O teste inicial do Cerrado no Novo Basquete Brasil (NBB) teve o mesmo resultado no segundo jogo da primeira rodada dupla, nesta segunda-feira (23/10). No Ginásio da Asceb, os candangos foram derrotados por 67 x 58 pelo Corinthians, caindo, assim, na bateria de estreia da competição.
Em mais um jogo travado na defesa e ainda sem os estadunidenses Grantham Gillard e William Green III, a dinâmica do placar seguiu arrastada mais uma vez. Para que se tenha ideia, a soma de pontos no intervalo era de 63 unidades. Assim, o time da capital espera por ter elenco completo para saber a fórmula completa dentro de quadra no campeonato.
1º Quarto: Estratégia aplicada
Em uma lógica semelhante ao duelo contra o Pinheiros, os alviverdes apostaram pela força defensiva mais próximo à cesta para construir uma vantagem a partir da paciência. Uma vez que os corintianos entraram no jogo físico, bem defendido pelos mandantes, passaram a perder bolas no ataque e a sofrer na defesa.
Até a metade do período, a única bola tripla havia sido de Cauê Borges, respondida por Tiago, do lado candango. Impaciente com a pouca efetividade, Silvio Santander pediu timeout aos cinco minutos, atrás no placar por 12 x 7. Com paciência, os cerradistas souberam construir o jogo com tempo útil de posse, e, apesar de uma reação alvinegra nos dois últimos minutos, venceram a parcial por 15 x 14.
2º Quarto: Artilharia pesada e infantaria leve
Assim como na estreia, o problema ofensivo em erros de passes se manteve, trazendo a breve virada dos paulistas, cessada pela boa parte defensiva e pelo tempo pedido por Régis Marrelli com menos de dois minutos, em parcial de 4 x 0. Porém, o time brasiliense seguiu a abusar da companhia faltosa em bandejas que resultaram em pontos aos visitantes.
Hesitantes nos arremessos, os times arrastaram uma curta pontuação ao longo de todo o primeiro tempo. Matheus Buiú chegou a empatar a partida em 22 pontos no meio período, sozinho, em chute diagonal. Com uma bandeja, o mesmo virou o jogo depois de um novo tempo do Corinthians, motivado por tal reação. Sobretudo pelo incômodo que Andrezão marcava no garrafão, sendo o cestinha da etapa inicial, com 12 pontos.
Entretanto, apenas um lance de craque parou a remontada cerradista. A um minuto e meio do intervalo, perdendo por 29 x 24, Cauê Borges sofreu falta ao converter uma bola tripla, diminuindo a diferença a um ponto. O Cerrado planejou o último minuto em tempo técnico, mas sofreu a reviravolta e ia aos vestiários perdendo por 34 x 29. Pesou no marcador a demora na saída em uma posse na quadra defensiva.
3º Quarto: Mais erros, menos pontos
Os corintianos foram para o atrito debaixo da cesta de forma diferente no segundo tempo, conseguindo se impor, finalmente, em todos os setores da quadra. Leva destaque o ala-pivô Demétrio, o primeiro corintiano a chegar a dez pontos. Mais enérgicos, os mandantes tentaram reverter a estratégia para bolas mais distantes, mas sem efetividade. Com quatro minutos, Régis Marrelli teve de parar o jogo com a parcial de 9 x 5, sendo a primeira vez com dez pontos atrás no marcador geral: 44 x 34.
Com ajustes no banco, a velocidade e dois turnovers forçados recolocaram a equipe local no jogo. Uma arrancada de 12 x 3 obrigou a parada de jogo do outro lado, reduzindo a diferença a um ponto. O grande movimento dos bancos deu uma maior rotatividade na pontuação, com destaque para Gui Santos, chegando aos 10 pontos. Em uma só posse nos dois minutos finais, porém, os cerradistas tiveram quatro rebotes e não puderam marcar. Do outro lado, os alvinegros também não somaram mais que três pontos após a parada: dos males do Cerrado, o menor.
