São Paulo — A presença da Fórmula 1 no Brasil para a disputa do Grande Prêmio de Interlagos, em São Paulo, fez o torcedor brasileiro ter saudade de ver um piloto representar o país entre os carros mais velozes do mundo. Essa expectativa, no entanto, tem nome e sobrenome: Felipe Drugovich. Reserva e integrante do programa de desenvolvimento da Aston Martin, o atual campeão da F2 é a esperança verde-amarela no grid e concedeu uma entrevista ao Correio direto do paddock do Autódromo José Carlos Pace, onde falou sobre oportunidades, carreira, relação com Gabriel Bortoleto e mais.
De contrato renovado para continuar exercendo a função na equipe inglesa, o paranaense de 23 anos mira uma vaga na elite no futuro, quem sabe já em 2024. O grid da próxima temporada já tem 19 a 20 nomes definidos, restando apenas a confirmação se a Williams vai seguir ou não com o calouro Logan Sargeant. Com a indefinição sobre o futuro do estadunidense, Drugo surge como uma possibilidade dentro da montadora para assumir o posto e, apesar da renovação com a Aston Martin, seria liberado caso apareça a oportunidade de ser titular em outra equipe.
Antes de virar a chave para o próximo ano, Felipe ainda tem mais duas etapas da F1 para cumprir em 2023, entre elas Abu Dhabi, onde vai pilotar o AMR23 no primeiro treino livre. De longe, o torcedor brasileiro acompanha com esperança e pronto para soltar o grito: acelera Drugovich!
Confira a seguir a conversa exclusiva com o piloto.
A renovação com a Aston Martin impede a possibilidade de ir para a Williams em 2024?
Eu estou 100% focado para continuar o trabalho aqui (na Aston Martin), fazendo bem feito. Logicamente, se tiver uma vaga, um assento livre pro ano que vem, eu vou abraçar com toda minha força. Quero estar no grid, seja com qual equipe for, mas gostaria de fazer isso com a Aston Martin, seria uma ótima oportunidade para mim. Me sinto realmente em família aqui dentro, então uma coisa que eu almejo é continuar aqui.
E sobre a chance de correr em outras categorias? É uma possibilidade?
Realmente tive várias oportunidades que acabei deixando de lado, porque meu sonho é a Fórmula 1. Falei que precisava esperar para ver o que acontecia na F1 e acabei perdendo essas chances, que eram ótimas, equipes de elite em categorias de ponta. É uma pena, mas estou disposto a fazer qualquer coisa para estar na Fórmula 1, que é meu sonho, então acho que isso foi o melhor que eu pude fazer. Acabei sim perdendo oportunidades, mas também planejo estar correndo de alguma coisa no ano que vem em paralelo com esse programa (de desenvolvimento).
Como é a relação com Fernando Alonso e Lance Stroll, dupla titular da equipe?
É boa. É bem profissional, não é uma coisa tão de amigos. Logicamente nós somos amigos, mas é uma coisa mais profissional mesmo. A gente fala sobre o carro, o que podemos fazer, os problemas da equipe. E eu, no caso, tento absorver o máximo possível da conversa deles para poder aprender o máximo possível.
Monza foi onde você ganhou a F2 e Interlagos é sua corrida em casa. Existe uma queridinha?
Interlagos. Sem pensar duas vezes.
Estar em Interlagos dá um gostinho de correr aqui um dia?
Sim, o pessoal apoia demais. Eles querem ter um piloto brasileiro ali. E é meu sonho, se eu conseguisse ter uma vaga, mesmo como substituto, lógico, mas chegando aqui com uma vaga principal no Brasil, andando bem, e conseguindo entregar o resultado que o brasileiro quer, que é chegar lá na frente, seria uma coisa, assim, inexplicável pra mim. Então é uma coisa que eu almejo muito e que estou trabalhando muito para conseguir.
Como é a sua relação com o Gabriel Bortoleto, piloto brasileiro no programa de desenvolvimento da McLaren?
Sempre fomos amigos, desde criança, nos tempos de kart, e fortalecemos ainda mais isso quando moramos na Itália a um quilômetro de distância um do outro. Foi uma coisa que fortaleceu, passamos juntos o tempo na Itália e ainda moramos a uma hora de distância do outro, nos vemos bastante. Então a gente tem uma amizade muito grande, eu tento ajudar ele o máximo possível. Tiveram várias histórias, como a primeira corrida dele, no Bahrein. Ele me ligou de manhã cedo, eu estava na cama ainda, e me pergunto o que fazer, o que tentar na largada. Muitas histórias assim, temos uma boa amizade.
Qual seu posicionamento sobre o pleito de Felipe Massa pelo título de 2008?
Eu acho que não tenho que comentar nada sobre isso. Logicamente, ele andou muito bem naquela temporada e tem a sensação que merece ainda, foi injustiçado, e cada um com o seu pensamento. Eu não estava lá, não sei os detalhes para julgar isso.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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