Sorte a nossa que Arrascaeta é reserva no Uruguai, pois assim joga poucos minutos por lá e corre muito menos riscos. Com um gol de grande habilidade, o craque – o que se passa na cabeça do chucro Marcelo Bielsa? – caprichou e o Flamengo venceu um jogo complicadíssimo, 1 a 0 sobre o Bragantino, para calar a boca deste que vos escreve. Ele garantiu que o clube não ganhará nada em 2023. O problema é que o Flamengo é um Robin Hood do futebol. Derrota um time muito bem treinado e perde para o lanterna. Que, a propósito, vem aí na próxima rodada. No turno, o Rubro-Negro empatou com o América Mineiro por 1 a 1 no Maracanã…
Sim, o Bragantino, nas circunstâncias atuais, nas quais a Seleção Brasileira é um saco de pancadas, é efetivamente um time grande no campeonato do país, e embora tenha cinco mil torcedores, encara os demais dentro e fora de casa, como fez hoje no Maracanã lotado. A exemplo do adversário, acertou e errou na mesma proporção, Qualquer um poderia ganhar. Deu carioca.
Flamengo e Bragantino, equilíbrio
De acordo com o nível atual, Flamengo e Bragantino realizaram um primeiro tempo equilibrado, criando oportunidades, notadamente o time paulista, e de forma curiosa, pois se o carioca obrigava Cleiton a trabalhar, Rossi apenas assistiu às conclusões do fabricante de energéticos, todas fora do alvo. Mas se uma das equipes fose para o intervalo com vantagem não seria necessariamente uma injustiça.
Tite fez mudanças importantes para o segundo tempo, sacando os dois piores jogadores do Rubro-Negro, Matheuzinho e Luiz Araújo. É assustador saber que o lateral já cumpriu 150 jogos pelo clube. O futebol é uma benção. E o Bragantino também substituiu, logo depois, mas o jogo prosseguiu igual. Os times superavam as defesas, finalizavam, mas não marcavam. O time do Rio, por necessidade – em situação pior na tabela e no Maracanã – apresentava maior volume, e era efetivamente afobado, e o Bragantino tentava cadenciar o ritmo, sem abandonar a possibilidade de abrir o placar, tanto que Eduardo Sasha cabeceou no travessão aos 19 minutos. Enfrentar o time do interior paulista é terrível, pois este joga sem cobrança e não tem vergonha de atacar, deixando o adversário sempre de orelha em pé.
Arrascaeta decide
Com pouco menos de meia hora, quando Pedro Caixinha preparava mais duas novidades, o Flamengo fez uma bela jogada pela direita, e Erick Pulgar – hoje o melhor jogador da medíocre Seleção do Chile – rolou para Arrascaeta tocar de maneira sutil e de bico à esquerda: 1 a 0. O Flamengo foi para trás e passou a confiar nos contra-ataques, a bobagem de sempre. O Braga lançou três centroavantes e continuou ameaçando. É apavorante ver Rossi e lembrar do compatriota Antonio Rogélio Dominguez, em fim de carreira, entregando o ouro.
Aos 42, Thiago Borbas disse verdades ao árbitro e foi expulso. Mas a equipe paulista não desistia, acreditando que o recuo rubro-negro – como em tantas ocasiões – costuma ser fatal. Jamais há tranqüilidade no fim das partidas do Flamengo. Dessa vez, porém, segurou as pontas. Pois a missão agora é provar definitivamente que não é um Robin Hood e calar a boca do que vos escreve.
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