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FUTEBOL CARIOCA

Bracks relembra demissão e explica processos da 777 em contratações

Ex-diretor esportivo do Vasco, Paulo Bracks afirmou que sempre teve autonomia, mas que aprovações e fluidez da 777 o atrapalhava

Paulo Bracks ao lado de Ramón e Emiliano Díaz após a permanência na Série A -  (crédito:  Daniel RAMALHO/VASCO)
Paulo Bracks ao lado de Ramón e Emiliano Díaz após a permanência na Série A - (crédito: Daniel RAMALHO/VASCO)

Demitido após o término da temporada, Paulo Bracks falou pela primeira vez sobre o ano de 2023 do Vasco. O dirigente, que ocupou cargo fundamental no processo de reformulação no futebol da equipe de São Januário, afinal exercia a função de executivo da pasta, revelou que ficou surpreso com a decisão da SAF por seu desligamento.

 

“Essa pergunta (sobre o que aconteceu) deveria ser respondida por quem tomou a decisão, mas… Do meu lado, o que aconteceu foi, sim, uma celebração grande de todos do clube após o apito final. Emoção grande no estádio. Primeiro no campo, depois no vestiário, principalmente dos jogadores e funcionários do futebol. Mas também de membros da diretoria da SAF, não usuais nos nossos vestiários, mas estavam lá ao lado de todos. O clima era de título”, disse Paulo Bracks ao “Ge”.

“Me direcionaram para a coletiva junto do Ramon, onde falei de planejamento para 2024. Na manhã seguinte, a caminho do CT, onde eu teria uma reunião com os scouts, recebo a ligação. Em alguns minutos já passaram à imprensa e meu telefone não parou. Saio com a sensação que fiz até mais. Eu e minha equipe de trabalho. Incansáveis. Dedicaram ao Vasco o que não dedicam às famílias. Eu também”, completou.

Saída de Bracks influenciou na permanência de Abel Braga no Vasco

Aliás, logo após o desligamento do dirigente, Abel Braga decidiu que não renovaria o seu contrato com o Vasco. Para o ex-treinador, a saída do dirigente foi uma decepção e, assim, o estopim para a sua escolha. Sobre Abel, Paulo Bracks afirmou:

“Abel é um campeão, um vencedor, no futebol e na vida. Ter uma pessoa como ele ao meu lado foi um privilégio. Fomos vice-campeões brasileiros no Inter, onde ele é um ícone. O trabalho foi intenso até ele precisar se ausentar por um problema médico. A convivência era a melhor possível e ele me complementava. Tem a experiência e a parte técnica. Sabe gerir um vestiário. Me ajudou muito no CT e também ao Barbieri, que via nele uma referência na profissão”, iniciou.

“A minha saída, da forma que foi, gerou uma revolta muito grande no Abel. Ele é humano. Tem coração. E que coração. E, além disso, viu o trabalho de perto, com todas suas dificuldades. Foi solidário a mim, mas solidário ao projeto, ao trabalho, ao CT”, completou Bracks.

Bracks garante: processos da 777, como em contratações, atrapalham

Segundo Paulo Bracks, não o faltou autonomia para que pudesse exercer o seu trabalho da melhor forma possível. No entanto, o dirigente analisou que alguns processos da 777 Partners acabam atrapalhando o planejamento da pasta de futebol.

“O problema maior não foi falta de autonomia, foi a transparência do processo, sobretudo de contratações de atletas, e a fluidez deste processo. Se tivessem sido apresentadas as regras e diretrizes desde o início do trabalho, não haveria perda de tempo. Eu sempre tive autonomia na iniciativa, mas tudo dependia de aprovação de cima”, detalhou.

“E uma aprovação de quem não estava aqui no dia a dia, de quem não conhecia o futebol brasileiro na sua essência. Demorava e era natural, porque era o começo de tudo. Claro que não era fácil, mas eu não iria jamais expor externamente. A cara era a minha para bater quando não havia a decisão, mas a decisão dependia de um processo, e esse processo só foi desbloqueado com meses de trabalho. E aí entrou a filosofia, que deveria ser seguida, e foi”, complementou.

Veja outros trechos da entrevista

Influência da 777 no dia a dia do Vasco

“No dia a dia, nenhuma. Estavam longe fisicamente. Meu superior veio ao Brasil duas vezes em 38 rodadas. No CT, era 100% comigo e com a minha equipe de trabalho. Mas na tomada de decisão para o clube, ou seja, nas contratações, a palavra final era deles. Interferência, não, comando. Me sentia totalmente adaptado a eles, a recíproca era verdadeira e estávamos em um momento muito bom, porque o início foi difícil para os dois lados.”

Relação com Ramón Díaz e membros de sua comissão técnica

“A relação foi espetacular com Ramón, meu vizinho. Cara vencedor e com uma história incrível no futebol mundial. Com o Emiliano, que é um grande homem e um baita treinador, com a equipe toda deles, com o Diego, que é um dos melhores preparadores físicos que já tive o prazer de trabalhar. Ainda trabalharemos juntos novamente. Mundo da bola gira rápido.”

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Jogada10
postado em 26/12/2023 17:18 / atualizado em 26/12/2023 17:33