Por Leonardo Pereira*
O portentoso Campeonato Carioca começa, enfim, nesta quarta-feira (17). A data também marca o reencontro do Botafogo com sua torcida. É como se o algoz obrigasse a vítima a vê-lo constantemente. Ou seja, um relacionamento tóxico, abusivo e irracional. Nas redes sociais, em tom de ameaça, o clube anuncia o confronto contra o Madureira, pela primeira rodada do Estadual, no Estádio Nilton Santos.
Internamente, a SAF vê 2023 como ano de evolução. Quinto lugar no Campeonato Brasileiro! Uh Huh! Drones, pirotecnia e camarote regrado para celebrar! Com este resultado, o Botafogo só poderia desejar a seu fiel torcedor, no dia 31 de dezembro, uma boa “virada”. Afinal, não houve um 3 a 0 que tornou-se 4 a 3 nesta bela trajetória do Mais Tradicional no torneio. 3 a 1 para 4 a 3? Tampouco. O raio só bate uma vez no mesmo lugar.
John Textor é outro que tem motivos para sorrir. Valorizou o goleiro Perri e o zagueiro Adryelson, viu os seus maiores ativos chegarem à Seleção Brasileira e, no fim do ano, claro, os colocou no Lyon (FRA), clube que está no topo das prioridades da Eagle Holding. Quem pensa que o magnata norte-americano tem o Botafogo no topo da pirâmide do conglomerado é, no mínimo, ingênuo.
Botafogo e o trauma irrecuperável
Ironias e algumas verdades incômodas à parte, o time do ano passado proporcionou a maior decepção esportiva na vida dos botafoguenses. A equipe destruiu a saúde mental de muita gente. Quem tem o coração preto e branco carrega consigo sequelas. Um trauma, portanto, irrecuperável.
Desnecessário lembrar, com detalhes, tudo o que passou. Inúmeras vezes revistamos a tragédia. Mas é sempre bom enfatizar: a dor de perder o Campeonato Brasileiro é exclusiva da torcida. Os jogadores assinam novos contratos. Os dirigentes alcançaram suas metas. Textor conseguiu reforçar o Lyon e o RD Molenbeek (BEL)… Mas é o alvinegro que sai às ruas e ouve a fatídica pergunta:
“E o Botafogo?”.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10
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