BRASILEIRÃO

Endrick deita e rola no 'tapetinho' do Botafogo e lidera virada do Palmeiras

Alviverde perdia por 3 x 0 até o início do segundo tempo, quando brilhou a estrela do atacante brasiliense, com participação em três dos quatro gols da vitória paulista no Nilton Santos

Em uma “final” de campeonato antecipada entre cariocas e paulistas, um brasiliense roubou a cena. Nesta quarta-feira (1/11), no Nilton Santos, o Botafogo vencia o Palmeiras por 3 x 0 até os quatro minutos do segundo tempo. Os três pontos que estavam sendo creditados na conta alvinegra eram fundamentais para abrir nove de vantagem — com um jogo a menos — em um confronto direto com o time alviverde. Faltou combinar com o Endrick.

Quinze minutos de intervalo foram suficientes para o talento da bola nascido em Taguatinga amadurecer e criar uma reviravolta. Endrick marcou dois dos quatro gols e iniciou a jogada para o terceiro. O garoto deitou e rolou no “tapetinho”. Dada a relevância do rival e o contexto de tabela, com possibilidade de encurtar a três pontos a desvantagem para o líder, foi a atuação mais convincente do atacante de 17 anos vendido ao Real Madrid.

Endrick pôs fim às críticas. A véspera do “feriado” no Rio foi para espanhol ver. A joia que estreou profissionalmente em 6 de outubro do ano passado justificou o investimento milionário do clube merengue nele. Florentino Pérez desembolsou 72 milhões de euros pelo brasiliense (R$ 378 milhões na cotação atual).

O mantra “cabeça fria, coração quente”, do técnico Abel Ferreira, nunca foi tão real para o Palmeiras. Voltar dos vestiários com prejuízo de três e gols e fechar os 90 minutos com uma vitória é de se ressaltar. Para os paulistas, louvada seja a postura do pupilo do português. Após iniciar a reação no Nilton Santos, foi flagrado no campo dizendo: “Dá a bola em mim, toca para mim”. Chamou a responsabilidade e resolveu. Ao fim do jogo, repetiu o discurso clássico de outros craques.

“É o tipo de jogo que gosto. Sou jogador que aparece em hora que está difícil. Gosto de desconstruir as críticas, gosto de mostrar o que sou, um garoto feliz, agora com mais maturidade. Também sigo os conselhos do Weverton, que é um cara que vou levar para a vida toda”, disse à tevê Globo. O goleiro alviverde foi citado porque defendeu um pênalti do artilheiro Tiquinho Soares. Na sequência, Endrick diminuiu para 3 x 2.

Aliviado após o apito final de Bráulio Machado, Endrick fez uma revelação: “Quando a torcida do Botafogo gritou ‘campeão’ durante aquecimento, não posso dizer que fiquei com o ódio no coração, mas eu não poderia deixar nossa torcida ouvir isso”, discursou.

Herói palmeirense, Weverton dividiu o crédito com Endrick e com o dono da prancheta. “A gente cansa de falar do Abel (Ferreira), mas vamos ter que falar de novo. Chegamos para o intervalo abatidos porque não é normal tomar três no primeiro tempo. Ele disse: ‘pior do que isso, vocês não vão fazer. ‘Perdemos o primeiro, vamos ganhar o segundo’. Foi entrar no jogo para voltar a confiança e conseguir essa virada histórica. Saímos felizes pela vitória, foi uma grande partida de futebol. Pontos corridos dá essa emoção também, vamos continuar nossa caminhada jogo a jogo”, ressaltou.

O resultado não agradou aos jogadores botafoguenses e, muito menos, ao dono da SAF alvinegra, John Textor. Ao fim do do jogo, o estadunidense não poupou críticas à arbitragem pela expulsão do zagueiro Adryelson e pediu a saída do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. “Isso é corrupção, isso é roubo. Por favor, me multa, Ednaldo, mas você precisa renunciar amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato se tornou uma piada”, esbravejou ao Premiere.

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