A presença da Fórmula 1 no Brasil para a disputa do Grande Prêmio de Interlagos, em São Paulo, fez o torcedor brasileiro ter saudade de ver um piloto representar o país entre os carros mais velozes do mundo. Essa expectativa, no entanto, tem nome e sobrenome: Felipe Drugovich. Reserva e integrante do programa de desenvolvimento da Aston Martin, o atual campeão da F2 é a esperança verde-amarela no grid e mira uma vaga na categoria no futuro, quem sabe já em 2024.
O grid da próxima temporada já tem 19 dos 20 nomes definidos, restando apenas a confirmação se a Williams vai seguir ou não com o calouro Logan Sargeant. Com a indefinição sobre o futuro do estadunidense, Drugo surge como uma possibilidade dentro da montadora inglesa. Ainda assim, ele anunciou na última quinta-feira (2/11) a renovação de contrato para permanecer como piloto reserva e de testes na Aston Martin.
“Eu estou 100% focado para continuar o trabalho aqui (na Aston Martin), fazendo bem feito. Logicamente, se tiver uma vaga, um assento livre pro ano que vem, eu vou abraçar com toda minha força. Quero estar no grid, seja com qual equipe for, mas gostaria de fazer isso com a Aston Martin, seria uma ótima oportunidade para mim. Me sinto realmente em família aqui dentro, então é uma coisa que eu almejo é continuar aqui”, contou ao Correio.
Para o brasileiro, a decisão é pensada no plano de carreira para ser titular na Fórmula 1 futuramente. Ele revelou que, caso receba o convite de alguma equipe para ser titular, o paranaense de 23 anos seria liberado para aceitar. Quanto à tentativa em outras categorias, Felipe fez testes na Fórmula E e foi o mais rápido, mas não seguiu em frente, além de ter recusado convites da Fórmula Indy.
“Realmente tive várias oportunidades que acabei deixando de lado, porque meu sonho é a Fórmula 1. Acabei perdendo essas chances, que eram ótimas, equipes de elite em categorias de ponta. É uma pena, mas estou disposto a fazer qualquer coisa para estar na Fórmula 1, que é meu sonho, então acho que isso foi o melhor que eu pude fazer. Acabei sim perdendo oportunidades, mas também planejo estar correndo de alguma coisa no ano que vem em paralelo com esse programa (de desenvolvimento)”, explicou Drugovich.
Antes de virar a chave para 2024, Felipe ainda tem mais duas etapas da F1 para cumprir em 2023, entre elas Abu Dhabi, onde vai pilotar o AMR23 durante o primeiro treino livre. Na semana passada, ele também participou de testes em Monza. O palco italiano é especial para o brasileiro, afinal, foi no Templo da Velocidade que ele conquistou a Fórmula 2 no ano passado. Questionado se a pista é a favorita dele, a resposta veio rápida: “prefiro Interlagos, sem pensar duas vezes”.
Presente no Autódromo José Carlos Pace durante todos os eventos da categoria de elite neste final de semana, o carinho recebido pelo público deu combustível extra para Drugovich buscar a meta da F1. “O pessoal apoia demais. Eles querem ter um piloto brasileiro ali e é meu sonho poder fazer isso. Se eu conseguisse ter uma vaga, mesmo como substituto, mas chegando aqui como (piloto) principal, no Brasil, andando bem e conseguindo entregar o resultado que o brasileiro quer, que é chegar lá na frente, seria uma coisa inexplicável. É algo que eu almejo muito e que estou trabalhando muito para conseguir”, revelou.
Enquanto isso, ele segue aprendendo com a dupla titular da Aston Martin, Fernando Alonso e Lance Stoll. O bicampeão venceu ambos os títulos da carreira em Interlagos e terminou em terceiro na corrida deste domingo (5/11). Felipe explica que a relação entre eles é mais profissional, buscando solucionar problemas da equipe, mas enquanto isso tenta absorver o máximo das conversas para seguir evoluindo.
Companheiro de longa data
Outro brasileiro que divide a expectativa do país para um dia estar na F1 é Gabriel Bortoleto. O jovem de 19 anos foi campeão da Fórmula 3 na atual temporada e recentemente integrado ao programa de desenvolvimento de pilotos da McLaren, equipe lendária que tem um vínculo único com a torcida verde-amarela por ter sido casa de Ayrton Senna por seis anos e nos três títulos mundiais. Futuras esperanças tupiniquins para repetir os feitos do tricampeão, ele e Felipe compartilham uma relação especial.
“Eu e o Gabriel sempre fomos amigos, desde criança, nos tempos de kart, e fortalecemos ainda mais isso quando moramos na Itália a um quilômetro de distância um do outro. A gente tem uma amizade muito grande, eu tento ajudar ele o máximo possível. Tiveram várias histórias, como a primeira corrida dele, no Bahrein. Ele me ligou de manhã cedo, eu estava na cama ainda e ele me perguntando o que fazer”, compartilhou Drugo.
Com o término das atividades em Interlagos, Felipe segue com a Aston Martin para o Grande Prêmio de Las Vegas, em 19 de novembro, e por fim para Abu Dhabi, no dia 26 do mesmo mês. De longe, o brasileiro acompanha com esperança e pronto para soltar o grito: acelera, Drugovich!
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