COPINHA

Campeão candango sub-20, Gama quer ir longe na Copinha 2024

Com status de dono do título local na temporada 2023 e time do DF com mais participações, clube alviverde sonha em chegar, ao menos, ao mata-mata do torneio nacional

Liderado pelo técnico Jonatan Gabriel, elenco alviverde manteve peças do grupo campeão do Candanguinho e agregou nomes do time sub-17 -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Liderado pelo técnico Jonatan Gabriel, elenco alviverde manteve peças do grupo campeão do Candanguinho e agregou nomes do time sub-17 - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Paulo Martins*
postado em 29/12/2023 06:00

A base do Distrito Federal com maior presença na história da Copa São Paulo de Futebol Júnior volta ao estado do Sudeste para jogar mais uma edição na temporada 2024. Esta será a 15ª aparição do Gama na competição, dando ao time alviverde o status de representante mais frequente da capital desde a estreia do torneio, em 1973. A meta gamense é chegar, pelo menos, na fase mata-mata.

A ida ao maior campeonato de categorias inferiores do Brasil se deu com o título local. A equipe conquistou, em agosto, o Campeonato Candango Sub-20, ao bater o Capital na decisão única, por 1 x 0, no Estádio Mané Garrincha. Assim, 2024 será o segundo ano seguido dos gamenses jogando a competição.

Nem mesmo a perda de titulares altera a ideia de trabalho e a simbiose, como explica o zagueiro Luan. Os meias Gabriel Planta e Pablo Schimaltz, e o atacante Diego Xavier, por exemplo, foram para o Brasiliense. "A gente tem boas peças durante toda preparação para o campeonato, foram integradas opções do sub-17. Sempre tentamos melhorar o entrosamento, ainda mais com as perdas que a gente teve. Estamos reforçados de bons jogadores. Não acredito que vamos mudar muito. Acho que todo o elenco faz parte da defesa, assim como toda a defesa faz parte do ataque. Juntos somos mais fortes. A Copinha vai ser boa para a gente", diz o capitão da equipe.

A circunstância da competição leva aos visitantes um cenário de apoio financeiro forte entre os clubes anfitriões. "Todo ano enfrentamos uma situação diferente. Encontramos muitos clubes ajudados por empresários, montam-se os times, representando as cidades. O grupo está, teoricamente, equilibrado, não vejo favoritos. Mantivemos 95% do plantel campeão. Então, temos uma boa perspectiva", diz o coordenador de base, Neto Almeida.

O gestor segue na função há muito exercida na equipe, agora de forma solitária, depois da confirmação de que o zagueiro Emerson Santos, ídolo alviverde, disputará mais um Candangão profissionalmente, em 2024. "Ele foi convidado para exercer o cargo de diretor de futebol e quis que eu seguisse na coordenação. Trabalhamos em conjunto. Ele se desligou para tomar conta da saúde física, como jogador. Não foi uma baixa, muito pelo contrário: ele é jogador do clube, ainda está por aqui e estamos sempre em contato", explica.

Com duas decisões de base em 2023 (sub-17 e sub-20), o alviverde quer manter o bom retrospecto. "A nova gestão do Gama faz isso certo. Estou no clube desde 2012. A gente crê que, de agora em diante, vamos procurar manter essa hegemonia de chegada às finais. Começamos desde cedo, no sub-11, para que a gente venha a colher frutos mais à frente. Nem sempre ser campeão é o objetivo, mas sim formar jogadores", descreve Neto. A estratégia de evolução dos jogadores locais até o time profissional é uma política conduzida pelos gamenses na montagem da equipe nos últimos tempos.

Craques de casa

A produção caseira no Ninho do Periquito tem rendido uma disputa interna por atletas, principalmente com o técnico Cícero Júnior. "Os jogadores que subiram ao profissional vão ser premiados com essa viagem à Copinha. Talvez o Walmir (José) não vá. O treinador quer que ele fique, mas, ao mesmo tempo, merece que esse jogador vá. Queremos passar de fase, nesse dado momento", esclarece o coordenador das canteiras alviverdes.

Uma das metas da equipe é superar a fase de 32-avos de final, na qual o clube teve a melhor campanha em 2020, ao passar dos grupos pela primeira e única vez na história, se juntando ao Grêmio e eliminando União Mogi e Juventus da Mooca, anterior à queda por pênaltis diante do Tupi de Juiz de Fora. Antes e depois disso, as campanhas de 1973, 1995, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2012, 2013, 2015 e 2023 foram de apenas três jogos.

A missão da vez começa no Grupo 8, sediado em Leme. Os rivais do alviverde na primeira fase serão Lemense, Ceará e Rondoniense. O Gama será o primeiro dos candangos a estrear, na próxima terça-feira, contra os anfitriões, às 19h15.

Cinco perguntas para Jonatan Gabriel, técnico do time sub-20 do Gama:

A atuação no Sub-20 ainda serve de base para o que o time vai apresentar na Copinha?

Uma das grandes felicidades que eu tive na preparação foi manter a base da equipe. O principal dela é o sistema defensivo. Tenho certeza que vamos chegar mais preparados ainda. Além da defesa, alguns jogadores de ataque estão trabalhando com o profissional também. A tendência é que a gente tenha uma evolução grande até a Copinha.

O que achou do grupo? É possível chegar longe?

O Ceará vem como favorito do grupo, por todo investimento que tem, por ser um time de Série B hoje (no profissional), atual campeão cearense, muito forte no Nordeste. As demais três são muito niveladas: a Lemense disputa o Paulistão todo ano, então está acostumada a fazer jogos grandes contra São Paulo, Corinthians, Bragantino, Santos e o que temos de informação da Rondoniense foi que pegaram muitos jogadores emprestados do Ipatinga. Já é um centro mineiro, diferente de onde vem o time. Apesar disso, o futebol tem suas surpresas. Espero que essa possa ser o Gama.

O Gama teve mudanças significativas neste meio tempo para a competição?

A gente tem uma equipe competitiva. Queremos uma equipe forte para representar bem Brasília e que possamos fazer a melhor campanha da história do Gama. As saídas fazem parte, mas conseguimos repor com atletas do mesmo nível, além de meninos do sub-17 e isso te dá opções de variações táticas.

Mas é possível dizer que a equipe é praticamente a mesma do Candangão?

Não dá para dizer que é a mesma equipe porque as características dos jogadores mudam, mas deu para trabalhar legal, em inúmeras situações. Podemos vir com uma surpresa, de repente, não posso entregar agora, mas queremos fazer grandes jogos.

A estrutura de uma equipe influencia em um campeonato como a Copinha?

Esse grupo que ficou aqui, com as peças novas, tem minha confiança. São muito aguerridos e trabalhadores. Dá para ver no dia a dia o esforço dos meninos, de onde eles moram, de onde vêm para chegar até aqui e esse esforço a gente espera que seja recompensado lá. Estamos fazendo bons amistosos, foram sete, com seis vitórias e um empate. Tomamos dois gols apenas, ambos para o time profissional. Estamos muito felizes e convictos do que estamos fazendo e trabalhando.

Grupo: 8
Sede: Leme
Time: Gama

1ª rodada — (2/1) - 19h15
Lemense x Gama

2ª rodada — (5/1) - 17h
Gama x Ceará

3ª rodada — (8/1) - 15h45
Gama x Rondoniense

*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz

 


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