O jogador de vôlei Wallace, campeão olímpico nos Jogos do Rio-2016, teve a pena de três meses e 15 dias de detenção alterada para uma multa, no valor de R$ 20 mil. O atleta, em decorrência de um post nas redes sociais onde ameaça o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é acusado de incitar a violência.
A decisão pela mudança na punição ao atleta foi tomada pelo juiz federal Jorge Gustavo Serra de Macedo Costa, de Belo Horizonte. A resolução em questão foi publicada nesta semana. De acordo com o juiz, Wallace agiu com dolo por ter instigado o crime de homicídio diante de Lula. Ou seja, agiu intencionalmente ao instigar o ato.
"Essa instigação, no contexto político instaurado no País à época, seria facilmente capaz de inspirar que o comportamento sugerido migrasse do plano das ideias para o plano da realidade" afirmou o juiz. O jornal Folha de S.Paulo foi o responsável por publicar a sentença.
"Esse estímulo se ampliou diante o compartilhamento do assombroso resultado da enquete, indicativo de que a maior parte do público executaria o homicídio da autoridade máxima do país, o que poderia encorajar o efetivo cometimento do fato sob a justificativa falaciosa de refletir a 'vontade da maioria' [...] A postagem em questão teve, inquestionavelmente, o potencial de estimular ou mesmo reforçar eventual propósito existente em parte daqueles que por ela foram alcançados, revelando-se inconteste que configurou incitação à prática de homicídio do Presidente da República", disse o magistrado.
No último mês de janeiro, Wallace foi à própria conta do Instagram para postar uma enquete, com o intuito de perguntar se alguém daria um tiro na cara de Lula com uma arma. As imagens, na companhia do post em si, exibiam o atleta em um estande de tiro. Por isso, Wallace acabou suspenso pelo Comitê Olímpico Brasileiro e pelo Cruzeiro, equipe onde jogava à época.
Após o episódio, o jogador publicou um pedido de desculpas de forma pública. A Confederação Brasileira de Vôlei e o Cruzeiro, porém, prontamente relataram repudiar o ato em questão.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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