Automobilismo

Guia da Fórmula 1: tudo sobre a temporada de 2024 da categoria

Elite do automobilismo terá maior calendário da história, com 24 corridas, e sem pilotos calouros pela primeira vez; favoritismo segue com Max Verstappen e a Red Bull

Fórmula 1 em 2024 terá mesmo grid de pilotos que terminou a temporada passada -  (crédito: F1/Divulgação)
Fórmula 1 em 2024 terá mesmo grid de pilotos que terminou a temporada passada - (crédito: F1/Divulgação)

Dez equipes, vinte pilotos, 24 corridas e muita velocidade. Assim chega a Fórmula 1 para a temporada de 2024, a maior da história da categoria. Após um ano dominado pelo tricampeão Max Verstappen e a imparável Red Bull, a elite do automobilismo retorna com rostos familiares, poucas mudanças, calendário cheio e já alimentando as expectativas para o futuro. O capítulo inicial é neste sábado (2/3), no Grande Prêmio do Bahrein, às 12h, com transmissão da Band, BandSports e F1 TV.

Todos os pilotos que terminaram 2023 retornam para as mesmas equipes, fazendo a F1 não ter novatos pela primeira vez. Neste tópico a diferença se restringe aos nomes, pois Alfa Romeo e Alpha Tauri agora se chamam Sauber e Racing Bulls (RB), respectivamente. Vale ressaltar que a mudança de Lewis Hamilton para a Ferrari será apenas no próximo ano.

Outro fator que deve permanecer o mesmo é o favoritismo de Max Verstappen. Apesar de não ter tido a volta mais rápida nos testes ou nos treinos livres, o holandês é visto como amplo candidato a empatar com Sebastian Vettel e Alain Prost como tetracampeões, especialmente pelo regulamento ter tido poucas mudanças drásticas. A FIA deve mudar o cenário apenas em 2026, com carros menores e 50% da propulsão dos motores originada de energia elétrica.

Formula 1
Atual campeã mundial de construtores, Red Bull segue como a equipe a ser batida em 2024 (foto: AFP)

Assim, a principal novidade atual é o aumento para 24 corridas (confira no fim da matéria as etapas) e o retorno do Grande Prêmio da China, após cinco temporadas fora devido à pandemia e questões internas. A extensão do calendário fez a Fórmula 1 procurar regionalizar mais as etapas, diminuindo viagens intercontinentais de um GP para outro. Por isso as datas do Japão, agora em abril, e do Azerbaijão, em setembro, praticamente se inverteram. Ainda assim, a decisão gerou uma série de críticas entre pilotos, mecânicos e chefes de equipe.

“Quando eu comecei eram 16 corridas, depois virou 18 e quando a Liberty Media (dona da F1 desde 2018) chegou, o recado era que 20 era o limite. Agora estamos aqui com 24, isso não é sustentável para o futuro. Até o campeão mundial pensa assim (Verstappen), imagine o restante de nós. Vamos para a segunda metade da temporada por nada, não tem incentivo para competir”, reclamou o bicampeão Fernando Alonso, da Aston Martin.

Além das 24, ainda terão mais seis corridas de sprint, as provas curtas da categoria. A quantidade segue sendo seis, contando com a de Interlagos, mas o cronograma do final de semana é outro. A classificação para a disputa menor será nas sextas-feiras, enquanto os carros aceleram no sábado, antes da classificação para o GP normal, de domingo. Isso acontece na China, Miami, Áustria, Estados Unidos (Texas), Brasil e Catar.

A abertura da temporada, no Bahrein, ainda reserva um fato curioso. Diferente do padrão, o final de semana começou na quinta e a corrida será no sábado, assim como acontecerá na Arábia Saudita, entre 7 e 9 de março. O motivo é a celebração do Ramadã, período sagrado do Islã. Já o encerramento, como de costume, será em Abu Dhabi, de 6 a 8 de dezembro.

No meio disso tudo, o Brasil, claro, não podia ficar de fora. Marcada para ser a 21ª corrida do ano, o GP de Interlagos, em São Paulo, está marcado para 1 a 3 de novembro. Entre os pilotos, a bandeira verde-amarela será representada por Felipe Drugovich e Pietro Fittipaldi, reservas da Aston Martin e da Haas, respectivamente.

Independente de todo o previsto para 2024, o ano seguinte já reserva atenção. Com mais da metade do grid sem contrato para 2025, muitas novidades de mudanças futuras podem surgir ao longo da temporada, conhecida como “silly season” (época de bobagens), envolvendo nomes como Fernando Alonso, Daniel Ricciardo e Sérgio Perez.

Fora o drama da ida de Hamilton para a Ferrari. O britânico não vence há dois anos, mas pode ver a preferência na Mercedes começar a ser de George Russell, o futuro do time inglês. O piloto heptacampeão mundial vai entrar no lugar de Carlos Sainz, que recebeu um aviso prévio de quase 12 meses e segue pilotando pela equipe de Maranello.

Carros escuros são tendência

A beleza pode ter um preço, ou melhor, um peso. Os carros da Fórmula 1 sofreram com isso nos lançamentos para a temporada de 2024. Antes famosos pelas cores chamativas e em tons metálicos, os veículos vão correr nas pistas este ano com predominância de preto e aparência fosca, mas tudo sob uma justificativa: ser mais rápido.

Na realidade, a explicação por trás do cenário é que os monopostos simplesmente não foram pintados. Ou seja, o preto nada mais é que a cor “natural” deles, no caso a tonalidade da fibra de carbono, presente na maioria das peças.

Com o regulamento da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) determinando um peso máximo para os carros, as equipes tiveram dificuldade em se enquadrar no padrão e viram na pintura uma solução. A estimativa é que a tinta aplicada pode variar entre 1 e 6 quilos adicionais ao veículo, dependendo da área pintada e do tom (fosco ou metálico) escolhido.

As raras exceções no grid de 2024 foram a Ferrari, tradicionalmente vermelha, mas menos brilhante que em anos anteriores, e a RB, ex-Alpha Tauri, que apostou no azul, vermelho e branco, relembrando os tempos de Toro Rosso.

Calendário da temporada

GP do Bahrein – 2 de março, às 12h
GP da Arábia Saudita – 9 de março, às 14h
GP da Austrália – 24 de março, às 1h
GP do Japão – 7 de abril, às 2h
GP da China* – 21 de abril, às 4h
GP de Miami* – 5 de maio, às 17h
GP da Emilia-Romagna – 19 de maio, às 10h
GP de Mônaco – 26 de maio, às 10h
GP do Canadá – 9 de junho, às 15h
GP da Espanha – 23 de junho, às 10h
GP da Áustria* – 30 de junho, às 10h
GP da Inglaterra – 7 de julho, às 11h
GP da Hungria – 21 de julho, às 10h
GP da Bélgica – 29 de julho, às 10h
GP da Holanda – 25 de agosto, às 10h
GP de Monza – 1 de setembro, às 10h
GP do Azerbaijão – 15 de setembro, às 8h
GP de Singapura – 22 de setembro, às 9h
GP dos EUA* – 20 de outubro, às 16h
GP do México – 27 de outubro, às 17h
GP do Brasil* – 3 de novembro, às 14h
GP de Las Vegas – 23 de novembro, às 3h
GP do Catar* – 1 de dezembro, às 14h
GP de Abu Dhabi – 8 de dezembro, às 10h
*Final de semana de sprint

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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postado em 01/03/2024 07:00
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