Caso Daniel Alves

Veja o resumo do julgamento de Daniel Alves na Espanha

Daniel Alves no último dia de seu julgamento no Tribunal Provincial de Barcelona

Daniel Alves no último dia de seu julgamento no Tribunal Provincial de Barcelona  -  (crédito: - Foto: ORDI BORRAS/POOL/AFP via Getty Images)
Daniel Alves no último dia de seu julgamento no Tribunal Provincial de Barcelona - (crédito: - Foto: ORDI BORRAS/POOL/AFP via Getty Images)

O último dia do julgamento de Daniel Alves aconteceu nesta quarta-feira (7), no Tribunal Provincial de Barcelona. Nesse sentido, o jogado chorou e negou a acusação de agressão sexual contra uma mulher, em uma boate da cidade, em dezembro de 2022. Durante a audiência, o atleta afirmou ter sido uma relação sexual consensual e disse que “estava praticamente arruinado” com as consequências do caso. Não há prazo definido para a apresentação da sentença final.

“Ela estava na minha frente e começamos a relação. Lembro que ela sentou em mim. Não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral forçadamente. Ela não me disse nada. Estávamos desfrutando os dois e nada mais”, declarou Daniel Alves à juíza Isabel Delgado Pérez

Embriaguez e surpresa com acusação

Entre as consequências do caso, o atleta citou que teve suas contas bloqueadas e perdas de contrato. No fim da sessão, a defesa do brasileiro pediu liberdade condicional e sua absolvição. Além disso, descreveu como foi a relação e que foi surpreendido com a acusação de estupro.

Ele também destacou que ingeriu uma grande quantidade de bebida alcoólica. A reunião com os amigos aconteceu antes mesmo de irem até a boate, e o jogador diz ter tomado duas garrafas de vinho, um copo de uísque e rodadas de gin tônica. Segundo os jornais “La Vanguardia” e “El Periódico”, com a alegação de embriaguez, a advogada Inés Guardiola sustentaria que o acusado “não tinha plena consciência do que fez”.

“Quando cheguei em casa, lembro que ela (a esposa Joana Sanz) estava em casa na cama e dormi na sequência. Sim, estou dizendo o mesmo que das outras vezes. Soube pela imprensa que estavam me acusando… Estava praticamente arruinado porque tive todos os meus contratos rompidos, contas bloqueadas – disse o jogador, no momento em que se emocionou no tribunal.

Argumentos opostos

Ao longo de três dias de julgamento, o juiza também ouviu a advogada da denunciante, Ester García. A profissional criticou Daniel Alves, a quem apontou ter “se colocado numa posição totalmente de vítima”. Além disso, reiterou que havia um cenário de violência e pediu a pena máxima, 12 anos de prisão.

“Não é não. Ela disse ‘quero ir já’. Ele sabia que ela não queria pois ela tinha manifestado. Ele deu tapas na cara. Ato de humilhação”, declarou a advogada de acusação.

Por outro lado, a advogado do brasileiro, Inés Guardiola pediu por sua absolvição, assim como a liberdade condicional. Durante suas falas, ela afirmo que a dança “cada vez mais juntos” manifestava o “interesse e atração” da mulher. Outro ponto destacado pela profissional foi que pelas posições descritas pela denunciante na relação no banheiro, era “impossível” a única impressão digital dela encontrada na cisterna. 

“A violência descrita pela denunciante na penetração é incompatível com a prova pericial médica. Nenhum ferimento nas suas genitais interna ou externa. Corrobora que a relação sexual foi consentida.(…) Não tinha nenhuma vermelhidão nem sinal (no rosto). É incompatível com a mecânica que descreve. (…) É essencial avaliar o comportamento anterior para avaliar o consentimento”, apontou a advogada de Daniel Alves.

Outras etapas do julgamento

Ao longo da audiência, o tribunal ouviu os depoimentos de profissionais da medicina forense, que confirmaram a identificação de DNA de Daniel Alves no corpo da denunciante. Contudo, um grupo de cinco médicos que atendeu a mulher divergiu em alguns pontos.

Um dos pontos levantados foi a falta de lesão vaginal. Um dos médicos ressaltou que sexo não consensual não necessariamente provocaria ferimentos na região. Outra médica citou que a denunciante apresenta sintomas relacionados a estresse pós-traumático, inclusive ficando “muito nervosa ao escutar alguém falar português”.

Por fim, psicólogos indicaram que o uso de bebida alcoólica “pode ter tido um comprometimento significativo das faculdades volitivas e cognitivas, diminuição do estado de alerta e incoordenação motora”. No entanto, o jogador “podia distinguir o bem do mal” e “sabia o que estava acontecendo”. O momento em que foram analisados os vídeos, a imprensa não ficou no local.

Entenda os próximos passos

No momento, não há prazo definido para a apresentação da sentença final. Por outro lado, a imprensa espanhola indica que a decisão pode sair dentro de um mês. Porém, ainda cabe recurso no Tribunal de Apelação, de acordo com a instância da Justiça espanhola.

Cabe salientar que a Justiça impôs a Daniel Alves o pagamento de € 150 mil (R$ 801 mil) caso seja condenado, a título de danos morais e psicológicos. O valor, portanto, serviria como atenuante de pena. Ele foi preso preventivamente em 20 de janeiro de 2023 e teve quatro pedidos de liberdade provisória negados pela Justiça da Espanha. O brasileiro cumpre a prisão preventiva no Centro Penitenciário Brians 2, nos arredores de Barcelona, para onde voltará à espera do veredito.

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Jogada10
postado em 07/02/2024 19:54
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