Há 50 anos, Em um dia de domingo, como cantariam Gal Costa e Tim Maia, era inaugurado o estádio Governador Hélio Prates da Silveira. Com o perdão do clichê, esse foi o primeiro nome do templo sagrado do futebol do Distrito Federal. Rebatizada de Mané Garrincha em 1983, depois da comoção com a morte do Anjo das Pernas Tortas, a arena nasceu forte como uma rocha no centro da capital. Em 2011, a estrutura resistiu a uma implosão. Nem mesmo 250kg de explosivo derrubaram a arena inaugurada em 10 de março de 1974. Foram necessárias escavadeiras para levá-lo ao chão e construir uma nova por R$ 1,5 bilhão para a Copa do Mundo de 2014.
Registros do Correio Braziliense à época relatam que cerca de 50 mil pessoas foram ao estádio inacabado testemunhar a vitória do Corinthians por 2 x 1 contra o Ceub pela primeira rodada do Brasielirão de 1974. Wagno de Freitas, o Vaguinho, fez o primeiro gol. "Eu tinha 24 anos. Hoje, tenho 74. Não lembro como foi o gol. Recordo de duas arquibancada, uma de cada lado, e um vão atrás. Havia muita gente sentada na grama. Nosso Corinthians era um timaço desfalcado e o Ceub, um bom adversário", emociona-se Vaguinho ao Correio.
O único gol oficial do Rei Pelé no Mané Garrincha foi validado pelo árbitro Arnaldo Cezar Coelho. Era 20 de março de 1974. O Santos venceu o Ceub por 3 x 1. "Nem lembrava. Pelé, Santos e Ceub. Olha, o estádio não era isso (que é hoje). Arquibancada toda aberta, grama alta, era futebol raiz. Basta dizer que o Ceub estava no cenário nacional. Faço parte da história", orgulha-se o árbitro da final da Copa do Mundo de 1982, na Espanha.
A inauguração mudou a rota do futebol no DF. "Agora, o Pelezão, no Guará, será utilizado nos jogos do Campeonato Amador", informava o GDF. A arena do Rei não existe mais. Virou condomínio habitacional. A do Mané virou cinquentona sem jamais ter visto o Anjo das Pernas Tortas jogar no estádio. Ele pendurou as chuteiras em 1972.
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