O elenco do Botafogo trabalha sem um treinador há mais de um mês depois da demissão de Tiago Nunes, hoje no futebol chileno. Apesar de o time alcançar o objetivo de chegar à fase de grupos da Copa Libertadores, o fato de não ter um profissional tarimbado no banco de reservas incomoda a maioria da torcida, grata pelo serviço do interino Fábio Matias, mas consciente de que uma mudança é imperativa. No entanto, o Glorioso se aproxima do fim da novela pelo novo técnico. A expectativa é que o clube o anuncie nos próximos dias.
À frente das negociações, John Textor tem uma reunião agendada com o postulante ao cargo para definir os últimos detalhes. Segundo o jornal “As”, o espanhol Quique Setién, livre no mercado, teria conversas bem adiantas com o Mais Tradicional. Contudo, o plano A, nas últimas horas, passou a ser o português Pedro Martins. Ele não caberia em um plano de urgência, afinal, tem contrato com Al-Gharafa, do Qatar, até junho. O clube, então, teria que pagar uma multa para tê-lo mais cedo. O Botafogo também não descarta uma terceira via.
Quique se encaixa no Botafogo Way?
Desempregado desde setembro, quando deixou o Villarreal, Quique Setién tomou à frente no noticiário alvinegro. Seu estilo de jogo casa, aliás, com aquilo almejado por Textor desde o início da era SAF, em março de 2022: equipe propositiva, com muita posse de bola, saídas controladas e extremamente ofensiva, todas as características previstas no tão propalado Botafogo Way. No entanto, há uma contradição. O Big Boss já disse; quer reconstruir o trabalho de Luís Castro. Mas o português moldou o Glorioso em uma forma antagônico, com força física, segurança defensiva e transições rápidas.
Quique tem trabalhos no Racing Santander, Poli Ejido, Guiné Equatorial, Logroñés, Lugo, Las Palmas, Real Betis, Barcelona e Villarreal. Ainda não tem nenhum título na carreira e ficou marcado, na época de Barça, por levar uma surra do Bayern de Munique nas quartas de final da Champions de 2020: 8 a 2 em jogo único. Minutos depois, estava na rua. Além disso, com ele, o time catalão passou a primeira temporada de mãos vazias em 12 anos. Por outro lado, teve notórios elogios por bater de frente com os grandes ao comandar, principalmente, Las Palmas e Betis.
A temporada de Quique no Barcelona deixa alguns torcedores do Botafogo ressabiados. Há um clima de insegurança nas redes sociais com o nome do espanhol. Para piorar, o treinador teve problemas com o vestiário catalão e não teve uma relação harmoniosa com Messi, algo que ajudou em sua queda.
E o Martins?
Pedro Martins, ao contrário de Quique, tem títulos na carreira e marcou seu nome no futebol grego ao conquistar um tricampeonato da liga local pelo Olympiacos ( 2019–20, 2020–21, 2021–22). De perfil conciliador, o comandante, português, aliás, já trabalhou com Tiquinho e tem uma ótima relação com o camisa 9 do Botafogo. Entretanto, títulos e simpatia não dão a palavra final sobre a qualidade de um treinador.
O português também ganhou notoriedade no Qatar. Já em seu país acumulou passagens por clubes menores. Seu Calcanhar de Aquiles, todavia, é a defesa. Martins pensa o jogo do ataque para a retaguarda. Será que encaixa em um Botafogo com um leque de opções ofensivas e carências atrás?
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