Como já foi dito, o grande barato do futebol é a eterna possibilidade da surpresa, o que está ocorrendo com o Flamengo na Copinha. Afinal, o time de garotos, quase sem reservas – desta vez eram só cinco na linha – está superando todas as fases. Agora, ao chegar às semifinais, despachou o Aster, nos pênaltis, após 1 a 1 no tempo regulamentar. Há momentos em que é ótimo, para o comentarista, fazer previsões equivocadas. Esta foi uma delas.
A equipe do Rio em momento algum mereceu perder a partida. Afinal, jamais esteve em plano inferior. Pelo contrário, teve personalidade por todo o tempo, e com um pouquinho mais de vivência – e fôlego – no futebol teria vencido em 90 minutos. O grande herói do dia foi o goleiro Lucas Furtado, cujo ídolo é o tcheco Peter Cech. Ele defendeu dois pênaltis, mantendo, ao fim das cobranças, o placar de 4 a 3. O Flamengo enfrenta o Cruzeiro. Dois fatos importantes: o duelo foi excelente, e o cidadão que abriu o placar – número sete, Gabriel Martins, foi o mesmo que errou a última cobrança.
O Flamengo começou melhor, tentando cadenciar o jogo. Já o Aster disputava uma final de Copa do Mundo, querendo impor o ritmo forte, dividindo todas com algum exagero, tanto que ganhou três cartões amarelos – um passível de expulsão – e o Rubro-Negro, nenhum.
O problema é que o time carioca não conseguia acertar o último passe, e nas raras ocasiões que finalizou não o fez com acerto. O adversário, pelo contrário, teve a felicidade de achar um gol, num arremesso correto de Gabriel Martins, aos 20 minutos. A torcida do Aster – umas 300 pessoas que devem odiar o Flamengo – teimavam em incendiar a equipe paulista. Aliás, teve um mínimo de capacidade para segurar a vantagem, pois a equipe carioca, mesmo errando em alguns fundamentos, jamais deixou de procurar o empate.
Flamengo volta bem no 2º tempo
O grande desafio de Raphael Bahia, no intervalo, era o de dar maior experiência aos meninos, e um puxão de orelhas em Wallace Yan, que sabe jogar, mas vestiu a máscara do Lorran, prejudicando o andar da carruagem, dado que o entusiasmo do Aster seria maior na etapa derradeira.
Na realidade, parece que Bahia soube empurrar a garotada para a realidade, pois eles voltaram pressionando, empataram aos três minutos, em bela cabeçada de Welinton, continuaram dominando o jogo, e só não viraram o placar porque, como dito, o adversário, que ficou meio assustado na etapa derradeira, conseguiu equilibrar no aspecto físico, com um punhado de substituições, até levar para os pênaltis, nos quais o Flamengo de Lucas Furtado, que não errou nenhuma cobrança, venceu por 4 a 3, encerrando o festival de emoções que poucas partidas de categoria de base entregam.
Raphael Bahia, aproveite e mande os teipes dos jogos para Vitor Pereira, o gênio lusitano que jogou o Flamengo na lama em 2023, para que esse infeliz saiba o a força e o poder do clube que teve nas mãos. Aliás, ninguém torce para o Aster. Torce, sim, contra o Flamengo.
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