A Fórmula 1 retorna neste final de semana para a disputa do Grande Prêmio da Austrália de 2024. A etapa em Melbourne é a terceira da temporada, mas não será a mais fácil para os fãs brasileiros acompanharem em razão do fuso horário: a classificação é às 2h da manhã de sábado (23/3) e a corrida começa à 1h de domingo (24/3), ambos com transmissão da Band, BandSports e F1 TV. Ainda assim, a disputa será a primeira do ano realizada em um domingo, como manda a tradição, já que as anteriores, no Bahrein e na Arábia Saudita, foram um dia antes devido ao Ramadã – período de celebração do Islã.
O circuito de rua de Albert Park, construído em torno do lago homônimo, é um dos mais rápidos do calendário. Não à toa a Pirelli, fornecedora dos pneus da F1, disponibilizou os compostos duro C3, médio C4 e macio C5 para a prova, os mais velozes da categoria. Com 5,278 quilômetros de comprimento, o percurso tem 58 voltas totais e 14 curvas cada, incluindo quatro zonas de DRS (abertura da asa traseira para menor arrasto e mais velocidade). O conjunto da obra resulta em muitas ultrapassagens na pista. Foram 34 na bateria de 2022 e outras 29 no ano seguinte.
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A expectativa para o GP está atrelada principalmente pela emoção proporcionada na temporada passada. Na ocasião, oito dos 20 pilotos não conseguiram terminar a corrida no GP australiano, com batidas, problemas técnicos, bandeiras vermelhas, safety car e relargadas. O vencedor? Max Verstappen, seguido por Lewis Hamilton e Fernando Alonso. O tricampeão, inclusive, terá na Austrália a chance de empatar o próprio recorde de dez vitórias consecutivas, contando as sete últimas de 2023 e as duas mais recentes.
O último a ganhar uma corrida antes da sequência do holandês foi Carlos Sainz, que está de volta ao cockpit da Ferrari 13 dias após se submeter a uma apendicectomia e ser substituído pelo jovem Oliver Bearman no GP da Arábia Saudita. Recuperado da cirurgia, o espanhol fez o terceiro melhor tempo no treino livre 2, atrás do companheiro Charles Leclerc e Verstappen. Futuro membro da escuderia de Maranello, Lewis Hamilton foi 18º e segue na maré de azar durante o pior início de temporada da carreira.
O mais veloz no TL1 foi Lando Norris, da McLaren, mas um dos principais momentos – não tão positivos – da sessão foi a batida de Alexander Albon. O piloto tailandês perdeu o controle na saída da curva 6 e foi parar na parede, causando dano grande ao carro. Como a Williams não levou um terceiro chassi para a Austrália, impossibilitando o conserto do veículo, a equipe decidiu ceder o assento de Logan Sargeant para Albon correr no lugar do estadunidense. Ou seja, apenas 19 capacetes vão se alinhar no grid para a largada.
Outro fato curioso é a Sauber. Originalmente, o nome completo da equipe é Stake F1 Team Kick Sauber, pela parceria com o site de apostas (Stake) e a plataforma de streaming (Kick). No entanto, a legislação australiana proíbe a publicidade de jogos de azar durante a transmissão de esportes entre 5h e 20h30 do horário local, então a equipe será chamada apenas de Kick Sauber.
Depois da corrida em Albert Park, a Fórmula 1 terá uma semana de descanso para a Páscoa e volta em 7 de abril, para o GP do Japão, no circuito de Suzuka. A prova é mais uma da sequência da madrugada, já que a largada está marcada para às 2h da manhã e a seguinte, na China (21/4), será às 4h.
Curiosidades sobre o GP da Austrália
O país da Oceania recebe provas oficiais da Fórmula 1 desde 1985, à época em Adelaide, e passou a ser sediado em Melbourne a partir de 1996. O país foi palco da última vitória de Ayrton Senna, em 1993. Na ocasião, o brasileiro tricampeão mundial cruzou em primeiro pela McLaren e convidou o rival Alain Prost para compartilhar o lugar mais alto do pódio, em homenagem à despedida do francês das pistas.
O maior vencedor da prova é Michael Schumacher, cruzando em primeiro quatro vezes no Albert Park (2000, 2001, 2002 e 2004). O alemão guarda outras boas memórias em solo australiano, principalmente em 1994, quando foi campeão mundial pela primeira vez. O título veio de maneira controversa, após ter se chocado com Damon Hill e ambos precisarem deixar a corrida, confirmando a vitória do campeonato por um ponto de diferença.
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Voltando para o presente, dois pilotos no grid concentram a torcida local: os conterrâneos Oscar Piastri, da McLaren, e Daniel Ricciardo, da RB (antiga Alpha Tauri). No entanto, nenhum australiano conseguiu chegar no pódio na Austrália. Ricciardo chegou a cruzar em segundo em 2014, mas foi desqualificado após a bandeirada. Pelo lado positivo, o GP está confirmado no calendário da F1 até 2037, então terá tempo para os “Aussies” conseguirem um lugar no top 3.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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