modalidade esportiva

Projeto arrecada doações para treinamento de arco e flecha de indígenas

Além de praticarem um esporte, os jovens indígenas se reconectam e se aprofundam em uma tradição cultural ancestral

Com o objetivo de fortalecer a prática do tiro com arco entre jovens indígenas, além de incentivar a formação de novos atletas, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) realiza uma campanha para arrecadar recursos para a construção do Centro de Treinamento Indígena de Arco e Flecha na Amazônia, na comunidade Indígena Kuanã, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista, em Manaus (AM).

A construção do Centro de Treinamento ganhou repercussão nacional no domingo (18/2), quando a  Fundação Amazônia Sustentável, junto dos arqueiros indígenas e irmãos, Graziela e Gustavo Santos, participaram do quadro The Wall, do programa Domingão com Huck. Na dinâmica do programa, a equipe garantiu R$ 82.906 de apoio financeiro para o projeto. Porém, o investimento total necessário para o Centro de Treinamento é R$ 400 mil. O valor inclui gastos em infraestrutura, a participação de atletas em campeonatos, gestão da iniciativa projeto e entre outros.

A iniciativa faz parte do projeto de Arquearia Indígena da Fundação Amazônia Sustentável, que existe há 10 anos e treina jovens em comunidades e Terras Indígenas na modalidade esportiva arco e flecha. Segundo a organização, além de praticarem um esporte, os jovens indígenas se reconectam e se aprofundam em uma tradição cultural ancestral.

“A construção do Centro de Treinamento vai oportunizar que os atletas indígenas treinem e se desenvolvam dentro da própria comunidade, perto de suas famílias, sem que precisem se deslocar para a capital. Esta é uma demanda dos próprios atletas e a FAS se mobiliza para tornar esse sonho realidade. É importante para nós darmos voz e ouvirmos as necessidades dos povos da floresta, só assim conseguiremos cumprir nossa missão, que é cuidar da Amazônia”, afirma Rosa dos Anjos, supervisora da Agenda Indígena da FAS.

Em 10 anos, a Arquearia Indígena já apoiou 37 atletas, que participaram de 21 competições e ganharam 53 medalhas, sendo 34 nacionais e 19 internacionais. Do total, 20 foram medalhas de ouro, 17 de prata e 16 de bronze. Entre os atletas apoiados pelo projeto, está Graziela Santos, da etnia Karapanã, que entrou para a história como a primeira indígena a representar o Brasil no Tiro com Arco em um Pan-Americano. Atualmente, ela faz parte da Confederação Brasileira de Tiro com Arco e luta por uma vaga nas Olimpíadas deste ano. O irmão dela, Gustavo, também acumula medalhas em torneios da categoria.

As doações podem ser feitas no site da FAS neste link.

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