BASQUETE

Guia do NBB 2023/24: o que você precisa saber sobre a nova temporada

Competição que começa nesta sexta-feira (13/10) passou por atualização impactante no regulamento e sofreu rompimento com a Confederação. Brasília e Cerrado sonham alto

Começa, nesta sexta-feira (13/10), o maior Novo Basquete Brasil (NBB) de todos os tempos. Isso se deve à quantidade de equipes envolvidas na competição: 19 — um recorde entre todas as edições anteriores. A bola laranja sobe às 20h para a estreia da temporada 2023/2024 com o duelo entre o terceiro e quarto colocados na última versão do torneio, Flamengo e Minas, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

O torneio passou por mudanças no regulamento para os playoffs, o mata-mata da competição. Após todas as equipes se enfrentarem em duelos de ida e volta em 36 rodadas, 16 dos 19 clubes avançaram para a fase eliminatória. Nas oitavas, as vagas serão decididas em séries melhor de três. A partir do round entre os oito melhores, as classificações passarão por bateria de melhor de cinco.

A mudança na regra não permitirá que os quatro primeiro classificados baixem a guarda. Foi extinta a vaga direta nas quartas de final. Porém, a sequência no torneio passará por confrontos contra o quarteto de campanha menos eficiente. A disputa mais abrangente contrasta com uma crise na intertemporada. Em junho, Confederação Brasileira de Basquete retirou a chancela do torneio e rompeu vínculos com a Liga Nacional (LNB), gestora do campeonato.

A CBB ameaçou a criação de uma elite do basquete nacional. Porém, todos os clubes participantes do NBB garantiram a permanência do torneio sob essa nomenclatura desde 2008/2009. Na prática, o cenário dificulta a classificação de times brasileiros para torneios internacionais organizados pela Fiba, pois a indicação parte da CBB. Em contrapartida, o campeonato passa a contar com um aliado antigo e conhecido no fomento da competição. A Caixa Econômica Federal volta a colocar o nome oficialmente dentro da disputa, facilitando alguns custos durante a edição.

A capital federal terá, pela quarta temporada seguida, dois representantes e duas quadras para o espetáculo da bola laranja. O Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental, tem uma cara nova por dentro, com a reforma do piso para ensaiar temporada melhor do Brasília. Diante dos ajustes na praça, a equipe precisou treinar no Minas Tênis Clube.

Casa do Cerrado Basquete, o Ginásio da Asceb, na 904 Sul, mantém a principal característica. A acústica e a arquitetura acanhada mantêm o aspecto de caldeirão para a terceira temporada seguida sob cuidados do lado verde da força. O Correio mostra, a seguir, a situação dos times da cidade e dos 17 candidatos ao título.

Brasília Basquete

As manutenções da comissão técnica e de alguns dirigentes levam o Brasília a crer em uma retomada no cenário nacional. Por outro lado, promoveu mudanças em quadra e entrará em quadra com um time praticamente novo em comparação à temporada passada. O objetivo é retornar aos playoffs após quatro anos.

"É difícil, no início, você juntar diversos jogadores que estiveram juntos, mas, com o tempo, vão se adaptando. Estamos treinando todos os dias para poder recuperar o tempo da pré-temporada que não podemos contar com todos os atletas", declara o técnico Dedé Barbosa.

O primeiro desafio do Brasília na jornada até 2024 será contra o Corinthians, em 21 de outubro, às 16h, no Nilson Nelson.

Melhor campanha: campeão (2009/10, 2010/11 e 2011/12)
Ginásio: Nilson Nelson
Quinteto-base: Deryk, Dalaqua, Alawenke, Paulo Lourenço e Thomas Cooper
Técnico: Dedé Barbosa

Cerrado Basquete

O Cerrado Basquete busca alcançar o mata-mata pela primeira vez. Para isso, iniciou os trabalhos durante a temporada anterior, quando direcionou as atenções para a montagem do elenco. Muitos são os novatos em quadra e à beira dela, como o técnico Régis Marelli, ex-Brasília.

"Uma das situações que coloquei era a mudança para uma cara mais jovem (no elenco), com luta, garra, defesa e disposição para atrair a torcida e se envolver com o time, para começar a encher o ginásio e fazer grandes jogos. A ideia é essa. A gente conseguiu fazer grande parte disso, mas nunca se pode fazer 100%, daí entra a parte financeira e a competição entre as equipes, acredita.

O debute alviverde na terceira disputa de NBB também acontece em 21 de outubro, às 17h, no Ginásio da Asceb.

Melhor campanha: 14º lugar (2021/22)
Ginásio: Asceb
Quinteto-base: Davi Rossetto, Matheus Buiú, Green III, Gillard e Maicon Douglas
Técnico: Régis Marrelli

Bauru

Focado no mata-mata do Campeonato Paulista, o Dragão segue com boa parte da base do ano anterior e mantém o nível da equipe em uma política clássica. Essa constância costuma render presenças nos playoffs. Em 2022/2023, o time parou no Flamengo, nas quartas de final.

