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Diretores do Boca Juniors sabiam de abuso no clube, afirma ex-funcionária

Fato é que, com a ausência de posicionamento mais claro do Boca Juniors enquanto instituição, a imprensa argentina vem tratando o caso como uma possível ‘ponta do iceberg’.

Raúl Cascini, Jorge Bermúdez e Marcelo Delgado seguem no clube -  (crédito: Foto: Instagram @patronbermudezoficial)
Raúl Cascini, Jorge Bermúdez e Marcelo Delgado seguem no clube - (crédito: Foto: Instagram @patronbermudezoficial)

Nesta sexta-feira (22), será iniciado o julgamento da denúncia de abuso sexual feita pela ex-assessora de comunicação do Boca Juniors, Florencia Marcó. O acusado é Jorge Martínez, ex-técnico da equipe feminina do clube argentino.

O juíz Sergio Paduczak será responsável por conduzir o julgamento no Tribunal Oral no Criminal e Correcional N° 22, situado na cidade de Buenos Aires. E, antes do início dos procedimentos, Florencia disse palavras de tom sério em entrevista dada para o jornal La Nación.

De acordo com seu relato, importantes integrantes do Conselho de Futebol do Boca sabiam não apenas do seu caso que a envolvia, mas também de outros casos de abuso sexual envolvendo Jorge Martínez. Com a promessa, alilás, de que estavam se movimentando para tomar alguma atitude:

“Quando isso aconteceu, conversei com Jorge Bermúdez, Raúl Cascini e Marcelo Delgado. Eu os informei e contei tudo. Eles me disseram que já estavam conversando sobre isso com (Juan Román) Riquelme e também com Cristian, seu irmão. Todos eles foram informados. E eles me disseram que, supostamente, iriam tomar algum tipo de medida, mas nunca o fizeram. Eles sabiam que o abuso sexual era real e sabiam que não era só comigo.”

“Todos me ouviram e prometeram que encontrariam uma solução para isso, mas nada mudou. Em nenhum momento eles entraram em contato comigo, nem mesmo para perguntar como eu estava. Meu número de telefone é o mesmo de sempre. Quando falei com Bermúdez, ele me disse que, se algo mais acontecesse, eu deveria ligar para ele e ele nunca me atendeu”, acrescentou Florencia Marcó.

Apenas o começo?

Fato é que, com a ausência de posicionamento mais claro do Boca Juniors enquanto instituição, a imprensa argentina vem tratando o caso como uma possível ‘ponta do iceberg’.

Isso porque, com Martínez estando no cargo de 2019 até abril de 2023, informações de bastidores apontam que a prática de abuso começou ainda no início de sua trajetória como técnico. Situações essas que teriam acontecido, invariavelmente, durante viagens e compromissos oficiais do clube. Logo, a repercussão (e também o resultado) do julgamento poderia encorajar outras possíveis vítimas a se pronunciarem.

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Jogada10
postado em 22/03/2024 11:37 / atualizado em 22/03/2024 12:48
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