência física contra o torcedor rival. Antes dos fatos, os suspeitos estavam com torcedores da Mancha Verde na sede, em Vicente Pires, e saíram de carro em busca de rivais para agredi-los. "Os denunciados poderiam celebrar a vitória que o time conquistou naquele dia, mas decidiram praticar atos de selvageria no meio da rua, sujeitando qualquer cidadão inocente de Vicente Pires que pudesse sair com a roupa do clube de coração naquela data como alvo potencial de um ataque violento e despropositado", detalha a denúncia do Ministério Público (MPDFT).

Os envolvidos abordaram o rival em uma rua e o agrediram, levando uma bermuda e a carteira do jovem, contendo R$ 200. A namorada da vítima também teve de entregar um blusão com a logo da organizada do Brasiliense. Pelo crime, Vítor, Lucas e Francisco foram condenados a 7 anos de prisão em regime semiaberto. Matheus recebeu pena de 9 anos, e Jonathan, de 2 anos.

Enquanto um dos líderes da Facção Brasiliense deixou a cadeia recentemente, Breno Rodrigo Carvalho Serejo, um dos responsáveis pela Ira Jovem Gama, é foragido da Justiça. O mandado de prisão foi expedido em 1º de dezembro do ano passado. A pena imposta pela Vara de Execuções Penais (VEP) é de 8 anos e 2 meses em regime inicial fechado. Breno tem outros processos por lesão corporal e violência doméstica.

Redes sociais - Breno Rodrigo, um dos líderes da Ira Jovem Gama, foragido da Justiça por tráfico de drogas

Arsenal

Uma ocorrência policial obtida pelo Correio traz luz a uma série de problemas causados por uma minoria nas organizadas. Neste caso em específico, a Facção Brasiliense. Em um depoimento informal prestado a policiais militares, um dos "puxadores" de um dos comandos da torcida confessou andar armado para proteger os itens do grupo e que isso era uma atitude trivial no meio.

Em 25 de fevereiro do ano passado, esse líder, de 28 anos, foi parado em um Golf após tentar escapar de um ponto de bloqueio. No carro, ele levava maconha, cocaína e estava sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Disse que exercia a função de líder regional do Comando P Norte e era encarregado de guardar o material da torcida, tais como bandeiras e estandartes. Essa proteção era feita, segundo ele, com armas de fogo pertencentes ao grupo, mas que circulavam entre os integrantes.

Na casa desse homem, a PM apreendeu uma pistola Glock G17 com seletor de rajada — instrumento geralmente utilizado por facções criminosas — e mira-laser acoplada, um carregador com capacidade para 30 munições e um suporte adaptador de pistola para submetralhadora. Em julho de 2023, a Justiça proferiu a sentença e declarou a nulidade das provas obtidas em desfavor do acusado. Segundo o magistrado, não existiu fundamentação concreta e idônea para realização da busca domiciliar por parte da PM. O réu foi absolvido e solto.

Material obtido pelo Correio - Arma encontrada com um dos líderes do Brasiliense durante revista policial

Na Ira Jovem Gama, os líderes de alguns bondes também andam armados, conforme uma denúncia recebida pelo Correio por um ex-membro. As fotos obtidas pela reportagem e postadas pelos responsáveis em perfis privados das redes sociais mostram armamentos em cima de camisetas da organizada.

A maioria das ocorrências policiais registradas entre as torcidas são de lesão corporal. Mas impera o roubo. Como faz parte da "lei interna" subtrair as vestimentas de rivais no meio da rua, os membros não denunciam à polícia e fazem Justiça com as próprias mãos. Os roubos são "romantizados" e as ações são postadas em perfis do Instagram.

Em um dos vídeos analisados pelo Correio, de 30 de dezembro de 2023, integrantes da Ira Jovem Gama gravam um rapaz do Brasiliense correndo de cueca no meio da rua. Na filmagem, eles erguem o calção e a blusa da vítima. O perfil TFB, ligado à Facção Brasiliense, posta fotos numa espécie de antes e depois. Eles costumam registrar o torcedor rival em um lugar qualquer, como em um supermercado, uma loja ou no meio da rua. Depois, publicam as fotos apenas das roupas das vítimas.

No último clássico...

