Dizem que os gatos têm sete vidas. O mito, cuja origem vem lá da Idade Média, ganhou força no imaginário popular porque os felinos são inteligentes, intuitivos, sagazes e com uma destreza incomum para tomar decisões. A descrição conduz rapidamente a um jogador no elenco do Botafogo: Gatito Fernández, craque da galera na vitória do Glorioso sobre o Madureira por 1 a 0, na última quarta-feira (17), no Estádio Nilton Santos, pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Na votação das redes socias do clube, o goleiro desbancou Jeffinho, o autor do gol.
Por tudo o que já atravessou, Gatito pode estar em sua última vida no Botafogo. Na sétima temporada no clube, número, aliás, cabalístico, o paraguaio já começa o ano com uma grande atuação e “ameaça” colocar um ponto de interrogação na cabeça do técnico Tiago Nunes. John, ex-Santos e Internacional, veio para ser titular e já tem o nome no BID para assumir esta condição na partida de sábado (20), contra o Bangu, no Colosso do Subúrbio. No entanto, nesta primeira etapa no Mais Tradicional, terá de conviver com a sombra de um ídolo.
Nunes, se seguir a hierarquia, ouvir as tribunas e pensar na meritocracia, mantém Gatito entre os titulares no fim de semana. A torcida pede o paraguaio entre os 11 iniciais desde o fim de 2023. Porém, o técnico sinalizou com um rodízio no Estadual, cenário que favorece John, oito anos mais novo e com uma passagem recente pela Europa (Real Valladolid, da Espanha, clube de Ronaldo Fenômeno).
Idolatria intacta no Botafogo
Gatito, no atual elenco, é quem melhor conhece os meandros do Botafogo. Afinal, já viveu a delícia de ser campeão como um dos heróis e a dor de ser rebaixado, sem conseguir ajudar. Nos últimos anos, perdeu protagonismo por conta de uma sequência de duas lesões. Em setembro de 2020, ficou fora de ação em razão de um edema ósseo no joelho direito. O jogador guarani retornou somente em 2022, depois de ver o time voltar à Série A de camarote. No fim do ano, mais uma pancada. Desta vez, uma luxação no ombro esquerdo.
Duas contusões graves e duas cirurgias. Gatito, em 2023, foi relegado ao posto de reserva, com a ascensão de Perri, hoje, no Lyon (FRA). Jogou somente a fase de mata-mata Sul-Americana quando a ordem era poupar os titulares para o Brasileirão. Agora, retoma, enfim, o seu lugar de ídolo e de alguém extremamente identificado com o clube. E até pode estender sua última vida, pois 35 anos não é uma idade tão elevada para alguém da única posição onde não nasce grama.
“Estou há muito tempo, sei o que é o Botafogo, por isso, me emocionei (após o jogo contra o Madureira. Agradeço a Deus pela oportunidade de estar jogando e pela vitória. Não foram nem dez dias de treinamento, contra um adversário que já treina há algum tempo. Agora é descansar e recuperar nossa força para o jogo de sábado. Queremos continuar na sequência de vitórias”, disse o Gato.
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