TÊNIS

Quintal virou quadra: Billie Jean King Cup começa nesta sexta no DF

Brasília quebra serviço e volta a ter a principal competição de tênis feminino por equipes após 25 anos. Disputa contra a Coreia do Sul reúne Bia Haddad, Laura Pigossi, Luisa Stefani, Ingrid Martins e Carolina Meligeni

Beatriz Haddad durante Maia treino para a Billie Jean King Cup na arena montada ao lado do estádio Mané Garrincha -  (crédito: Luiz Cândido/CBT)
Beatriz Haddad durante Maia treino para a Billie Jean King Cup na arena montada ao lado do estádio Mané Garrincha - (crédito: Luiz Cândido/CBT)
postado em 09/11/2023 21:13 / atualizado em 09/11/2023 21:15

O mapa do tênis marca Brasília como uma das capitais para a disputa da Billie Jean King Cup. A principal competição de tênis feminino por equipes agitará o globo com partidas em oito países. Por aqui, a emoção ficará por conta do Time Brasil nos compromissos contra a Coreia do Sul, nesta sexta-feira (10/11) e sábado (11/11), no complexo da Arena BSB, ao lado do Estádio Mané Garrincha. A ESPN e o Star+ (streaming) transmitem.

O quadradinho virou quadra. Existe um sentimento especial para a disputa do torneio no Distrito Federal. A última vez havia sido em 1998, na Academia de Tênis, quando se chamava Fed Cup, ou seja, há 25 anos. Pode-se afirmar que a espera valeu a pena. Duelos de altíssimo nível são aguardados pelos amantes da bolinha.

Beatriz Haddad Maia (11ª no ranking da WTA), Laura Pigossi (134ª), Carolina Meligeni (282ª), Luisa Stefani (18ª na lista de duplas) e Ingrid Martins (47ª) desfilarão pelo saibro brasiliense sob a batuta da capitã Roberta Burzagli. Vice-campeã do Australian Open e semifinalista de Roland Garros, Bia Haddad é a principal atração da BJKC. A paulistana de 27 anos será a segunda brasileira a entrar em quadra, contra Yeonwoo Ku.

Embora o favoritismo seja brasileiro, Bia conta que jogará leve. Ela coloca o bem-estar à frente do resultado. Ontem, foi provocada pelo Correio a fazer uma reflexão. "Meu objetivo neste ano, assim como nos anteriores, é terminar saudável. Quando estamos saudáveis, conseguimos jogar ao longo da temporada, que é bastante puxada. Acabo agora, mas tenho viagem para pré-temporada em dezembro. É pouco tempo de descanso e é preciso aproveitar o período para cuidar do corpo. Meu objetivo era terminar o ano top-20 e estou muito feliz em concretizá-lo. Se fosse perguntar algo para minha versão do início do ano, seria se estou saudável para competir", destacou.

O discurso da 11ª melhor do mundo é de aproveitar os dias muito além da bola em Brasília. "Temos que nos preocupar em fazer o que está no nosso controle. É uma semana muito especial", compartilha. "É gratificante estar fazendo parte desse time, que trabalhou duro individualmente para estar aqui. É tentar colocar as dificuldades e desculpas para fora e buscar nosso melhor no momento do jogo."

A abertura dos trabalhos na quadra no coração da capital federal também promete. Laura Pigossi dará o primeiro saque da versão brasileira da Billie Jean King Cup. O talento das quadras de São Paulo encara Sohyun Park, às 12h30. Além do bronze olímpico em Tóquio-2020 ao lado de Luisa Stefani, conquistou o ouro individual e repetiu a dose no dueto com a conterrânea nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Pigossi retorna a Brasília após três meses. Em agosto, caiu na semi do ITF W80.

"É sempre bom poder voltar ao Brasil. A torcida brasileira é uma das melhores do mundo. Conseguimos notar isso nos torneios ao longo dos anos. Eles fazem barulho e têm uma energia como ninguém mais no mundo. Para nós, é um prazer jogar esse confronto em casa. Com certeza, será o diferencial quando estivermos em quadra", projeta a campeã pan-americana.

Existe um simbolismo na presença do quinteto em Brasília. Elas são os expoentes do tênis brasileiro na atualidade e responsáveis pela popularização e maior visibilidade para mulheres na modalidade. Sobrinha de Fernando Meligeni, vice-campeão de Roland Garros em 1999, Carolina Meligeni não esconde a felicidade. "É engraçado porque nós temos praticamente a mesma idade, jogamos juntas desde pequenas, e conseguir alcançar tudo isso juntas, medalhas, títulos, jogar partidas importantes, como a Billie Jean King Cup, é muito legal ao lado delas. São mulheres que admiro. As conquistas individuais acabam inspirando as que estão ao lado. Esse momento é grande, sobretudo, por jogar no Brasil, nossa casa, e deixar o tênis feminino cada vez mais visível. Queremos ver mais meninas jogando, e que esse time seja substituído por novas mulheres", ressalta.

Ingrid Martins assina em baixo. "O principal de tudo isso é que nos conhecemos desde os 12, 13 anos. Mantivemos-nos unidas no caminho para ajudar umas às outras, independentemente do resultado e da situação. Fico feliz em estar aqui com elas. Temos noção e dimensão de tudo isso, acho que nos preparamos duro. Isso que carregamos nos deixa orgulhosas. Nada é fácil. Cada uma passou por coisas diferentes, mas seguimos fortes. É um prazer estar aqui com elas, compartilhando experiências. É só o começo", garante.

Luisa Stefani aproveitou a conversa com jornalistas para abrir o coração. "Treinamos, foi especial e surpreendente por termos sido recebidas por 300 crianças, que nos assistiram e pediram autógrafos. Esses momentos mostram a diferença entre estar perto e longe. Semanas como essa são tocantes. Ficamos motivadas em inspirar meninas e meninos. É gratificante jogar em Brasília e receber esse carinho. É uma das minhas casas, com certeza", comentou.

Da esquerda para direita: a capitã Roberta Burzagli e as tenistas Bia Haddad, Laura Pigossi, Carol Meligeni, Luisa Stefani e Ingrid Martins
Da esquerda para direita: a capitã Roberta Burzagli e as tenistas Bia, Laura, Carol, Luisa e Ingrid (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

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