Dorival Júnior esteve domingo no Mineirão na Supercopa do Brasil para ver com lupa a decisão entre Palmeiras e São Paulo, foi ao Maracanã observar jogadores do Flamengo e do Botafogo na quarta-feira. No entanto, as melhores notícias para o novo técnico da Seleção Brasileira começam a pipocar na Europa.
Carente de um camisa 9, o Brasil vê quatro candidatos a assumir o algarismo nos amistosos de março contra a Inglaterra, em Londres, e Espanha, em Madrid, de bem com as redes no exterior: Richarlison (Tottenham), Vitor Roque (Barcelona), Marcos Leonardo (Benfica) e Matheus Cunha (Wolverhampton).
Titular na Copa do Mundo do Catar, Richarlison não faz gol com a Amarelinha desde a vitória por 4 x 1 contra a Coreia do Sul nas oitavas de final, em Doha. O atacante entrou em campo seis vezes pelo Brasil em amistosos e jogos oficiais no ano passado. Até balançou a rede contra o Peru, em Lima, mas o Árbitro Assistente de Vídeo frustrou o jogador.
Richarlison sentiu o peso da responsabilidade. Admitiu desgaste mental e procurou ajuda no retorno ao Tottenham. A terapia fez com que ele iniciasse o ano novo fortalecido. “Eu consegui, com a ajuda do clube, buscar essa ajuda. Isso foi muito importante para mim, porque, como eu falei, tinha dias que eu não queria sair de casa, sair do meu quarto, já ia treinar, já ia direto para casa e me trancava dentro do quarto. Então, isso era difícil para mim. E como eu falei, parece que eu conversando mais com as pessoas, desabafando, acho que parece que melhorou”, disse em entrevista aos canais ESPN.
O atacante driblou o preconceito da família em troca da paz para fazer gol. “Como eu sou do interior e lá é meio que assim, com isso de ‘eu não vou fazer essas sessões (de terapia), porque não sou doido’, ou algo assim. Porque o pessoal do interior tem esse preconceito, minha família tem esse preconceito. Então, chegou uma hora que eu entendi que eu estava precisando de ajuda. E várias pessoas me falavam isso também. Então busquei essa ajuda psicológica e a professora tem me ajudado bastante, mesmo”, revelou.
Richarlison tem quatro gols em 2024 pelo Tottenham. Foi decisivo contra Manchester United, Brentford e Everton. Fez dois gols no último sábado. São 11 bolas na rede em 27 jogos na primeira temporada sem Harry Kane. O fora de série mudou-se para o Bayern de Munique da Alemanha e o brasileiro virou uma das referências do ataque.
Depois da Copa, Richarlison intitulou-se intocável na Seleção Brasileira. “A camisa 9 já é minha, não tem o que ficar escolhendo. Aqui na Seleção todo mundo sabe que eu sou o homem-gol, não tem o que ficar escolhendo camisa, a 9 é minha”, avisou.
Há controvérsias. Os concorrentes também estão na mira de Dorival Júnior. Vitor Roque desembarcou no Barcelona na virada do ano. O atacante de 18 anos fez gol nas últimas duas exibições contra Osasuna e Alavés. O ex-atacante do Athletico-PR não teve oportunidade na Seleção com Fernando Diniz.
A outra aposta é Marcos Leonardo. Negociado pelo Santos com o Benfica, a joia de 20 anos ostenta três gols em seis jogos na elite do Campeonato Português. Encanta os encarnados por ter se entrosado rapidamente com o argentino Di María.
Matheus Cunha não arranca suspiros na Seleção, porém é amado pela torcida do Wolverhampton. No último domingo, o medalhista de ouro em Tóquio-2020 cravou três gols na vitória contra Chelsea pelo Campeonato Inglês. Levou até a bola. O ano novo dele começou com cinco gols, duas assistências e a expectativa de que Dorival Júnior o mantenha no radar canarinho.