São Paulo — Duzentos e trinta e cinco dias depois da disputa de 380 jogos distribuídos em 38 rodadas, o prêmio mais antigo do país apontará os melhores jogadores da Série A em 2023. Lançada em 1970 pelo jornalista Michel Laurence e o repórter fotográfico Manoel Costa, ambos inspirados na Bola de Ouro da revista France Football, a Bola de Prata saiu do papel na capa da revista Placar e mudou de mãos em 2016. A ESPN assumiu com exclusividade a festa de gala e estenderá o tapete vermelho aos eleitos no evento marcado para hoje, a partir de 12h30, com transmissão do canal de tevê por assinatura e no streaming via Star +. A cerimônia deste ano terá duração de 1h30 e será temática: abordará o impacto da inteligência emocional no esporte.
Três anos depois do início da Bola de Prata, entrou em cena a Bola de Ouro, prêmio máximo dedicado ao melhor jogador da Série A. O sucessor do meia Gustavo Scarpa no evento desta quinta-feira será premiado na celebração dos 50 anos da distinção. Dos seis jogadores eleitos número 1 do mundo pela Fifa e/ou France Football, quatro conquistaram a maior recompensa da elite nacional: Romário (2000), Kaká (2002), Ronaldinho Gaúcho (2012) e Marta (2018).
O vencedor de 2023 é mantido em sigilo, mas há especulações. Luis Suárez encantou com a camisa do Grêmio. Paulinho tem a favor de si a artilharia isolada do Brasileirão com 20 gols, nenhum deles em cobrança de pênalti. O jovem brasiliense Endrick virou o protagonista do Palmeiras. Aos 17 anos, foi o goleador do clube na conquista do 12º título com 11 bolas na rede.
Candidato ao prêmio, Endrick pode igualar o feito de outros jogadores nascidos no Distrito Federal. Além de Kaká, o atacante Amoroso levou a premiação máxima para casa na edição de 1994. “A Bola de Ouro te dá uma sensação de dever cumprido durante uma temporada que a gente sabe que é muito difícil começar e terminar em alto nível. Pode ter ganhado o prêmio em 1994, jogando pelo Guarani, um time do interior do Brasil, tem um valor muito especial. Foi imenso na minha carreira porque eu conquistei com apenas 19 anos. Guardo com muito carinho porque não é para qualquer um”, afirmou Amoroso. O ex-jogador é comentarista da ESPN.
O historiador e comentarista Celso Unzelte lembra de jogadores clássicos vencedores da Bola de Ouro. “O Bola de Ouro de maior destaque só pode ser um daqueles que ganharam o troféu mais vezes (duas cada um). Fico com o Zico, vencedor em 1974 e em 1982. Além dele, também ganharam duas Bolas de Ouro o Falcão (1978 e 1979), o Toninho Cerezo (1977 e 1980), o goleiro Roberto Costa (1983 pelo Athletico-PR e em 1984 pelo Vasco) e o César Sampaio (1990 pelo Santos e 1993 pelo Palmeiras)”, comenta o jornalista.
A eleição dos melhores jogadores por posição é elaborada de duas formas. Jornalistas da ESPN assistem in loco a todos os jogos do Brasileirão e atribuem notas de 0 a 10. As menções compões 60% da pontuação. Os outros 40% são calculados a partir de um algoritmo desenvolvido programado para analisar mais de 100 estatísticas de performance de cada jogador.
A Bola de Prata também escolherá no evento desta quinta-feira o melhor técnico do ano nas categorias masculino e feminino, a melhor jogadora da temporada e entregará um troféu diferente batizado de “reflexões” referente a pessoas com deficiência.
*O jornalista viajou a convite do Grupo Disney/ESPN