O caso mais recente ocorreu em 7 de fevereiro, no dia do duelo entre Gama e Brasiliense. Horas antes da partida disputada no Bezerrão com torcida única do mandante, torcedores do Brasiliense se dividiram em três carros e foram até o Gama. Glauber Ramos, Leonardo Andrade Alcântara, Wemerson Leal e Alysson Fernandes dos Santos estavam em uma Fiorino e pararam o carro em um bar localizado no setor Central, na Quadra 18. No estabelecimento, estavam reunidos torcedores da Ira Jovem Gama. Imagens de uma câmera de segurança mostraram a abordagem do quarteto contra um dos jovens. Com camisetas na cabeça e paus nas mãos, o grupo invadiu o local e disse: "Perdeu. Tira o relógio."

Na sequência, Glauber, Leonardo, Wemerson e Alysson espancaram a vítima com pedaços de paus, socos e chutes. Na ação, um dos criminosos roubou o relógio, um óculos de sol e a camisa da torcida organizada do Gama. Eles ainda tentaram levar o cordão de ouro do torcedor, porém o rapaz resistiu e levou uma paulada na parte de trás da cabeça. Em depoimento, a vítima disse que, antes da pancada, ouviu: "Não vai entregar, então vou te matar".

Após a agressão no Gama, o grupo seguiu para o Recanto das Emas, onde, também, espalhou terror e soltou rojões em uma rua. O quarteto e o adolescente foram presos horas depois pela PM e conduzidos à 27ª Delegacia de Polícia, onde foram autuados por roubo e corrupção de menores.

Defesa

O advogado de Glauber impetrou um habeas corpus em favor do paciente, em 13 de fevereiro, e alegou que o torcedor estava em uma loja de autopeças, em Taguatinga, no mesmo horário em que a vítima foi espancada no Gama. "Ademais, não se mostra crível que o paciente Glauber Ramos, às 16h20, estivesse em Taguatinga e, posteriormente, em menos de uma hora, em cidade-satélite do Gama praticando o suposto crime. Além do mais, constam imagens nas quais o paciente retromencionado às 17h46 desse dia, estava na cidade de Ceilândia", argumentou o defensor.

Em 16 de fevereiro, o desembargador Josaphá Francisco dos Santos indeferiu a liminar e afirmou que, desde a abordagem policial, o grupo foi considerado culpado, sem que a vítima sequer tivesse procurado a delegacia para registrar ocorrência. Destacou, ainda, que os crimes são graves e foram cometidos "com violência exacerbada contra pessoa, na companhia de adolescente e nas proximidades de estádio de futebol, em dia de jogo do Brasiliense e Gama, apenas, ao que parece, por ser a vítima torcedora de time rival do paciente, que seria membro de torcida organizada."

No Distrito Federal, as ocorrências policiais envolvendo as organizadas são registradas e tratadas isoladamente, sem estarem associadas a uma organização criminosa, por exemplo. Portanto, a Polícia Civil não dispõe de registros criminais separados por torcida organizada. O Ministério Público por meio da Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC/MPDFT) trabalha para garantir a segurança dentro e fora dos estádios.

Posicionamentos

Em notas publicadas nos perfis das redes sociais da Ira Jovem Gama e da Facção Brasiliense, as duas torcidas repudiaram a primeira reportagem da série na sexta-feira passada. No comunicado, a organizada do Brasiliense ressaltou que, "apesar da rivalidade entre as torcidas organizadas, jamais houve morte entre os membros por conta da rivalidade ou qualquer fato que pudesse ligar às torcidas organizadas do Distrito Federal". No entanto, o Correio apurou que ao menos duas mortes ocorreram entre 2015 e 2020.

A Ira Jovem Gama se posicionou e também afirmou não ter ocorrido mortes em decorrência da rivalidade. Destacou, ainda, que a torcida dispõe de um estatuto com direitos e deveres dos associados, bem como sanções internas em casos de descumprimento. "Estamos em contato constante com as autoridades do DF e com frequentes visitas e diálogo aberto com a Secretaria de Segurança Pública antes de partidas importantes", frisou.


A Mancha Verde Brasília emitiu uma nota em que repudia a citação do nome da entidade na reportagem. Afirmou que as alegações são "preocupantes". A refererida citação feita pela reportagem é em relação ao documento da denúncia apresentada pelo MPDFT à Justiça sobre um episódio de agressão entre torcedores. "Isso impacta a vida de pessoas que fazem parte da nossa torcida e estão cotidianamente deixando suas atividades de lazer de lado para realizar ações como nossa campanha de doação de sangue, arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos para famílias em vulnerabilidade, aulas de bateria e mais tantas outras atividades de impacto social [...] A entidade de 30 anos de história no Distrito Federal é citada por um episódio totalmente isolado de um indivíduo. Isso não são opiniões da torcida, são fatos colaborados por uma investigação da Polícia Civil do DF. Infelizmente, a apuração da reportagem não buscou informações sobre a busca e apreensão realizada na nossa sede em 17 de maio de 2022, o que ainda pode fazer."

