Pois é. Enquanto o elenco milionário do Flamengo passeia pelos parques da Flórida – The Sunshine State – os juvenis passam imensas dificuldades, principalmente pela inexperiência, nos estádios do Norte-Nordeste. O empatezinho safado de 1 a 1 com o Nova Iguaçu é o primeiro passo para entregar a Taça Guanabara e o tricampeonato estadual ao Fluminense.
O Flamengo comete um erro absurdo ao antecipar o aproveitamento de meninos em formação, alguns sem barba, no time principal, em jogos que valem três pontos e título importante. Pior, o clube consegue convencer o torcedor, que à flor da paixão engole quase tudo, que esse procedimento é o mais correto. Pois, pois na prática, poucos garotos sobreviverão à pressão. Basta consultar o comportamento semelhante em anos anteriores. Raros brilharam entre os profissionais. Na realidade, tudo isso é de uma grande irresponsabilidade. O Flamengo trata campeonato como amistoso e amistoso como campeonato.
Aliás, nada a ver com esse joguinho em João Pessoa. Os cartolas do Rubro-Negro ainda não explicaram qual é o planejamento a ser executado ao longo da maldita Copa América – 20 de junho a 14 de julho nos Estados Unidos. Competição que levará um punhado de jogadores, brasileiros e estrangeiros ao longo das disputas do Brasileiro, Copa do Brasil e da Libertadores. E que poderá determinar o fracasso total do Flamengo em 2024. Já basta 2023.
Primeiro tempo do Flamengo
O primeiro tempo de hoje na Paraíba foi uma típica pelada do Aterro.Nela, o Flamengo, dada a fragilidade, e o Nova Iguaçu, efetivamente limitado, precisaram de uma falha grotesca para tirar o zero do placar. Aos 35 minutos, Sérgio Raphael deu um chutão para frente, e Gabriel Noga, que tinha a bola dominada, resolveu fazer bonito. Assim, perdeu a bola para Carlinhos, que jogou na rede, encobrindo Matheus Cunha, sem muito trabalho: 1 a 0. Um gol, diante do que se viu, representou uma dádiva para o editor de imagens.
O time laranja voltou para a etapa derradeira recuado, visando segurar a vantagem. O que parecia simples, pois à exceção de um raro brilho individual – a máscara estilo Jason, de Lorran, atrapalha bastante o apoiador – ou de um contra-ataque fatal da equipe da Baixada, a possibilidade de mudança no cenário era improvável. Aos 15 minutos, o Nova Iguaçu fez mais duas substituições, para reforçar a marcação. E acabou fazendo a bobagem de respeitar excessivamente a camisa do adversário. Se decidisse atacar, para liquidar a fatura, como se dizia em outros tempos, ganhava o jogo.
Mas preferiu ficar encolhido, e aos 23, confirmando uma das previsões, Thiago Fernandes saiu driblando na grande área. Assim, bateu no momento correto para igualar: 1 a 1. Até que os imberbes correram e procuraram justificar a responsabilidade de jogar o Estadual. Mas está não é exatamente a tarefa deles, e sendo assim, o empatezinho vulgar, nas circunstâncias, até que ficou de bom tamanho.
A propósito, para que se tenha uma idéia de como o Flamengo é gigante – e não sabe aproveitar a sua fora, para ressaltar que o Almeidão estava quase cheio, e que o Nova Iguaçu considerou, pelo recuo e pela cera, o 1 a 1 um ótimo resultado.
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