Tic-tac, as primeiras horas de 2024 trazem um aviso importante: entramos no ano da maior festa do esporte mundial. De 26 de julho a 11 de agosto, o planeta celebrará a realização da 33ª edição dos Jogos Olímpicos. Porém, antes mesmo desse período, Paris será muito mais do que a capital da França. Cenário perfeito para as jornadas das estrelas de 48 modalidades inscritas no programa, a Cidade Luz será o centro de todas as atenções ao abrir as portas para cerca de 10.500 atletas de mais de 200 países.
Todos farão parte um evento sem precedentes desde o início da era moderna das Olimpíadas, em 1986, em Atenas. A sustentabilidade é um dos pilares e diferenciais da organização francesa. Uma das metas é reduzir pela metade as emissões de carbono em comparação com as médias registradas nas versões de Londres-2012 e Rio-2016. Estratégias ecológicas também foram adotadas em Tóquio-2020, mas sem tantas complexidades devido à ausência de público em decorrência da pandemia de covid-19.
Agora, o retorno dos fãs do esporte propõe um desafio, sobretudo de logística e infraestrutura. Paris evitou trabalhar com grandes construções e direcionou os esforços para oferecer boas condições em pré-existentes, reformados ou temporários. Disputas no "quintal de casa" são algumas das apostas. Um dos cartões postais mais badalados do mundo, o jardim do Campo de Marte, aos pés da Torre Eiffel, terá arena com mais de 10 mil metros quadrados para abrigar diferentes modalidades, como judô e o vôlei de praia, totalmente ao ar livre, próximo à Dama de Ferro.
Competições do hipismo e do pentatlo moderno dividirão o protagonismo com a beleza do Palácio de Versalhes. Palco da final da Copa do Mundo de 1998, da Euro-2016 e de cinco Liga dos Campeões da Uefa, o Stade de France sediará as disputas do atletismo e do rugby sevens. A bola do futebol rolará no Parque dos Príncipes e no Estádio Vélodrome, casas de Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha, respectivamente. Roland Garros será a casa do tênis e do boxe, enquanto a vila de Teahupo'o, no Taiti, está reservada para o surfe.
A possibilidade de conciliar o turismo pelos principais monumentos de Paris e da França com a oportunidade de ver de perto os grandes nomes do esporte mundial resultam em recordes. Até novembro, mais de 7 milhões de ingressos para as Olimpíadas haviam sido comercializados, segundo os organizadores. Caso a meta de 10 milhões de espectadores seja alcançada, a segunda edição de Jogos Olímpicos na Cidade Luz se tornará a mais movimentada da história. Hoje, o pódio é composto por Barcelona-1992 (9,3 mi), Atlanta-1996 (8,3 mi) e Londres-2012 (8,2 mi). O Rio-2016 ocupa a sétima colocação, com 6,5 milhões de público total.
Expectativa
Um dos convites para o evento de gala do esporte está endereçado ao Brasil. Após bater o recorde de medalhas em Olimpíadas com os 21 pódios em Tóquio-2020 — sete ouros, seis pratas e oito bronzes —, a delegação verde-amarela ensaia dar um upgrade na marca. Resultados em campeonatos mundiais e equivalentes oferecem dose extra de otimismo a atletas, comissões técnicas e dirigentes. O país se despediu de 2023 com 20 conquistas desse quilate em 10 modalidades, com quatro títulos, sete vice-campeonatos e nove terceiro lugares.
O aquecimento para Paris-2024 também teve escala em Santiago, no Chile. Lá, os brasileiros disputaram os Jogos Pan-Americanos, obtiveram 205 honrarias e fecharam a campanha com o segundo lugar no quadro de medalhas. As cerejas do bolo foram as 40 vagas garantidas para as Olimpíadas na França. O país entra no ano novo com 143 passaportes carimbados para as disputas. Está permitido sonhar, sobretudo quando se tem uma dupla com Marcus D'Almeida (tiro com arco) e Rebeca Andrade (ginástica artística).
Eleitos os atletas de 2023 no Prêmio Brasil Olímpico, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), eles projetaram ao Correio como seriam a Olimpíada e o 2024 perfeitos. "Com medalhas, medalhas e medalhas em todas as competições, não é? (risos)", inicia Rebeca Andrade, esbanjando bom humor.
"Quero que em todas a disputas, antes e durante os Jogos, eu me sinta feliz e confortável, que meu corpo trabalhe com minha mente e que as coisas ocorram como nos treinamentos. Quero curtir cada dia, cada momento, e que eu viva tudo aquilo, como foi em Tóquio, no Mundial e tudo com a minha equipe. Agora vai ser bem melhor, pois no Japão estivemos só eu e a Flávia", completa a paulista garantida na segunda Olimpíada da carreira.
Campeão mundial do tiro com arco, o carioca de 25 anos é mais pé no chão. "Não sei nem responder. Em 2023, eu não imaginava nem metade disso e o chamo de perfeito. Mas não gosto disso, não gosto dessa pressão e acredito no trabalho e na proteção de Deus. Vamos para a luta. Prefiro deixar o cara lá de cima guiar", ressaltou.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br