A equipe feminina do Brasília vôlei ensaia para mais um início de temporada na elite brasileira. Em pré-temporada, o time de Taguatinga enfrentará velhos conhecidos antes de estrear na Superliga. Após o vice-campeonato da Copa Brasília, torneio amistoso realizado no início deste mês contra Fluminense e Praia Clube, a equipe candanga terá pela frente um último compromisso fora das fronteiras do Distrito Federal.
Assim como nas últimas cinco temporadas, com exceção de 2019, o Brasília Vôlei será um dos quatro participantes do Campeonato Mineiro de Vôlei. Convidadas, as brasilienses terão pela frente deste domingo (29) a 31 de outubro dois dos principais times do país.
O mesmo Praia Clube e o Gerdau Minas, donos da casa e finalistas da última edição da Superliga, estarão em quadra para buscar a medalha de ouro pela nona vez na história da competição. O terceiro participante e também mineiro Mackenzie Esporte Clube é o recordista de títulos com 15 conquistas.
Em entrevista ao Correio Braziliense, o técnico paulista Ângelo Vercesi projeta a temporada do Brasília Vôlei. Recém-chegado à equipe, o comandante com passagens por clubes na Itália e na Turquia, além de trabalhos nas seleções da Croácia, Azerbaijão e Belarus, ele terá uma carta na manga em busca do sucesso na temporada: a energia do lado de fora da quadra.
Conhecido por jogar e vibrar com as jogadoras, além de estar frequentemente envolvido com as rotinas de treinamento de maneira direta, Vercesi enxerga o Campeonato Mineiro não como um desafio, mas oportunidade.
"Na verdade, isso não é nada programado. É um instinto. Me envolvo dessa forma de maneira natural, pois sempre quero incentivar, trabalhar e jogar com a minha equipe. É uma forma de estar junto, de levar todos para a frente. Trabalho com uma mentalidade positiva e com a neurolinguística, principalmente. Busco sempre incentivar, e não o contrário. Digo 'vai lá, você vai acertar', ao invés de 'não vai errar, hein', por exemplo", explica.
Antes do do torneio em Minas, Ângelo fez questão de colocar a vinda para a capital federal como uma junção positiva de forças. Para ele, a chegada ao Brasília não servirá como trampolim para alçar voos mais altos. "Temos aqui uma estrutura muito boa. Além disso, não vim pra cá para subir a um nível mais alto posteriormente. Vim para juntar, unir as nossas forças, para crescermos juntos e sair desse patamar mediano e buscar níveis mais altos. Estou muito feliz com tudo. Aos poucos, vamos evoluindo", vislumbra.
"No Mineiro, vamos pegar as duas maiores potências do voleibol brasileiro. Mas vamos jogar, esse é o espírito. Vamos jogar. Se vamos ganhar ou perder, vamos olhá-los nos olhos e ir para cima", desafia.
Velhos e novos componentes
O Brasília Vôlei foi ao mercado com a missão de reformular o elenco. Décima colocada na última Superliga, a equipe buscou oito reforços para correr atrás de um desfecho ainda melhor da temporada.
Entre eles, a oposta mineira Laiza, após participar da campanha do Maringá na Superliga em 2022/23, finalizada com a nona colocação. Ela chega para substituir Arianne Tolentino, negociada com o Bluvôlei.
Apesar de ter sido convidada para vir à capital pelo treinador anterior, Duda Nunes, e vê-lo ser demitido antes da chegada, ela não se arrepende. "Já tinha trabalhado com o Duda, e como já o conhecia, resolvi vir. Quando ele saiu, tive um certo receio, mas confiei no trabalho e resolvi vir. Até agora tem sido muito bom. Não conhecia o Ângelo. Nos jogos, por exemplo, ele joga junto da gente, e isso é muito bom, sensacional. Foi um dos motivos que me deixaram mais tranquila e animada", relata.
Laiza vê o Campeonato Mineiro como boa sequência para o time após os bons resultados na Copa Brasília, além de uma oportunidade para interagir novamente com grandes times do país. "Vai ser muito interessante conhecer as outras equipes. Uma Pré-Superliga", descreve.
O Brasília Vôlei manteve algumas figuras da temporada passada. A ponteira Ana Medina nota mudança brusca no ânimo do time. "Tenho aproveitado bastante (o novo trabalho), apesar de ser muito diferente em relação ao anterior, pois ele (Ângelo Vercesi) tem muita experiência. Ele também traz bastante leveza pra nós, bate na tecla de que temos de nos divertir, o que é muito bom. Ele nos encoraja, e nos soltamos muito. Todas compraram a ideia dele, e temos a sensação de que a Superliga vai ser boa", confessou.
Em relação ao restante da pré-temporada, Medina reforça a existência de um sentimento positivo. Para ela, a presença de muitas dúvidas em relação às peças do elenco na temporada passada não existe mais.
"A Copa Brasília serviu para tirar qualquer dúvida em relação ao nosso time, para nós mesmas, inclusive. Nos vemos muito capazes, e isso teve muita influência no trabalho do Ângelo, também. Pode ser qualquer um, quem vier, bateremos de frente. Sem essa questão de respeitar demais a camisa do outro lado", avisa a ponteira.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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