Melhor campanha: Campeão (2016/17)
Ginásio: Panela de Pressão
Quinteto-base: Machuca, Alex Garcia, Larry Taylor, Fuzaro e Anderson Rodrigues
Técnico: Jorge Guerra

Botafogo

O Botafogo está de volta à principal competição do basquete brasileiro após três anos. O time aposta na força da base para bater os elencos de veteranos na campanha de retorno. Um dos destaques do glorioso é o armador americano Jamaal Smith campeão da Liga Sul-Americana de 2019 pelo clube carioca.

Melhor campanha: Semifinal (2018/19)
Ginásio: Oscar Zelaya
Quinteto-base: Jamaal, Matheusinho, Yago, Emanuel e Gigante
Técnico: Miguel Palmier

Caxias

Vencedor do Sul-Brasileiro e vice-campeão do Torneio Interligas, a formação da Serra Gaúcha busca realizar campanha para além das oitavas, como foi em 2022/23, quando caiu diante do Pinheiros. O clube dos Pampas abrigou o armador Deryk Ramos, primeiro reforço anunciado pelo Brasília, mas manteve parte do elenco e promete, com entrosamento, ainda mais força para este ano.

Melhor campanha: Quartas de final (2018/18)
Ginásio: Sesi de Caxias do Sul
Quinteto-base: Dawkins, Gabriel, Diego Conceição, Wesley Mogi e Weslley Sena
Técnico: Rodrigo Barbosa

Corinthians

O alvinegro vem para ser um verdadeiro Timão durante o ano. Ainda concentrado no Paulistão, o time reforçou um elenco já competitivo com nomes expressivos, como o armador Elinho e o pivô Rafael Hettsheimeir, a fim de integrar a parte mais alta da temporada regular. O NBB promete no Parque São Jorge.

Melhor campanha: Quartas de final (2018/19 e 2020/21)
Ginásio: Wlamir Marques
Quinteto-base: Cauê Borges, Elinho, Isaac, Mãozinha e Rafael Hettsheimeir
Técnico: Silvio Santander

Flamengo

Maior campeão do NBB, com sete títulos, o Flamengo fortaleceu o elenco na briga pelo oitavo caneco. Os argentinos Franco Balbi e Martín Cuello são os caras da armação e contarão com um reforço de nível de NBA. O ala-armador Didi Louzada, ex-New Orleans Pelicans e Portland Trail Blazers, é o reforço de mais peso.

Melhor campanha: Campeão (2008/09, 2012/13, 2013/14, 2014/15, 2015/16, 2018/19 e 2020/21)
Ginásio: Maracanãzinho
Quinteto-base: Cuello, Balbi, Didi, Olivinha e Gabriel Jaú
Técnico: Gustavo de Conti

Fortaleza/Basquete Cearense

O Carcalaion mantém o sotaque internacional, além do humor no nome que fusiona o carcará com o leão, em honra às duas instituições. Após manter o cestinha da última temporada, o Dexter McClanahan (média de 21,4 pontos por jogo), outros gringos chegam para somar.

Melhor campanha: Quartas de final (2017/18/ 2015/16)
Ginásio: CFO
Quinteto-base: Orresta, McClanahan, Buford, Eddy Carvalho e Eden Ewing
Técnico: Flávio Espiga

Franca

Bicampeões nacionais e atuais detentores do troféu do Mundial, os francanos estão em céu de brigadeiro. O tempo, porém, não permite tantos festejos. Tem no radar o mata-mata do Paulista e ensaia manutenção da hegemonia com o favoritismo no NBB.

Melhor campanha: Campeão (2021/22 e 2022/23)
Ginásio: Pedrocão
Quinteto-base: David Jackson, Jhonatan Luz, Georginho, Lucas Dias e Scala
Técnico: Helinho

Minas

Os mineiros seguem na obsessão de levantar o primeiro título na competição após romper a seca nacional com a Copa Super 8 no ano passado. Mantida a base e o técnico, a formação de Belo Horizonte aposta em um novo nome na armação. O argentino Franco Baralle é o novo responsável pelo setor criativo.

Melhor campanha: Semifinal (2008/09, 2009/10, 2020/21, 2021/22 e 2022/23)
Ginásio: Arena UniBH
Quinteto-base: Baralle, Alexey, Shaq Johnson, Gemerson e Wesley Castro
Técnico: Léo Costa

Mogi

Um ano de saudade marcou a breve ausência da equipe de Mogi das Cruzes na competição. Nesse meio-tempo, alguns jogadores da equipe passaram arrumaram as malas para o Brasília, como Lessa, que retorna ao clube. O condutor da trupe paulista será o americano ala Shamell Stallworth. Ele regressa após quatro temporadas pelo São Paulo.

