A Fórmula 1 desembarcou no Brasil neste final de semana para o Grande Prêmio de São Paulo e com ela as histórias da relação dos pilotos com a pista de Interlagos. Palco do primeiro pódio da carreira de Pierre Gasly, o Autódromo José Carlos Pace guardou um lugar especial no coração do francês, que criou um vínculo com a torcida verde-amarela. Além disso, o corredor da Alpine ainda reserva espaço para admirar o maior ídolo do país no esporte: Ayrton Senna.
Na temporada de 2019, o número 10 cruzou em segundo lugar em Interlagos por apenas 0,062s na frente de Lewis Hamilton , o bastante para ficar atrás apenas do vencedor da ocasião, Max Verstappen. Desde então, durante as etapas no Brasil, ele diz receber dos amigos e torcedores brasileiros o vídeo da reta final lado a lado com o britânico. A ação, segundo Pierre, o enche de energia positiva para voltar ao solo tupiniquim.
“Eu amo esse país. Sinto que minha personalidade combina com lugares assim, com muitas emoções. As pessoas são muito expressivas, ativas, sinto que são similares comigo. É um lugar que sempre será especial para mim por ser meu primeiro pódio na Fórmula 1, mas os brasileiros também são uma grande base de fãs para mim, recebo muitas mensagens de pessoas daqui”, explicou Gasly ao Correio.
Desde então, o vínculo com o Brasil foi perpetuado. Há dois anos, o francês firmou uma parceria com o Instituto Ayrton Senna e fez um tributo ao tricampeão em Imola. A lembrança, para o número 10, é motivo de orgulho. “Pude conhecer a família e poder ajudar a angariar fundos para o Instituto. São pequenas coisas que te realizam não apenas como piloto, mas como pessoa, poder devolver de alguma forma para a sociedade usando a plataforma que você tem” relatou.
Apesar de ter nascido depois da morte do brasileiro, ele confere ao principal rival de Ayrton, Alain Prost, como um dos motivos para a admiração. O tetracampeão da F1 e maior vencedor em Interlagos é um espelho para os pilotos franceses. Porém, como já disseram há 30 anos, é impossível contar a história de Senna sem Prost e vice-versa.
“Essa é a maior rivalidade da história da Fórmula 1. Alain é um ídolo para todos no país, assim como Ayrton, mas preciso dizer que amo ambos por razões diferentes. Eram pessoas diferentes e com personalidades distintas, acho os dois extremamente inspiradores. Ayrton, além do piloto incrível que ele era, também foi um modelo em termos de personalidade que eu me identifico. Ele era mais que um piloto, era um ícone para todo um país. É uma história importante e inspiradora, então é importante seguir o legado dele”, afirmou Gasly.
Ele não é o único do grid a citar o brasileiro, e sequer é caso isolado dentro da própria equipe. Esteban Ocon, parceiro na Alpine, também tem uma queda pelo Brasil e por Senna. “Oconzinho”, como é apelidado na torcida, até mesmo vai usar um capacete com referências ao país e a Seleção Brasileira. Charles Leclerc, da Ferrari, somou ao coro. “Ayrton é o primeiro e único ídolo que já tive. A família dele me convidou para ir no instituto dele em São Paulo, então pude ver carros e capacetes que ele usou. Foi um momento muito emocionante, sem dúvidas”, compartilhou o monegasco na coletiva de imprensa desta quinta-feira.
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Fã declarado de futebol, Gasly sabe que o torcedor brasileiro vai estar dividido no final de semana. No sábado (4/11), o país sedia a corrida de sprint da F1 em São Paulo e, ao mesmo tempo, a aguardada final da Libertadores entre Fluminense e Boca Juniors, no Rio de Janeiro. Na hora de escolher um para ganhar, o francês fez valer a conexão com o Brasil e escolheu o tricolor das Laranjeiras para levar o troféu continental.
Ainda assim, o objetivo de Pierre é somar pontos e continuar a briga pelo décimo lugar no mundial de pilotos. Com 56 pontos, ele vê no retrovisor Lance Stroll (53), da Aston Martin, e Ocon (45), mas quer manter a colocação e alimentar o objetivo de alcançar Oscar Piastri, da McLaren, nono com 87 pontos. Os trabalhos começam na sexta-feira (2/11), com o treino livre e a classificação, enquanto o sábado reserva a definição do grid da sprint e a prova curta. No domingo (5/11), a corrida principal dá a largada às 14h.
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