Assim como consta no documento, nada foi encontrado na sede da Mancha Verde. Os mandados de busca foram deferidos pela Justiça do DF e, assim, cumpridos, como determina a lei. No entanto, nada que servisse como elemento probatório foi localizado na sede. "Em relação à camisas de times rivais, aquela operação encontrou uma camisa da torcida organizada Cearamor, uma entidade aliada, que temos amizade e respeito, não representando qualquer estereótipo relatado na matéria. Por fim, é totalmente irreal a alegação de que qualquer pessoa que passe com camisa do seu time de coração pela nossa sede em Brasília possa sofrer algum tipo de violência", destacou a entidade.

"Mais uma vez há falha grave em apuração, já que a movimentada via em frente ao local da sede é área de trânsito de pessoas com camisas de futebol de times distintos com muita frequência. Pelo contrário, muitas vezes são torcedores de outros clubes que passam pela sede tentando nos provocar. Nós fazemos festas que lotam não só o espaço da sede, como toda a rua em que ela é situada. Em diversas comemorações de títulos nós vimos rivais com camisas dos seus times passando em carros ou a pé pelo local, cercado de um mar de palmeirenses e manchistas. Nunca houve episódio de violência. Em jogos decisivos, contamos com o apoio da Polícia Militar do DF, que nunca precisou agir para impedir qualquer tipo de agressão", finalizou.

Redes sociais -
Redes sociais -
Material obtido pelo Correio -
Material obtido pelo Correio -
Ed Alves/CB/DA.Press -
Ed Alves/CB/D.A Press -
Redes sociais -
Redes sociais -
Redes sociais -
Redes sociais -
Ed Alves/CB/DA.Press -

Na próxima semana

Na terceira reportagem da série, o Correio traz à tona a guerra interna entre os membros das mesmas torcidas. As brigas ocorrem por status, autoafirmação, dívidas e até disputa por tráfico. Entre as associadas mulheres, impera a vaidade e as punições por contatos com rivais.

Com Ed Alves (fotografia)

 


A Mancha Verde Brasília emitiu uma nota em que repudia a citação do nome da entidade na reportagem. Afirmou que as alegações são "preocupantes". A refererida citação feita pela reportagem é em relação ao documento da denúncia apresentada pelo MPDFT à Justiça sobre um episódio de agressão entre torcedores. "Isso impacta a vida de pessoas que fazem parte da nossa torcida e estão cotidianamente deixando suas atividades de lazer de lado para realizar ações como nossa campanha de doação de sangue, arrecadação de alimentos, roupas e brinquedos para famílias em vulnerabilidade, aulas de bateria e mais tantas outras atividades de impacto social [...] A entidade de 30 anos de história no Distrito Federal é citada por um episódio totalmente isolado de um indivíduo. Isso não são opiniões da torcida, são fatos colaborados por uma investigação da Polícia Civil do DF. Infelizmente, a apuração da reportagem não buscou informações sobre a busca e apreensão realizada na nossa sede em 17 de maio de 2022, o que ainda pode fazer."

Assim como consta no documento, nada foi encontrado na sede da Mancha Verde. Os mandados de busca foram deferidos pela Justiça do DF e, assim, cumpridos, como determina a lei. No entanto, nada que servisse como elemento probatório foi localizado na sede. "Em relação à camisas de times rivais, aquela operação encontrou uma camisa da torcida organizada Cearamor, uma entidade aliada, que temos amizade e respeito, não representando qualquer estereótipo relatado na matéria. Por fim, é totalmente irreal a alegação de que qualquer pessoa que passe com camisa do seu time de coração pela nossa sede em Brasília possa sofrer algum tipo de violência", destacou a entidade.

"Mais uma vez há falha grave em apuração, já que a movimentada via em frente ao local da sede é área de trânsito de pessoas com camisas de futebol de times distintos com muita frequência. Pelo contrário, muitas vezes são torcedores de outros clubes que passam pela sede tentando nos provocar. Nós fazemos festas que lotam não só o espaço da sede, como toda a rua em que ela é situada. Em diversas comemorações de títulos nós vimos rivais com camisas dos seus times passando em carros ou a pé pelo local, cercado de um mar de palmeirenses e manchistas. Nunca houve episódio de violência. Em jogos decisivos, contamos com o apoio da Polícia Militar do DF, que nunca precisou agir para impedir qualquer tipo de agressão", finalizou.

Mais Lidas