Melhor campanha: Vice-campeão (2017/18)
Ginásio: Professor Hugo Ramos
Quinteto-base: Vinicius Pastor, Gustavo Luiz, Lucas Lacerda, Shamell, e Ware
Técnico: Fernando Penna

Pato Basquete

Mescla é um termo que define bem a montagem da equipe paranaense para o campeonato. A manutenção do armador José Materan, a contratação do armador americano Nate Barnes e a ascensão do ala-pivô Gabriel Novaes, jogador mais valioso (MVP) da Liga de Desenvolvimento (LDB) fazem o time sonhar com volta ao mata-mata.

Melhor campanha: Oitavas de final (2022/23, 2021/22, 2020/21)
Ginásio: Sesi de Pato Branco
Quinteto-base: Matheus Bonfim, Nate Barnes, Materan, Gabriel Novaes e Victor
Técnico: Jece Leite

Paulistano

O CAP volta a apostar na mente do banco de reservas. Demétrius Ferracciú terá como referência um atleta que acabou de sair do Distrito Federal. Destaque do Cerrado, o pivô Ruan Miranda deixou a formação alviverde para viver os ares do basquete na capital paulista, sendo uma das esperanças do time por mais uma campanha constante.

Melhor campanha: Campeão (2017/18)
Ginásio: Antônio Prado Jr.
Quinteto-base: Kevin, Lucas Dória, Victão, Léo Abreu e Ruan
Técnico: Demétrius Ferracciú

Pinheiros

A aposta em jovens é um clássico dos tricolores. Além da manutenção do armador Felipe Ruivo e do ala Buffat, a chegada do criador ex-Paulistano Adyel serve de bônus para uma campanha promissora nesta edição. A bola tripla e a velocidade são aspectos para fazer o time pontuar alto durante todo o NBB.

Melhor campanha: Semifinal (2010/11, 2011/12 e 2016/17)
Ginásio: Henrique Villaboim
Quinteto-base: Felipe Ruivo, Adyel, Jimmy, Buffat e Dikembe
Técnico: David Pelosini

São José

Com dois jogadores ex-Brasília no elenco (o ala-pivô Douglas dos Santos e e o pivô Matheus Leal), a equipe de São José dos Campos procura manter o mesmo nível do ano anterior para ir aos playoffs. Em 2022/2023, a companhia paulista esteve no 10º lugar, de 12 classificados com o antigo regulamento, e parou nas oitavas de final.

Melhor campanha: Vice-campeão (2017/18)
Ginásio: Linneu de Moura
Quinteto-base: Diego Figueiredo, Leonardo Lema, Douglas dos Santos, Matheus Leal e Renato Carbonari
Técnico: Sebastián Figueiredo

São Paulo

O soberano quer fazer jus ao nome também na bola laranja. Para isso, manteve parte dos jogadores vice-campeões em duas das últimas três temporadas. Competitividade e chegada são fatores que podem dar um rumo vitorioso à equipe. O armador Ricardo Fischer, o ala-armador Corderro Bennett e o pivôe Lucas Siewert são as referências. O ala recém-chegado Dominique Coleman desponta como opção.

Melhor campanha: Vice-campeão (2022/23 e 2020/21)
Ginásio: Morumbi
Quinteto-base: Fischer, Malcom Miller, Coleman, Bennett e Siewert
Técnico: Bruno Mortari

União Corinthians

Com um time praticamente novo, a formação de Santa Cruz do Sul (RS) conta com um argentino e dois estadunidenses entre o plantel, que deve ser complementado com atletas das categorias de base. O esforço pode servir para mandar o time ao mata-mata após ter ficado na 13ª colocação na temporada passada, uma posição atrás do Pato Basquete, o último classificado ao playoff.

Melhor campanha: Vice-campeão (2022/23 e 2020/21)
Ginásio: Morumbi
Quinteto-base: Fischer, Malcom Miller, Coleman, Bennett e Siewert
Técnico: Bruno Mortari

Unifacisa

A aposta da equipe paraibana está no banco de reservas. O técnico César Guiedetti é o responsável por guiar a equipe novamente. No ano passado, a Unifacisa foi a responsável por quebrar a invencibilidade do Franca ao vencer os jogos um e três das quartas de final. Nesta pré-temporada, venceu o Torneio Integração.

Melhor campanha: Quartas de final (2022/23, 2021/22)
Ginásio: Arena Unifacisa
Quinteto-base: Corvalán, Gaskins, Nesbitt, André Góes e Rafael Rachel
Técnico: César Guidetti

Vasco

Os nomes no plantel cruzmaltino indicam uma força maior do que o indicado para o retorno depois de cinco temporadas de ausência. Além dos nomes de Cauê Verzola e Eugeniusz na armação, a principal arma dos cariocas está na mente do técnico ex-Seleção Brasileira e Botafogo, Léo Figueiró.

Melhor campanha: Oitavas de final (2016/17, 2017/18)
Ginásio: São Januário
Quinteto-base: Cauê, Eugeniusz, Gustavo Basílio, Humberto e Rafa Paulichi
Técnico: Léo Figueiró

*Estagiário sob a supervisão de Victor Parrini

 

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