Basquete

Vídeo: Arbitragem de Minas x Cerrado seguiu jogo mesmo com racismo

Imagens mostram indignação de Matheus Buiú após conversa com Nicolás Copello e briga iniciada por jogador do Minas; Protocolo Antirracista da liga, ainda em testes, foi aplicado apenas após o apito final

A vitória do Cerrado sobre o Minas, pelo 12º jogo de ambos times no Novo Basquete Brasil (NBB) 2023/2024 segue a render. Infelizmente, não por um bom motivo: o caso de racismo sofrido pelo armador Matheus Buiú, da equipe candanga, exige uma apuração e uma análise desde o ponto de vista penal, após termos proferidos pelo também armador do time mineiro, o argentino Nicolás Copello.

As imagens geradas pela Liga Nacional de Basquete (LNB) mostram uma ótica direta de como tudo começou no lance final de partida. Sem que se perceba o teor da conversa relatada pelo jogador alviverde — que deu sua versão ao Correio nesta quinta-feira (7/12) — tudo levava aos lances livres de Gui Santos, prestes ao final de jogo, antes da denúncia diretas do atleta ao trio de arbitragem e à mesa de súmula.

Os árbitros Fabio Kover, Davi Geovani Ferrugini de Souza e Luiz Felipe Ferreira de Jesus demoraram 12 segundos desde a fala para se reunir no centro de quadra e parar o jogo brevemente antes das cobranças do camisa 8 brasiliense. Então, o confronto parou por dois minutos e a partida seguiu e o time mineiro ainda teve um arremesso desesperado antes da conclusão do jogo, buscando a vitória em dois segundos.

Com isso, o Protocolo Antirracista gerado pela entidade reguladora não foi diretamente aplicado, uma vez que segue em fase de testes. As recomendações da novidade da liga foram utilizadas depois da partida, quando a coordenadora geral do Departamento Técnico da LNB, Lilian Gonçalves, recebeu o relato do camisa 14. O mesmo ainda relatou a situação aos companheiros no banco de reservas, que lhe passaram a defender durante as comemorações no fim do jogo.

Enquanto os cerradistas se juntavam no centro da quadra da Arena UniBH, o ala Gemerson empurrou jogadores da equipe adversária. De costas para o rival, o ala-pivô Maicon Douglas buscou uma resposta, mas foi detido por falas e empurrões de companheiros, do auxiliar Michael Swioklo, o Mika, e do técnico Régis Marrelli. Passadas as tensões, o treinador falou com o trio de arbitragem antes que os times deixassem a quadra. Ainda houve aplausos da torcida para o clube mineiro.

Após a partida, Matheus Buiú registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia de Belo Horizonte. O mesmo será repassado pela Liga Nacional à justiça desportiva. A repercussão nacional teve apoio de diversos times ao jogador do time da capital federal. Até mesmo o Brasília e a sua organizada, a Torcida Uni, fizeram posts a favor do armador. Além dos rivais de cidade, o Fortaleza/Basquete Cearense, União Corinthians e Vasco também prestaram apoio de forma oficial ao atleta alviverde.

*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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