Não demorou um mês após a morte para a herança de Mário Jorge Lobo Zagallo virar uma guerra familiar. E isso tem dois motivos especiais: o primeiro é que o testamento foi aberto por Mário César cinco dias após o falecimento e o segundo é que ele também foi o único beneficiário dos bens do ex-jogador, que morreu no dia 5 de janeiro, aos 92 anos. Três irmãos ficaram fora da lista.
O jornalista Léo Dias foi o primeiro a informar sobre a guerra familiar em seu portal de notícias. De acordo com o colunista de fofoca, Zagallo teria feito uma doação e descreveu ser da “sua própria vontade” destinar os bens para um único filho. Marília Emília, Paulo Jorge e Maria Cristina, afinal, ficaram fora da lista de beneficiários.
Aliás, ainda de acordo com o portal, o filho de Zagallo Mário César teria impedido que os irmãos visitassem o pai e ainda passou a administrar as finanças do ex-jogador. Ele, aliás, teria endossado a venda do patrimônio do Velho Lobo, calculado em torno de R$ 15 milhões.
Advogados dos filhos “esquecidos” de Zagallo dão versão
Os advogados Anelisa Teixeira e Daniel Blanck, que representam Paulo Jorge, Maria Emília e Maria Cristina, deram a versão sobre o caso. De acordo com os defensores, Mário César impediu acesso dos outros filhos ao pai e fez Zagallo acreditar que teria sido abandonado, “o que levou a fazer doações milionárias a Mario Cesar, além de o beneficiar com o testamento em detrimento dos demais filhos”.
Aliás, eles esclareceram ainda que foram verificados saques na conta de Zagallo “em quantias incompatíveis com o padrão de vida de um idoso”.
Carreira vitoriosa
Nascido na cidade de Atalaia, em Alagoas, em 9/8/1931, Zagallo veio para o Rio de Janeiro e começou a jogar nas divisões de base do America, onde ficou até 1949. De 1950 a 1958, defendeu o Flamengo. Pouco depois de ser campeão da Copa do Mundo da Suécia, seguiu para o Botafogo, onde ficou até 1965, quando encerrou a carreira de jogador.
Zagallo treinador
Logo no ano seguinte, 1966, passou a ser técnico do próprio Botafogo, fazendo muito sucesso e chegando a ser treinador da Seleção Brasileira, onde foi campeão da Copa do Mundo de 1970.
Como treinador, ele comandou os quatro grandes do Rio – Fluminense, Flamengo (3 vezes), Botafogo (3 vezes) e Vasco – além de Bangu. Também fez sucesso no mundo árabe, treinando as seleções do Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Velho Lobo nas Copas
Além da Copa de 1970, treinou a Seleção Brasileira nas Copas de 1974 e 1998. E foi coordenador de Carlos Alberto Parreira nas Copas de 1994 e 2006. Ao todo, participou de sete Copas do Mundo pelo Brasil. Como jogador foi campeão em 1958 e 1962; como treinador, ganhou o título de 1970, foi vice em 1998 e ficou em quarto lugar em 1974. Como coordenador técnico, foi campeão em 1994 e caiu nas quartas na Copa de 2006.
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