O sonho de criança em crescer no futebol e se tornar campeão em um time profissional se tornou realidade para alguns sonhadores nesta quarta-feira (6/12). O Palmeiras se consagrou campeão brasileiro pela 12ª vez e deu às Crias da Academia — apelido dado aos atletas das categorias de base alviverdes — a primeira taça da carreira como grande vitrine para uma trajetória maior, com um título desta expressão.
Entretanto, a incorporação dos novos atletas não se deu da forma mais romântica. Sem tantas reposições no elenco após as vendas de Gustavo Scarpa e Danilo e o empréstimo de Miguel Merentiel — incluindo um mercado nulo no inverno —, a comissão técnica não teve maior remédio que repor tais peças com uma categoria de base eficiente e vencedora em diversas faixas etárias e competições nos últimos tempos, incluindo o bicampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior neste ano.
O aparecimento gradual desses jogadores tinha o receio da pouca experiência por parte do técnico Abel Ferreira, que demorava em arriscar pela juventude nos duelos importantes. No intervalo do jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, contra o São Paulo, trocou Dudu por Luís Guilherme. O cansaço geral culminou na virada tricolor, em um dos jogos mais importantes do rival de bairro na campanha da taça inédita.
Na semifinal de volta da Libertadores, contra o Boca Juniors, o mesmo jogador foi um dos quatro atletas de base a também entrar para tentar virar o 1 x 0 parcial dos argentinos. Kevin, Fabinho e Endrick também foram a campo, mas não conseguiram reverter o cenário a tempo, caindo nos pênaltis. A presença em todos os setores, somada às críticas do treinador pelas demoras nas apostas, fez desta alternativa a solução para o Campeonato Brasileiro, a última cartada do ano.
Ao todo são dois goleiros (Kaique e Mateus), um zagueiro (Michel), dois laterais (Vanderlan e Gustavo Garcia), quatro meio-campistas (Fabinho, Jhon Jhon, Luís Guilherme e Gabriel Menino) e dois atacantes (Kevin e Endrick) oriundos das divisões inferiores. Nas vendas, já há o sucesso parcial pela venda de Endrick, feita de forma antecipada ao Real Madrid na virada do ano. Os merengues pagarão cerca de R$ 400 milhões ao clube.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima