Dizem que quanto maior a altura pior a queda. O Botafogo busca provar o contrário. Líder do Campeonato Brasileiro desde a terceira rodada, o clube de General Severiano vive o momento mais delicado em uma disputa na qual nadava de braçadas. Caso perca para o Vasco, nesta segunda-feira (6/11), às 19h, no clássico em São Januário, fechará a rodada com a mesma pontuação que o vice-líder Palmeiras e multiplicará a cobrança interna. Para evitar entregar o título de bandeja, pode aprender com os erros de Arsenal e Borussia Dortmund, times que tiveram a faca e o queijo na mão no Inglês e no Alemão.
Arsenal e Borussia Dortmund parecem dizer ao Botafogo: "Faça o que digo, mas não faça o que faço". A equipe inglesa comandada pelo espanhol Mikel Arteta liderou 27 das 38 rodadas da badalada Premier League. Ou seja, o time de Gabriel Jesus, Martinelli e Magalhães esteve na ponta por pouco mais de 70% do torneio. Chegou a abrir oito pontos de vantagem para o Manchester City, do técnico Pep Guardiola. A exemplo, do time carioca, os Gunners largaram bem. Conquistaram 50 dos 57 pontos no primeiro turno, com aproveitamento de 87,7%, o melhor da história do clube.
O ritmo, no entanto, não foi mantido na segunda metade do Campeonato Inglês. Antes do confronto direto com o City, os londrinos somaram 25 de 39 pontos disponíveis. O índice caiu para 64,1% de eficiência em 13 jogos. Os números refletiram na decisão com os Citizens: goleada sofrida por 4 x 1. Com a vitória no clássico somada aos triunfos em dois jogos atrasados, a equipe do lado azul de Manchester proclamou a ponta da tabela na 33ª rodada e ensaiou a campanha para o título com cinco pontos de vantagem.
A próxima jornada do brasileirão é a mesma em que originalmente o Arsenal foi derrubado do trono na Terra do Rei Charles III. Qualquer semelhança é mera coincidência? O Botafogo chega para o duelo contra o Vasco com o quinto pior desempenho no returno do Brasileirão. Dos 36 pontos em jogo, obteve 11, o equivalente a 36,36% de proveito. O Glorioso está à frente somente de Coritiba, América-MG, Goiás e Cuiabá. As explicações estão na lesão do artilheiro Tiquinho, na instabilidade durante a Era Bruno Lage e o choque de realidade do recém-efetivado Lúcio Flávio. O fator psicológico também pode pesar. A derrota de virada por 4 x 3 para o Palmeiras na semana passada ligou alerta.
O dono da prancheta alvinegra, porém, evita falar em queda de rendimento e foca em inflar a moral do elenco na reta final. "O grupo demonstrou capacidade de reação. Nós temos condições. Temos a liderança e precisamos voltar a vencer para continuar nessa margem. Diminuiu um pouco (a vantagem), mas temos confiança no grupo. Sabemos o que precisamos ajustar para não ocorrerem situações como essa. O abatimento vamos deixar de lado quando voltarmos a trabalhar para focar no clássico", garantiu Lúcio Flávio na coletiva após o tropeço diante do Palmeiras.
Após o clássico com o Vasco, o Botafogo entra em uma série de mata-matas. Na quinta-feira, recebe o Grêmio. Três dias depois, trava mais uma final antecipada, com o Bragantino no interior paulista. Serão jogos fundamentais para não amarelar e nem dar uma de Borussia Dortmund. Os alemães tinham tudo para interromper a hegemonia do Bayern de Munique. Os aurinegros lideraram a Bundesliga por três rodadas. Chegou no último ato do campeonato com dois pontos de vantagem para os bávaros. Caminhavam com as próprias pernas para alcançar o título. Porém, o empate com o Mainz alinhado à vitória do Gigante da Baviera jogou água no chope e brindou Thomas Muller, Sané e companhia com o 11º nacional consecutivo.
Visita a São Januário
Embora o retrospecto do segundo turno intimide, o Botafogo se apega ao encontro mais recente com o Vasco em São Januário. Há quase dois anos, em 7 de novembro, o Glorioso enfrentou a equipe cruzmaltina pela 34ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro e foi impiedoso. Sob a batuta de Enderson Moreira, aplicou 4 x 0 sobre a companhia que tinha comando de ataque do argentino Germán Cano e do treinador Fernando Diniz, campeões da Libertadores com o Fluminense no sábado, diante do Boca Juniors.
A embarcação vascaína tenta jogar no mar do esquecimento os clássicos recentes como mandante. Dos 10 confrontos com os rivais da cidade nesta temporada, perdeu seis, empatou e venceu três. O aproveitamento é de 33,3%. Hoje, somente o triunfo interessa, pois, caso supere o líder da elite nacional deixará a zona de rebaixamento.
Ficha técnica
Vasco x Botafogo
Brasileirão, 32ª rodada
Vasco - Léo Jardim, Paulo Henrique, Maicon, Medel, Lucas Piton, Zé Gabriel, Paulinho, Praxedes, Gabriel Pec, Erick Marcus (Payet) e Vegetti. Técnico: Rámon Díaz
Botafogo - Lucas Perri; Di Placido, Philipe Sampaio, Bastos e Marçal; Danilo Barbosa, Tchê Tchê e Eduardo; Júnior Santos, Tiquinho Soares e Victor Sá. Técnico: Lúcio Flávio
Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Quando: Segunda-feira (6/11), às 19h
Transmissão: Premiere
Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS)
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