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Betinho Marques – Já deu! A culpa no Galo não poderá ser mais só do treinador

Atlético cede empate ao Cruzeiro no fim do primeiro jogo da final

Atlético cede empate ao Cruzeiro no fim do primeiro jogo da final -  (crédito: Foto:  Pedro Souza / Atlético)
Atlético cede empate ao Cruzeiro no fim do primeiro jogo da final - (crédito: Foto:  Pedro Souza / Atlético)

Tava tudo ensolarado, a Massa estava feliz, tava fácil. O Galo ganhava de forma plena o primeiro jogo da final contra o Cruzeiro por 2 a 0 na Arena MRV. O Alvinegro ainda teve a chance de fazer o terceiro com Paulinho e até um outro gol numa penalidade não avaliada por Felipe Fernandes de Lima, mas não soube liquidar o clássico na primeira etapa…
Com o início do segundo tempo, o Atlético morno de outros tempos deu “seu ar da graça”. Uma saída errada de Lemos terminou com outra “pixotada” do zagueiro que chutou a bola no azarado Jemerson, que fez o segundo gol em clássicos, mas para o lado indevido, uma artilharia totalmente indesejada. No término da peleja, coroando o segundo tempo medonho do Galo, o Cruzeiro deu números finais e empatou o jogo em 2 a 2.
De qualquer forma, a crônica de hoje é um alerta para um redirecionamento de culpa no CAM. Não poderá o atleticano imputar a Gabriel Milito o insucesso de ontem e outros revezes que podem ocorrer durante a implantação do seu modelo de jogo.
O Galo que disputa uma final de campeonato, que vale o pentacampeonato, se deu o direito de desconcentrar-se num jogo com recorde de público na sua casa. Não bastasse o “desfoco”, alguns elementos precisam ser considerados: o Alvinegro entrou com cinco jogadores acima dos 30 anos contra o seu oponente que começou o jogo com apenas um atleta com 30 anos ou mais.
As análises não são respostas para a falta de foco do time atleticano. Seria muito simplório e arrogante dizer que numa análise combinatória de vários elementos que foi isso ou aquilo que desencadeou o mau resultado. Contudo, há que se observar que a bazuca da “culpa” precisa de novos antagonistas e muita mea-culpa de todos os envolvidos.
Nem o público recorde garantem vitória, tampouco dizer que cinco atletas acima dos 30 tiram essas possibilidades. Mas são análises sobre competitividade que devem ser debatidas para atinar a tão desejada “intensidade” desejada por Milito.
Um time pode se esfarelar com 45 minutos como ocorreu no primeiro embate do Mineiro 2024? O preparo físico está proporcional? Time com idade média mais alta comparado aos outros consegue disputar uma temporada de jogos a cada três dias? Há atletas com rendimento abaixo por falta de objetivo alinhado com a instituição ou que já estão satisfeitos com suas carreiras? Os que têm “fome” podem suprir a falta de experiência com instrução?
Enfim, são inúmeros questionamentos que todos no corpo científico do Galo precisam se fazer para estar em sintonia fina a partir de agora. A Libertadores de 2024 se inicia nesta semana e algumas “peças” desconectadas do processo precisam ser reavaliadas para saber se caberão no planejamento.
A química com Milito vai precisar de tempo, tempo e tempo. Mas enquanto a fina sintonia não chega, será preciso concentração, preparo físico e conexão até as ideias começarem a ser digeridas.
O Atlético se desejar um ano mais proveitoso precisará redirecionar a bazuca, esquecer o treinador e também cobrar dos seus atletas, do entorno de preparação, da gestão que forma o elenco e deixar o homem ter tempo para o trabalho.
Será inadmissível vir aqui daqui mais sete meses e dizer que fomos para o lado mais sórdido e frágil que é culpar mais uma vez o comandante, eximindo de cobranças jogadores, dirigentes e outros atores que precisam ajudar neste processo de antifritura.
Se nossa cultura precisa de culpados para seguir em frente, chegou a hora de redirecionar a “bazuca” para longe do treinador e para mais próximo dos atletas, do corpo científico e dos dirigentes que formam o elenco que é entregue ao comandante. Mas é hora de facilitar a vida do Gabriel Milito em todos os sentidos.

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Jogada10
postado em 31/03/2024 11:21
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