Quase uma década depois, Enner Valencia teve a chance de jogar no palco em que marcou primeiro gol de Copa do Mundo e reviver aquela partida contra a Suíça, em 15 de junho de 2014, no Mané Garrincha. Matando saudades do estádio, o maior artilheiro da seleção equatoriana, com 40 gols, foi o autor dos dois da vitória colorada sobre o Nova Iguaçu, nesta quarta-feira (13/4), pela segunda fase da Copa do Brasil. Valencia iniciou o torneio com o pé direito e garantiu mais R$ 2,205 milhões aos Internacional pelo avanço ao terceiro round. O que era para ser marcado pela estreia de Rafael Borré, foi ofuscado pelo atacante que agora pode complicar a vida do técnico Eduardo Coudet, com dois fortes concorrentes a uma mesma vaga.
Com o apito inicial, a bola estava ansiosa para ir às redes. No primeiro minuto, o meia Bill teve a primeira chance de finalização do jogo, mas o arremate parou nas mãos do goleiro colorado. Depois do lance, só deu Inter. A equipe comandada por Eduardo Coudet estava bem ensaiada. Mostrou repertório para distribuir as jogadas pelos dois lados e sufocou os cariocas com cinco oportunidades reais de gol. Embora as diferentes peças ofensivas do clube gaúcho tenham ousado abrir o placar, a noite era de Enner Valencia. Aos 34 anos, deu aula de movimentação. Não ficou preso ao papel de referência ao sair da área para dar opção de passe e abrir para o setor direito e canhoto do ataque.
O equatoriano novamente teve chance de abrir o placar com um passe de bandeja de Maurício, mas a bola raspou na trave. Se não vai com facilidade, então que seja com persistência. Aos 30 minutos, Fabrício defendeu o chute de Maurício, mas Valencia estava ali para estufar no rebote. O Inter, porém, não estava satisfeito com o placar. Sete minutos depois, Aránguiz teve a chance de marcar em sobra, mas chutou para fora do alvo. Quando parecia tudo resolvido no primeiro tempo, a pantera resolveu dar o bote. Yago, filho de Iranildo, maior atacante do Brasiliense, teve a chance de deixar tudo igual, mas faltou força no chute e Robert Renan salvou para o colorado.
Segundo tempo
A volta do intervalo indicava um jogo monótono. No entanto, aos 10 minutos, o volante Igor Guilherme levou o segundo amarelo e, posteriormente, vermelho após uma entrada dura no lateral-direito Bustos. A expulsão foi o que o Inter precisava para crescer ainda mais. No lance seguinte, Valencia ficou na cara do gol e, sem esforço, botou a bola para dentro novamente. Dois gols eram suficientes para o técnico Eduardo Coudet. Aos 18, sacou com o artilheiro da noite para promover a estreia da “sombra” do equatoriano, Rafael Borré.
O meio campista Maurício teve a chance de ser o autor de mais uma assistência. Em velocidade pela esquerda, cruzou a bola para Alário cabecear a bola na trave. Mesmo com um a menos, a equipe carioca segurou a partida e o meio do campo ficou mais ocupado na última etapa. As finalizações eram o ponto fraco para o Nova Iguaçu. Aos 28 minutos, a equipe do Rio de Janeiro quase diminuiu, mas parou na falta de capricho do volante João Victor em chute de longa distância. O mesmo caminho foi utilizado pelo volante Bruno Henrique para o Inter. Faltou combinar com o goleiro.
Ficha técnica
Nova Iguaçu 0 x 2 Internacional
Copa do Brasil
Segunda fase (jogo único)
Estádio: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Nova Iguaçu - Fabrício Santana; Yan Silva, Gabriel Pinheiro (Matheus Alves), Sérgio Raphael e Maicon (Sidney); Igor Guilherme, Ronald (Fernandinho), Yago (João Victor) e Bill; Lucas Campos (Alegria) e Emerson Carioca. Técnico: Carlos Vítor
Cartões amarelos: Lucas Campos, Igor Guilherme (2x)
Cartão vermelho: Igor Guilherme e Fernandinho
Internacional - Anthoni; Bustos, Vitão, Robert Renan e Renê; Fernando, Aránguiz (Alario), Maurício (Wesley) e Alan Patrick (Bruno Gomes); Wanderson (Bruno Henrique) e Enner Valencia (Rafael Borré). Técnico: Eduardo Coudet
Gols: Enner Valencia, aos 30 minutos (primeiro tempo) e aos 14 minutos (segundo tempo)
Cartões amarelos: Wanderson e Fernando
*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini