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Guia do Candangão 2024: o que você precisa saber sobre a 65ª edição

Vem aí a 65ª edição do Campeonato do Distrito Federal. Conheça os 10 candidatos ao título e saiba o que esperar da disputa que começa neste fim de semana

Imagine-se na Praça dos Três Poderes. Em meio aos imponentes monumentos arquitetados pelo carioca Oscar Niemeyer, outra obra chama a atenção. É preciso erguer o pescoço para admirá-la. Os oito metros de altura da escultura Os Candangos, do paulista Bruno Giorgi, são um convite à história. Também um apelo para entender o passado, como homenagem aos operários Expedito Xavier Gomes e Gedelmar Marques, mortos soterrados durante a construção de Brasília, e símbolo da materialização dos esforços diários do povo da capital federal nos diversos campos — incluindo os de futebol.

Qualquer semelhança entre a escultura de Bruno Giorgi e o esporte mais popular do país pode não ser mera coincidência. O ano é 1959: o paulista de Mococa conclui a arte e os gramados do quadradinho vivem a primeira edição do Campeonato do Distrito Federal. Começou como torneio amador, mas nunca deixou de ter valor. De 1964 a 1975, alternou-se entre duas disputas: uma fiel às raízes da várzea e outra considerada profissional. A consolidação da qualificação do nível técnico, porém, só foi decretada em 1976. De lá para cá, muitos se alternaram no poder dos gramados da capital.

Assim como os trabalhadores responsáveis por construir Brasília, o futebol local se orgulha da receptividade. Equipes de Goiás e Minas Gerais ousaram cruzar as divisas e disputar o torneio. Vencê-lo é outra história. Somente o Luziânia, em 2014 e 2016, ostenta o feito de "forasteiro" campeão. Dois mil e oitenta e seis dias depois, o cenário é totalmente diferente. Nenhum clube do Entorno tem credencial para a disputa. Esqueça clubes como o próprio Igrejinha, Paracatu-MG e Formosa-GO. Agora, a disputa é realmente exclusiva entre representantes das fronteiras do Distrito Federal.

Pela segunda vez em 23 anos, o Candangão tem somente clubes nascidos na capital. A 65ª edição do torneio oferece outro ingrediente: briga de vizinhos. Somente Planaltina e Real Brasília não disputam partidas contra "inimigos íntimos". Pouco mais de 8km separam os estádios de Brasiliense e Samambaia, times de duas das três regiões mais populosas do DF. A distância é ainda mais curta entre Ceilândia e Ceilandense; e Paranoá e Capital. O Coruja foi fundado no Guará, mas fortalece os laços com o povo do "rival". Gama e Santa Maria também entram na lista.

A proximidade entre os estádios disponíveis para as disputas é uma outra peculiaridade. Até o momento, seis palcos estão aptos a receber, pelo menos, os 45 jogos da primeira fase: Abadião (Ceilândia), Bezerrão (Gama), Defelê (Vila Planalto), JK (Paranoá), Rorizão (Samambaia) e Serejão (Taguatinga). O Correio Braziliense calculou a distância média entre as casas dos clubes em um raio de 9,4km. Partindo do Paranoá, o deslocamento total até o outro extremo, no Gama, passando pelas outras praças, é de 56,4km.

A maioria dos inscritos nesta edição tem uma sede fixa. O termo "casa própria" pode não se encaixar, porém a afinidade é o sentimento de Ceilândia, Ceilandense, Brasiliense, Gama, Santa Maria, Capital, Real Brasília e Samambaia com as arenas solicitadas. As exceções à regra são Paranoá (mandará jogos na Vila Planalto) e Planaltina (ainda avalia endereços).

Alcançar o prestígio local também oferece a chance de desbravar o Brasil. Campeão e vice terão o direito de disputar a Série D do Brasileirão de 2025. Caso Brasiliense ou Real Brasília terminem em primeiro ou segundo no Candangão e saltem da quarta para a terceira divisão do país, a vaga será aberta para a outra dupla semifinalista.

Confira o perfil de todos os clubes que disputam o Candangão:

*Estagiários sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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