O Fluminense lançou, neste dia da Consciência Negra (20/11), mais um produto em homenagem a Chico Guanabara. Trata-se de uma camisa com o nome do personagem que originou a web série “Herdeiros de Chico Guanabara”, da FluTV. Nesse sentido, a vestimenta foi idealizada pelo historiador Leandro Carvalho, desenhada pelo artista plástico Marcelo Ment e chega às Lojas Oficiais do Tricolor nesta terça-feira (21).
“É um privilégio para o Fluminense ter tanto material do começo do século XX, no pós-abolição recente, narrando a existência desse místico personagem. Chico foi o cara que modificou o modo de torcer da época. Ele era um exímio capoeirista e portador de uma impactante voz adquirida nas rodas com a sua malta. A sua forma de torcer, portanto, destoava do tradicional estilo da elite que frequentava os estádios e torcia os lenços nos momentos de emoção”, explicou o historiador Leandro Carvalho, um dos diretores da série ‘Herdeiros de Chico Guanabara’, produção original da FluTV disponível no canal do clube no YouTube.
“Essa vibração foi forjada na variação corporal de defesa e ataque oriundo do continente africano e aperfeiçoada no Brasil, modificando progressivamente as arquibancadas do país. Se o futebol veio da Inglaterra, as arquibancadas vieram de África”, completou.
Dessa forma, a cantora Marvvila deu voz a mais uma ação do Fluminense em prol da memória de Chico Guanabara. Assim, a ex-bbb protagonizou um ensaio fotográfico com a nova camisa e narrou um manifesto celebrando o personagem para o vídeo de lançamento da peça.
Confira o texto na íntegra:
“Mulheres tricolores torcendo luvas e lenços em pleno Estádio de Laranjeiras inspiraram o termo “torcedor” na língua portuguesa. Porém, o torcedor ainda sem esse nome, como protagonista do espetáculo, como pressão ativa que modifica uma partida, surgiu um pouco antes.
Tudo começou com Chico Guanabara, um capoeirista destemido e respeitado, que, com sua negra malta, empurrava o Fluminense para a vitória. Morava no Morro do Mundo Novo, nos fundos do campo de Laranjeiras.
Um dia, ao sair de casa e passar pelo Retiro da Guanabara, atual Rua Álvaro Chaves, sede do clube, se deparou com alguns rapazes jogando bola com os pés, algo que jamais havia visto. Em sua observação, notou algo da capoeira naquele jogo de fingir e driblar. Encantado, disse: “De hoje em diante, serei Fluminense”.
Passou, então, a ir a todos os jogos do Tricolor, com seu chapéu de malandro, um par de tamancos e, dizem, uma navalha escondida. E ai daquele que falasse mal do Fluminense perto de Chico, ancestral de milhões de pessoas, seus herdeiros e herdeiras.
Hoje, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é hora de lembrar o precursor da nossa paixão, aquele que já era torcedor antes mesmo de existir esta palavra.”
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