A final de sábado entre Boca Juniors e Fluminense, às 17h, no Maracanã, tem craques veteranos entre os protagonistas, mas vê em jovens talentos a chance de um fator desequilibrante pela Glória Eterna. No quarto capítulo da série do Correio Braziliense sobre os personagens da decisão inédita no Rio de Janeiro, os holofotes se direcionam para a joia dos xeneizes e o trunfo tricolor. Do lado argentino, o polivalente Valentín Barco, de 19 anos, atua em todas as posições do lado esquerdo e será a válvula de escape nas pontas. Pelo time brasileiro, o talismã John Kennedy, de 21, foi herói contra o Internacional e quer repetir a dose para coroar uma temporada de volta por cima na carreira.
Nascido em Buenos Aires, Barco passou por todas as etapas da categoria de base no Boca Juniors e estreou pela equipe em 2021, ainda aos 16 anos. Depois de três jogos no ano, o jovem passou a temporada seguinte sem conseguir se firmar no plantel principal e sequer entrou em campo, porém virou a mesa em 2023 e despontou como destaque. Lateral de origem, começou a atuar também na faixa mais ofensiva do campo e deu trabalho para a defesa palmeirense como extremo na semifinal.
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Opção de velocidade e dribles no ataque comandado por Edinson Cavani e Miguel Merentiel, Barco despertou o interesse de gigantes mundiais. El Colo, como é apelidado, inclusive foi convocado para a Copa do Mundo Sub-20 com a seleção da Argentina, comandada pelo ex-jogador Javier Mascherano.
Em 30 jogos na carreira, o camisa 19 acumula apenas um gol e três assistências. Quando saiu a primeira bola na rede até aqui? Pela Libertadores, na vitória por 4 x 0 contra o Monagas pela última rodada da fase de grupos. Se a falta de tentos chama a atenção, entre os torcedores xeneizes a esperança é a mesma: que Barco possa marcar na final da copa continental e frustrar um adversário dois anos mais velho.
O nome de presidente estadunidense pode confundir a cabeça de quem pesquisa sobre o mineiro de Itaúna John Kennedy. O futebol dele não deixa dúvidas: é craque. Tratado como joia no Fluminense desde 2016, quando chegou às Laranjeiras com 14 anos, a cria de Xerém não demorou para chamar a atenção.
Integrado aos profissionais em 2021, teve um 2022 difícil, assim como Barco. Acumulou problemas extracampo como atrasos, faltas e casos de indisciplina. O atacante viu as chances sumirem e voltou a participar do time sub-20 como punição. No começo desta temporada, estava emprestado à Ferroviária-SP para disputar o Paulistão e parecia fadado a entrar no hall de expectativas frustradas. No entanto, se destacou com seis gols em 11 partidas. O desempenho, aliado ao talento nato, fez o técnico Fernando Diniz abraçar o "urso tricolor", como é carinhosamente chamado, e promover uma nova esperança a John Kennedy.
De garoto problema a jogador decisivo, o camisa 9 herdou o número mítico de Fred e quer vencer o título pendente na carreira do ídolo. São 14 gols no ano, três deles na Libertadores. O mais importante veio logo na semifinal, quando saiu do banco para incendiar a virada do Fluminense e garantir a vaga na decisão. Pouco a pouco, ele fez a busca pela redenção se tornar uma tentativa pela consagração, e agora falta apenas mais um passo para isso.
As histórias de Valentín Barco e John Kennedy se cruzam neste sábado. Além da qualidade dentro de campo, a semelhança também se encontra no valor da partida. O vencedor vai faturar o primeiro título da carreira e ser coroado com a glória eterna. Independentemente de quem leve a melhor na decisão, outro ponto em comum pode ser traçado entre os jovens craques: a vitória de Boca Juniors ou Fluminense tem grandes chances de passar pelos pés de um dos dois.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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