O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para eventos da Liga Nacional de Basquete (LNB) entrou em cena no caso de racismo ocorrido no jogo entre Cerrado e Minas no Novo Basquete Brasil (NBB). Na tarde desta terça-feira (12/12), a corte agendou um julgamento para aprofundar a investigação da acusação do armador Matheus Buiú, do time candango, contra o argentino Nícolas Copello, da equipe mineira. A audiência vai ser realizada em 19 de dezembro.
No encontro entre os clubes no NBB, Matheus Buiú afirmou ter sido ofendido por Copello com declarações de cunho racista. A situação ocorreu nos minutos finais do compromisso vencido pelo Cerrado Basquete. O armador da equipe brasiliense foi interpelado em quadra pelo argentino. Em determinado momento da conversa, Nícolas teria chamado o adversário de "negro de m....". Um boletim de ocorrência do caso foi registrado, em Belo Horizonte.
Copello foi indiciado com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A regulamentação versa sobre praticar ato discriminatório, desdenhoso e ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou com deficiência. Se condenado pelo órgão esportivo, o argentino pode pegar até 10 partidas de suspensão, além de arcar com uma multa de até R$ 100 mil.
Outros jogadores envolvidos no caso foram intimados. Citado por Matheus Buiú com um dos participantes da discussão após a denúncia do caso à arbitragem, o ala/pivô Gemerson Barbosa, também do Minas, responderá pelo artigo 257 do CBJD. O código fala sobre participar de rixa, conflito ou tumulto, durante a partida, prova ou equivalente. O jogador da equipe mineira pode pegar um gancho de até 10 partidas de suspensão na competição nacional.
Mandante da partida do NBB contra o Cerrado, o Minas também foi denunciado pela procuradoria do STJD da LNB. O clube está incluso no artigo 213 sobre deixar de tomar providências para reprimir desordens em praça esportiva, invasão de campo ou lançamento de objetos no local de disputa. Pivô do Cerrado, Ítalo Honorato foi indiciado nos códigos 257 e 258. As tipificações versam sobre assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva.
A audiência será virtual, a partir das 18h. Além dos jogadores indiciados, o STJD ouvirá testemunhas. Além de Matheus Buiú, o Dr. Saulo Ventura, médico da Unimed, o árbitro Davi Geovani Ferrugini de Souza, a coordenadora Lilian Cristina Lopes, o atleta do Cerrado Davi Rosseto e o membro da comissão técnica da equipe candanga Michael Rossi foram convocados pela Procuradoria do órgão desportivo da LNB.
O autor da denúncia do caso entre Buiú e Copello é o procurador-geral do STJD da LNB, Dr. Luis Guilherme Krenek Zainaghi. A auditora relatora Dra. Thais Xerfan Melhem Morgado conduzirá o julgamento.
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