O Botafogo terá, nesta quarta-feira (23), às 19h, no Castelão, contra o Fortaleza, a estreia do seu quinto técnico na temporada. Afinal, Tiago Nunes teve uma semana de trabalhos no Espaço Lonier para conhecer o grupo e preparar os jogadores para mais uma rodada – atrasada, por sinal – do Campeonato Brasileiro. Aliás, o Alvinegro tem no comando do elenco mais um perfil diferente daqueles anteriores, de janeiro para cá.
Sob desconfiança após ficar fora das semifinais do Carioca, Luís Castro fez a chave do Glorioso virar na Série A. Nas 12 primeiras partidas, conquistou o grande feito de dez vitórias e apenas duas derrotas, tendo aproveitamento de 83% à frente dos cariocas. No entanto, a alta produtividade e o embalo da equipe chamaram a atenção do Oriente Médio e o português aceitou a proposta do Al Nassr, da Arábia Saudita, deixando, assim, o Brasil.
À época, o Botafogo era o líder isolado do Brasileiro e com vantagem considerável na ponta da tabela. Enquanto procurava um substituto no mercado, John Textor, dono da SAF, optou por colocar um nome responsável por fazer a transição ao futuro novo trabalho: Claudio Caçapa. Ele dirigiu o time em quatro jogos e ainda com 100% nos resultados. Afinal, o Alvinegro sequer sofreu gol durante sua curta passagem.
Início da queda de rendimento
A partir daí, em julho, a maré do Botafogo começou a virar e para o lado negativo. Mais um português a caminho, desta vez, Bruno Lage, que não encaixou na direção dos jogadores e teve problemas internos, muitos provocados por decisões referente à formação titular. Por exemplo, já mais recentemente, a barração de Tiquinho Soares no jogo contra o Goiás, no Nilton Santos, dando chance a Diego Costa. Na ocasião, o camisa 9 ainda era o artilheiro da Série A.
No entanto, a situação piorou definitivamente quando o técnico decidiu poupar suas principais peças nas quartas de final da Copa Sul-Americana. Diante do Defensa y Justicia, o Glorioso teve péssimo rendimento, contou com falhas individuais e, portanto, acabou eliminado, causando revolta e chuva de críticas da torcida.
Além disso, decisões de improvisar jogadores fora de sua posição de origem também irritaram parte do elenco. Lage, inclusive, não abria mão de escalar Gabriel Pires, apesar de atuações ruins do meia em certos momentos. Até chegou a colocar Tchê Tchê para exercer a função de lateral-direito, de olho em não precisar sacar o camisa 14, com quem trabalhou no Benfica, de Portugal, e tinha relação de confiança. Depois de tropeço com o Goiás, acabou demitido do cargo, com aproveitamento de 38%.
Derrocada de Lucio Flavio
Com a conquista do título, antes muito próxima, em cheque, os jogadores pediram para que Lucio Flavio conduzisse o time até o fim do Campeonato Brasileiro. Porém, depois das duas primeiras vitórias, contra Fluminense e América-MG, o até então auxiliar viu as rédeas saírem do controle, assim como a liderança, tomada pelo Palmeiras. Não conseguiu mais um resultado positivo a partir do terceiro jogo à frente da equipe.
Empatou com o Athletico-PR e Bragantino e perdeu para Cuiabá, Vasco, Palmeiras e Grêmio. Aliás, duas dessas derrotas com viradas históricas por 4 a 3. O ambiente internamente, especialmente pelo lado do departamento de futebol, se tornou insustentável ao ex-meia, que foi desligado do comando. Por sinal, nem voltou a dirigir a equipe B, com atletas do sub-23, e encerrou sua passagem no clube com 33% dos pontos ganhos.
Botafogo recordista
O Botafogo, inclusive, pode fazer história no Brasil se levar o tricampeonato brasileiro. Afinal, o Glorioso terá, ao fim da competição, cinco técnicos desde a estreia na Série A. Porém, nenhum campeão teve mais do que três treinadores ao longo da campanha em todo o retrospecto. Assim como, da mesma forma, não houve equipes classificadas à Libertadores que tiveram número de treinadores acima de quatro.
E não para por aí. Apesar de ter feito o melhor turno de todos os tempos na era de pontos corridos nesta edição, os cariocas alcançaram outra marca no país. Dos 20 participantes da elite do futebol nacional em 2023, o Alvinegro será o único a contar com cinco profissionais diferentes à beira do campo. Até aqui, quem mais se aproximou foi o Santos, com quatro: Odair Hellmann, Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes.
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