"A" de amor à camisa, "B" de bola na rede e "C" de…Cavani e Cano! O alfabeto da final da Libertadores entre Boca Juniors e Fluminense começa mais ou menos dessa forma. Candidatos a herói, os centroavantes acumulam bastante milhas nas quatro linhas. No entanto, o capítulo mais importante da carreira deles será escrito neste sábado (4/11), às 17h, no Maracanã, e de maneira que pode ser considerada atípica para os padrões da América do Sul.
O quinto episódio da série do Correio Braziliense sobre os protagonistas do espetáculo na Cidade Maravilhosa mostra que Edinson Cavani e Germán Cano escolheram ser ídolos dos outros. O ponto de referência do Boca Juniors no ataque nasceu na pequena Salto, no Uruguai. Entre os pouco mais de 100 mil habitantes da cidade a 500km de distância da capital Montevidéu, Cavani foi o agraciado a fazer com os pés o que muitos não conseguem. Não demorou para criar asas e voar baixo.
Foi campeão uruguaio em 2006 pelo Danubio e iniciou a jornada pela Europa. Natural de Lomas de Zamora, Germán Cano defendeu Lanús, Chacharita Jrs. e Colón na Argentina. Embora tenha atuado mais no "quintal de casa" do que o concorrente pelo título da Libertadores, não deu nenhuma volta olímpica. Cano foi desfrutar da alegria de ser campeão em 2019, na Colômbia. Rodou por Deportivo Pereira, Independiente Medellín, Nacional-PAR e foi parar no México com passagens por Pachuca e León. Porém, teve o retorno ao Ind. Medellín premiado com o troféu da Copa e o status de maior artilheiro da história do clube, com 129 gols.
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Mesmo batendo um bolão, Cano seguiu escanteado pelos argentinos. Nada de Europa, retorno à terra natal para colocar o faro goleador à prova em alguns dos tradicionais do continente e, muito, menos de chance na seleção. Diferente de Cavani. O uruguaio quase zerou o currículo com as experiências nas principais ligas europeias. Defendeu as cores dos italianos Palermo e Napoli, do Paris Saint-Germain e do Manchester United. Foi artilheiro por onde passou e disputou quatro Copas do Mundo.
Cavani não é daqueles centroavantes popularmente chamados por aí de "caneludos". Muito pelo contrário, é refinado. Porém, orgulha-se de ter um dos gols mais bonitos da carreira marcado de muito longe dela, como o que Pelé não fez no do centro do campo contra a Tchecoslováquia na Copa do Mundo de 1970, no México. Em 2021, o uruguaio foi esperto ao pegar o goleiro do Fullham adiantado com chute do meio da rua. Calma, você acha que Cano fica fora dessa? Neste ano, o tricolor aproveitou bobeira da zaga no Vasco durante clássico pelo Cariocão e foi ovacionado.
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Ser aplaudido virou rotina para a Cavani, sobretudo quando o atacante está em Nápoles. Por lá, foi campeão da Copa da Itália de 2011/2012 pelo Napoli e também cavou um lugar nos corações dos torcedores apaixonados por Diego Armando Maradona. O uruguaio tem, inclusive, chance de percorrer o mesmo caminho do lendário camisa 10: ídolo no clube italiano e no Boca Juniors. Maradona foi campeão argentino pelos xeneizes em 2021. Porém, jamais venceu uma Libertadores.
Embora tenha um currículo robusto, Cavani jamais foi campeão internacional. Nos anos no Velho Continente, não venceu Champions. Em 2020, poderia ter passado perto, mas deixou o Paris Saint-Germain antes da final contra o Bayern de Munique. A chance para mudar de patamar é hoje. Ele poderia ter retornado ao Danubio, aceitado o desafio de outros clubes uruguaios e até dito "sim" a Botafogo, Corinthians ou Grêmio, mas ficou encantado com mística do Boca Juniors. Cano compartilha do sentimento e entende que a América do Sul se tornou a Europa deles. De desconhecido na Argentina e rebaixado com o rival Vasco há três anos, pode passar a Rei da América. O camisa 14 do Flu é o artilheiro isolado da competição. Mais um pode ser suficiente para brindá-lo com o título individual.
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