FUTEBOL

Quem são os meias com mais assistências no Brasil em 2023

Arrascaeta, Renato Augusto e Raphael Veiga estão entre os boleiros mais solidários do país nesta temporada. Números podem ser atualizados no retorno da Data Fifa

Movimentação capaz de clarear as jogadas e dar passes açucarados são características de meio-campistas que nem todos os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro podem se dar ao luxo de ter. Botafogo, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras e Santos fazem parte uma lista de restrita de times com pelo menos um maestro para facilitar o caminho para o gol.

A temporada de 2023 mostra que quando Arrascaeta, Gerson, Everton estão em campo, as chances de gol do Flamengo aumentam. Ainda que o ataque rubro-negro atravesse uma crise de identidade de frente para a meta adversária, a santa trindade da meiuca flamenguista busca abastecer os companheiros. Embora lide com idas e vindas do departamento médico, Arrascaeta é o meia mais garçom. Em 42 jogos, distribuiu 12 assistências.

Peças do nível de Seleção Brasileira, Everton Ribeiro e Gerson promovem uma concorrência saudável no elenco agora gerido por Tite. O camisa 7 tem mais jogos que Arrascaeta, mas pouco mais da metade das assistências dele (7). A explicação é o banco de reservas. Menos iluminado que nos vitoriosos anos anteriores, ele flerta entre a titularidade e o papel de suplente.

Intocável mesmo é o coringa rubro-negro. Passou de volante a meia criativo e participativo nos últimos dois terços do campo. Em 49 partidas em 2023, orgulha-se de nove assistências. Os flamenguistas torcem para atualizar os números na quinta-feira (19/10), às 19h, contra o Cruzeiro, no Mineirão, na estreia sob o comando do novo treinador.

Dono do segundo elenco mais valioso da América do Sul, o Palmeiras aposta as fichas em Raphael Veiga para pelo menos beliscar uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores após as eliminações na Copa do Brasil e na semifinal do torneio continental. O camisa 23 alviverde divide com Arrascaeta a liderança do ranking dos meias mais solidários. Com a ausência de Dudu, ele fica isolado como a principal veia ofensiva da trupe ensaiada pelo português Abel Ferreira. Além das 12 assistências, equilibra os números com os 16 gols em 2023.

O talento do meio-campista palmeirense espanta Abel Ferreira. "Até me arrepio (ao falar de Raphael Veiga). Para mim, é o melhor 10 que já treinei. De longe. Ele é completo. Ataca, dá assistência, faz gols... E faz uma coisa que poucos 10 fazem: ele corre para trás para recuperar a bola. Às vezes, o Veiga não precisa jogar o jogo todo. Ele só tem que jogar o quanto eu preciso que ele jogue, sempre com a intensidade que eu peço", avaliou o treinador em entrevista coletiva.

No líder Botafogo, o meia Eduardo costuma ser o herói de cada jogo, como diz o hino. Além de flecha, também costuma ser arco com as cinco assistências nesta temporada. Com o técnico Bruno Lage não foi tão vistoso quanto com o antecessor Luís Castro. Porém, agora sob a batuta do ex-meia Lucio Flavio, pode voltar a exercer a função com maestria. No rival Fluminense, a missão de fazer o jogo girar é de Paulo Henrique Ganso. Para que o centroavante Germán Cano faça o "L" na comemoração, é preciso de alguém para dar aquele empurrãozinho. Ganso é o 10 clássico capaz de gerar oportunidades para o setor ofensivo.

Não somente de Luis Suárez vive o lado azul de Porto Alegre. Cria das categorias de base do Boca Juniors, o argentino Franco Cristaldo caiu como uma luva na equipe de Renato Portaluppi. Coleciona 11 passes providenciais para gols e ajuda a aumentar as probabilidades tricolores de assegurar vaga na Libertadores na temporada de retorno à elite do Brasileirão.

"É um jogador inteligente. Vai agregar muito ao grupo. Hoje em dia é difícil achar um meia como ele. O Grêmio fez uma grande contratação. Não vai ser da noite para o dia que vai mostrar tudo que sabe, mas deu pra ver que tem bastante qualidade", comentou Renato na estreia de Cristaldo, em janeiro. Os gaúchos chegam para a 27ª rodada com 76% de chances de classificação ao torneio continental, segundo dados do Departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No Beira-Rio, o metrônomo atende por Alan Patrick. O experiente meio-campista serviu companheiros com oito assistências. Mesmo número de Renato Augusto no Corinthians. Ainda que o alvinegro oscile na temporada e lute contra o segundo rebaixamento, ele chama a responsabilidade. O camisa 8 de 35 anos chama a atenção pelos recorrentes problemas de lesão. Mesmo longe do auge, arranca elogios até mesmo dos adversários.

"É um jogador que em determinado momento anda por onde quer, é um jogador livre. Tem coisas boas para a equipe dele, mas tem coisas ruins, porque dá desequilíbrio no adversário. Quando perde a bola, não está no lugar em que deveria. É verdade que é um jogador diferenciado e não vamos conseguir anulá-lo o tempo todo, porque não tínhamos uma marcação específica nele", analisou após o empate por 2 x 2 no Dérbi pelo Campeonato Paulista, em fevereiro.

A situação do Santos é parecida. Na primeira temporada após o retorno ao Peixe, Lucas Lima é a peça que evita o definhamento do setor criativo.

Ranking

Arrascaeta: 12
Raphael Veiga: 12
Cristaldo: 11
Lucas Lima: 9
Gerson: 9
Alan Patrick: 8
Renato Augusto: 8
Paulo Henrique Ganso: 7
Everton Ribeiro: 6
Eduardo: 5

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