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Grana, reestruturação e fracasso: veja o desempenho das SAFs no Brasil em 2023

Arena MRV foi inaugurada esse ano e repassada para os donos da SAF

Bahia – City Football Group (90%)
Botafogo – John Textor (90%)
Coritiba – Treeecorp investimentos (90%)
Cruzeiro – Ronaldo Fenômeno (90%)
Cuiabá – Família Dresch (100%)
Vasco – 777 Partners (70%)

* O América-MG já aprovou o modelo de SAF, mas só agora está perto de definir um investidor. Portanto, na queda recente para a Série B, não houve interferência empresarial na gestão. Já o Bragantino, desde 2019, é comandado pela Red Bull, marca de energético. No caso, houve a transformação em clube-empresa, com direito à mudança no nome e no escudo. 

Coritiba

Rebaixado para a Série B, o Coritiba começou com o pé esquerdo a nova era no clube. Porém, não é possível culpar a gestão da Treecorp, afinal, o acordo por 90% das ações foi assinado no fim de junho. A empresa tentou mudar o cenário na janela de transferências do meio do ano, com oito reforços. Mas pouquíssimos renderam, e o trabalho terá de recomeçar com menos receitas em 2024.

No contrato, estão previstos investimentos na ordem de R$ 1.1 bilhão, em dez anos, com R$ 450 milhões à disposição do futebol e cerca de R$ 500 milhões para a reforma geral do Estádio Couto Pereira. Um dos sócios da Treecorp é o famoso empresário Roberto Justus.

Cruzeiro

Sob a caneta de Ronaldo Fenômeno, o Cruzeiro também teve um ano de muita oscilação e terminou o Brasileirão em 14o lugar. Diante da grave crise dos últimos anos, os investimentos ainda não são vultuosos. Dono da SAF, o ex-atacante prefere “arrumar a casa” primeiro e diz que isso vai levar tempo. Por outro lado, a administração já cogita vender uma parte dos 90% adquiridos.

A previsão para a próxima temporada não é de muita evolução nos aportes. No entanto, ao menos a Raposa se classificou para a Copa Sul-Americana e, enfim, volta a disputar um torneio internacional depois de quatro anos.

Cuiabá

Primeira SAF do país, de 2021, o Cuiabá vive seu melhor momento. Com uma gestão sólida desde que clube-empresa, manteve-se na Série A pelo terceiro ano consecutivo, vai jogar a Copa Sul-Americana e tem cada vez mais força no mercado para segurar, ou vender a preço alto, seus destaques, como o lateral-esquerdo Rikelmi, o volante Denílson e o atacante Deyverson.

Vasco

A temporada do Vasco terminou com o alívio pela permanência na elite e com boas vitórias sob o comando de Ramón Díaz. Porém, ninguém ficou satisfeito com o 15o lugar. Desde que a 777 Partners assumiu, os salários estão em dia, e os investimentos foram acima de R$ 110 milhões em 2023, mas nada disso garantiu bons resultados no primeiro semestre. Assim, o diretor esportivo da SAF, Paulo Braks, foi demitido. Em seu lugar, chegou Alexandre Mattos, que goza de prestígio e vários títulos em âmbito nacional nos últimos dez anos.

Josh Wander e seus sócios, entretanto, encaram acusações de que a empresa não tem condições de manter tantos clubes. Inclusive, o aporte mais recente atrasou por mais de um mês. Para a próxima temporada, espera-se que o futebol receba a injeção de R$ 260 milhões.

O advogado José Francisco Manssur, coautor do texto original da Lei da SAF, celebrou .

“Superou muito nossas expectativas o número de clubes que já constituíram a SAF ou estão discutindo o assunto nos seus conselhos deliberativos ou entre os sócios. Assim como a demanda reprimida de investidores nacionais e estrangeiros procurando clubes brasileiros para investir, o que não acontecia mais com as associações. Inclusive clubes e investidores assessorados por consultorias econômicas e escritórios de advocacia importantes”, disse Manssur.

Na Série B, o Novorizontino é SAF e por muito pouco não subiu para a Série A pela primeira vez em sua história. Ficou em quinto lugar

Clubes que estudam virar SAF

Por sinal, tem mais gente de olho nessa mudança para angariar mais investimentos. São os casos do Flamengo, Fluminense e Fortaleza. Todas as essas diretorias já declararam publicaram que desejam ter um parceiro a longo prazo, mas sem entregar a majoridade das ações. Ou seja, a “venda” seria em torno de 15% a 30%, mantendo, assim, o poder de decisão.

“O Fluminense faz um estudo há mais de um ano com o Banco BTG. É o nosso assessor nesse assunto. Estamos em fase de análise de dívida. Não temos projeto de fazer SAF com venda de controle. Pode ser SAF, busca de investidor… se for SAF, seria como minoritário e não majoritário, como é por exemplo no Botafogo, Vasco e Cruzeiro, de entregar o controle de uma instituição mais que centenária. O Fluminense precisa de investidor para dar um salto maior do que já deu, mas com essa preocupação de não entregar o controle”, avalia o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt.

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