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Perseguidos, Marçal e Freitas dão a volta por cima na Libertadores

Freitas em um momento chave pelo Botafogo

Alvos da ira da torcida, inconformada com a perda do último título brasileiro, o lateral-esquerdo Marçal e o volante Freitas mal tocavam na bola e já recebiam apupos do público alvinegro nas primeiras partidas de 2024. O galera os elegeu como os maiores vilões, no elenco, pela derrocada no segundo semestre de 2023. No entanto, nada como um tempo após um contratempo, previa Julinho da Adelaide, pseudônimo de Chico Buarque para driblar a censura nos tempos de ditadura militar. Na Copa Libertadores, a dupla superou as vaias, renasceu e ganhou elogios até mesmo dos críticos mais ferrenhos.

O caso de Freitas é ainda mais curioso. A torcida não queria vê-lo nem pintado próximo ao Estádio Nilton Santos, principalmente depois que o jogador deu aquela piscadinha antes de o Botafogo sofrer o traumático 4 a 3 para o Palmeiras, no Colosso do Subúrbio, pelo Brasileirão de 2023. Agora, quando surge um suposto interesse do Vasco no volante, a torcida não quer saber de perdê-lo de jeito nenhum. Afinal, o camisa 17 gastou a bola na série contra o Bragantino, marcou dois gols no clássico contra o Fluminense, além de boas atuações contra os pequenos no Campeonato Carioca.

Freitas, por sinal, tornou-se sinônimo de personalidade dentro e fora dos gramados. Pelo menos, nos últimos dias. No vídeo da Botafogo TV, antes da partida decisiva contra o Bragantino, no Nabi Abi Chedid, é ele quem puxa o grito de guerra no vestiário, postura muito diferente da displicência que seus detratores alegavam. A reviravolta faz com que o Botafogo não tenha a pretensão de desafazer-se do volante, o melhor “5” no primeiro turno do último Brasileirão.

Marçal, o capitão inglório

Marçal era outro execrado há pouco tempo. Capitão inglório do ano passado, o defensor ficou marcado como vilão na derrota para o Corinthians ao ser expulso de forma imprudente quando o time alvinegro mandava no jogo. Em seguida, performou em um nível muito abaixo para quem já esteve na Premier League. Assim, ouviu a torcida pedir Hugo e viu o concorrente ganhar o seu espaço. Muitos, naquele momento, diziam que o lateral-esquerdo não aguentava o tranco.

No entanto, Marçal, assim como Freitas, ofereceu sua resposta em campo. Entrou contra o Bragantino e, a despeito de um cartão amarelo bobo, por cera, cumpriu suas funções defensivas e não deixou o arisco Helinho se criar na retaguarda do Mais Tradicional. No fim, ainda segurou a onda para Hugo, mais adiantado, brilhar, na frente, com uma assistência para Júnior Santos. Para consolidar a volta por cima, no entanto, só ajudando o Botafogo a brigar por algo grande.

“A gente, obviamente, tem o desejo de ganhar um campeonato grande. A Libertadores, sem dúvida nenhuma, é um desejo grande do clube. Então a gente vai trabalhar para tentar ganhar sempre, disse o lateral.

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