É mais fácil conquistar o título inédito na Libertadores do que na Champions League. Candidato a bordar a primeira estrela no escudo neste sábado (4/11), às 17h, no Maracanã, contra o hexacampeão Boca Juniors, o Fluminense tem em quem se inspirar no século 21. A contar de 2021, seis times conseguiram: Internacional, LDU, Corinthians, Atlético-MG e San Lorenzo. A recíproca não é verdadeira na Europa. No mesmo período, apenas Chelsea e Manchester City acessaram a sala de troféus pela primeira vez.
Uma coincidência pode se repetir nesta temporada. Em 2012, a Libertadores e a Champions League tiveram campeões inéditos: Chelsea e Corinthians decidiram o Mundial de Clubes da Fifa em Yokohama, no Japão. Onze anos depois, o Manchester City, de Pep Guardiola, ostenta o primeiro título e pode ter como adversário, na Arábia Saudita, o Fluminense, de Fernando Diniz.
Vice em 2008 contra a LDU de Quito, o tricolor das Laranjeiras tem a segunda oportunidade de se tornar o 26º clube a conquistar a Glória Eterna. Dos 12 times mais tradicionais do país, apenas Fluminense e Botafogo ainda não ganharam a Libertadores. Por falar em tradição, quiseram os deuses do futebol que a possível primeira vez do Fluminense fosse com um papa-títulos. Recordista de finais do torneio continental, com 12, o Boca Juniors busca outra marca imponente. A trupe sob comando de ataque do uruguaio Edinson Cavani mira o sétimo caneco e a liderança do ranking de troféus. Atualmente, o Independiente é o maior campeão.
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O Rei de Copas, entretanto, tem se acostumado a ser carta fora do baralho da Libertadores. A última vez do clube na disputa foi em 2018, quando caiu nas quartas de final para o River Plate. O último título foi há 39 anos. De lá para cá, o Boca Juniors esteve em oito decisões. Ganhou quatro, três sobre brasileiros: Palmeiras (2000), Santos (2003) e Grêmio (2007).
Nada disso assusta o Fluminense de Fernando Diniz. O treinador compartilhado com a Seleção Brasileira tem à disposição peças que conhecem o caminho dos títulos. O maestro Paulo Henrique Ganso foi figura ativa no tri do Santos sobre o Penãrol, em 2011. O lateral-esquerdo Marcelo levantou o troféu da Liga dos Campeões cinco vezes. Hoje, pode se tornar o 15º boleiro a faturar os dois canecos. O goleiro Fábio foi vice do torneio com o Cruzeiro em 2009.
Psicólogo por formação, Fernando Diniz não abre mão do trabalho mental com os atletas. Ontem, durante a entrevista coletiva no Maracanã, ele ressaltou que a qualidade do grupo não está condicionada ao resultado. "Quem imaginaria que estaríamos aqui e agora? O que dá segurança é que sou um cara focado no trabalho e na minha vida, não só no resultado, que muitas vezes é intangível. A nossa vida, e nem a do time, estão à mercê do jogo. Estamos preparados com toda nossa alma e todo nosso espírito. Espero, de fato, que todos estejamos muito unidos", discursou.
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Na véspera da decisão, o técnico do Boca Juniors Jorge Almirón não escondeu o time titular, diferentemente de Fernando Diniz. O brasileiro entende que o mistério faz parte do jogo. "Vão ter que imaginar. Tem possibilidades. Se a dúvida está aí, vou deixar como está. Com o John Kennedy, você ganha mais profundidade, e com um cara no meio, em tese, você ganha mais recurso no meio de campo. A base de minha estratégia é colocar o melhor time para cada jogo", avaliou.
Candidato a levantar o troféu, o zagueiro Nino disse estar em condições de jogo após lesão e tranquilizou Diniz e torcida. "Foram semanas de muita dedicação de muita gente, preparação física, fisioterapia e nutrição. Chego 100% muito feliz com minha condição física", garantiu.
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