4º Quarto: Jogo aberto
As equipes se dispuseram a um jogo mais aberto na parte final, variando bastante nas tentativas de finalização, sendo um teste para as marcações. A tentativa rendeu mais ao Corinthians, apesar de boa ação dos alviverdes. Ao meio período, uma bela jogada individual de Cauê Borges rendeu passe para bola tripla de Demétrio e tempo técnico pedido pelo Cerrado, com 11 x 7 na parcial, oito pontos atrás no marcador.
A volta não teve o efeito desejado para os mandantes: os alvinegros espaçaram a quadra de defesa e não tiveram a mesma resposta rígida do outro lado, respondendo, por fim, à maior energia da rotação, justificando uma superioridade na cadência da partida, com Demétrio fechando o duelo como cestinha, em 19 unidades. Com nove pontos de desvantagem e pouco mais de um minuto por jogar, um novo tempo foi pedido pelo treinador cerradista.
Novamente, como contra o Pinheiros, uma reação no final chamou a atenção, mas não foi suficiente para competir no placar. Com o fim da primeira bateria, os alviverdes agora têm compromisso fora de casa. Será no Paraná, no dia 31, às 19h30, contra o Pato Basquete, no Ginásio do Sesi de Pato Branco.
Um jogo "incompleto"
Em um começo de NBB com vários atletas ainda por figurar em quadra, a postura adversária agradou ao técnico corintiano Silvio Santander. "Queria parabenizar o Cerrado, que jogou de forma muito inteligente, com energia e boa defesa. A gente nunca esteve cômodo ou confortável no jogo. Hoje não jogou o Hettsheimer, o Isaac ainda está voltando, falta o Lázaro e um estrangeiro. Foi uma vitória importante para completar a viagem a Brasília", relata.
Citado pelo argentino, o pivô Rafael Hettsheimer esteve presente no banco de reservas apenas para compor a rotação, sem entrar em quadra, focado na recuperação física. "Quando um jogador como ele, com tanta trajetória, vindo de um Paulista de alto nível não está, a gente sente falta. O Corinthians está preparado para ter ele e o Helinho como líderes, mais um grupo de jovens e jogadores como o Léo (Demétrio) e o Cauê, mas também temos que aprender a jogar sem eles", detalha o treinador.
Do lado candango, as ausências dos estadunidenses Grantham Gillard e William Green III afetam no elenco e nos planos atuais. "Os dois fazem muita falta ao time, nos pegou de surpresa esses problemas nos documentos, que eles não puderam jogar. Vê que a gente não pôde pontuar e os gringos vêm para o Brasil para isso, mas a gente não tem que depender deles, tem que melhorar tudo", diz o pivô Andrezão, cestinha alviverde com 16 pontos.
Destaque da primeira etapa, o atleta destacou a positividade da força defensiva e a necessidade de melhorar o ataque. "É muito importante a gente manter o garrafão forte, nos rebotes e na defesa, mas a gente tem que pontuar mais e treinar mais. A nossa porcentagem de três e média distância. Temos que melhorar o ataque, não temos uma defesa ruim. Sempre vou estar à disposição para atuar no garrafão. Esse ano é uma boa oportunidade", diz o camisa 10.
Brasília domina o Pinheiros no Nilson Nelson e vence a primeira
Se por um lado o Distrito Federal não conseguiu bater um paulista na bateria dupla, por outro, sim. Meia hora depois, no Ginásio Nilson Nelson, o Brasília venceu o Pinheiros por 94 x 76, na primeira vitória celeste na competição, igualando a campanha após a queda para o próprio Corinthians, no sábado (21/10).
A partida correu parelha durante boa parte do primeiro tempo, com o final do segundo quarto sendo a primeira determinante para a vitória dos locais. A maior diferença da partida foi com três minutos jogados no segundo tempo: 78 x 53. Assim, os mandantes tiveram o mando das ações de forma tranquila durante os 20 minutos finais.
Essa dinâmica favoreceu uma maior rotação no forte ataque brasiliense. Paulo Lourenço foi o cestinha com 25 pontos, seguido pelos 22 de Thomas Cooper e 21 de Christian Alaekwe. A equipe ainda não teve a estreia do pivô Tony Criswell. O Brasília volta a quadra pelo NBB no dia 3/11, também no Sul do Brasil, contra o Pato Basquete.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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