O zagueiro Titi foi um dos jogadores mais atingidos no atentado que rolou na madrugada de quinta-feira (21/2), após o jogo em que o Fortaleza empatou com o Sport, pela Copa do Nordeste, na Arena Pernambuco (1 a 1). Quando o ônibus deixou o estádio rumo ao centro de Recife, cerca de 7 km do estádio, cerca de 80 torcedores da maior organizada do Sport tocaiaram o veículo, jogando pedras e bombas que quebraram quase todos os vidros do veículo. Seis jogadores foram os mais atingidos, sendo Escobar e Titi os mais graves. Escobar levou 14 pontos, teve estilhaços no rosto e perda de consciência. Titi teve estilhaços generalizados e o mais grave na panturilha, que passou por cirurgia. Vai parar por um mês. Em entrevista ao SporTV, nesta terça-feira (27/2) ele deu uma declaração dramática:
“Me emociono quando vejo as imagens. Mas tenho um sentimento de gratidão a Deus porque um milagre nos salvou. Foi uma tentativa de homicídio. Só quem estava dentro do ônibus consegue dimensionar. Faltam palavras para descrever tudo que vivemos nos cinco ou dez minutos em que ficamos expostos a tudo. Os bandidos sabiam o que estavam fazendo”, disse, para completar:
“O Fortaleza foi vítima de algo que já está se desenhando há muito tempo. Estou há 15 anos jogando profissionalmente e nunca tinha passado por lesão, feito uma cirurgia, entrado em um hospital. E agora numa tentativa de homicídio, passei por uma cirurgia pela primeira vez”.
A maior dor
Titi, disse que a maior dor não estava nos ferimentos:
“Sei que a lesão que sofri vai passar A dor que ficará é de ver o grau de maldade do coração do ser humano. Isso me deixa muito triste. Aliás, o ambiente está de tamanha tristeza pela maldade que existe nas pessoas. Atletas muito abatidos, muito abalados. ”
Titi pede ação enérgica da CBF contra a violência
No momento, um torcedor foi identificado, confirmou que foi um dos agressores e, como não foi flagrante, foi liberado. As investigações ainda estão em curso. A CBF adiou dois jogos do Fortaleza, para que o departamento médico e psicológico do clube tenha tempo para recuperar os jogadores e o elenco. Mas Titi queria ver o atentado ao Fortaleza como um divisor de águas.
“O certo seria nenhuma rodada acontecer. A bola não poderia voltar a rolar enquanto os bandidos não fossem responsabilizados. Mas no nosso país o importante é que a bola continue rolando. Eu fiz um vídeo com apelo ao presidente Ednaldo (Rodrigues, da CBF) para que ele use isso para dar um passo para mudança. A gente recebe linchamentos por palavras, mau-tratos por atitudes, violência no ônibus. O que estão esperando ? Uma morte ? Para que alguém faça alguma coisa? E eu não recebi uma ligação seja do presidente da CBF ou de alguém mais para saber como estamos. Não. Afinal, o importante é que a bola continue rolando”, reclamou.
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