Simone Biles voltou com estilo às grandes competições de ginástica. Após dois anos sem competir, cuidando da saúde mental, a ginasta norte-americana deu um show em Antuérpia, na Bélgica, no Campeonato Mundial de Ginástica Artística. A campeã olímpica fez novamente o salto sobre a mesa mais difícil da modalidade, liderou o quadro geral individual, garantiu a primeira posição dos Estados Unidos no classificatório e, ainda, somou a nota mais alta em três dos quatro aparelhos.
Ontem, todos os olhos estavam em Biles. E a atleta de 26 anos provou, mais uma vez, o porquê é considerada uma das maiores ginastas de todos os tempos. No salto sobre a mesa, Simone executou novamente o Yurchenko Double Pike. O movimento complexo tem a maior pontuação no código da Federação Internacional de Ginástica (FIG). O prestígio da acrobacia é tamanho, que o salto foi homologado e passará a se chamar "Simone Biles".
Com dois saltos sobre a mesa, a estadunidense somou 14,949 pontos, seguida de perto pelas companheiras de time. No solo, onde sempre brilhou, Biles conquistou a pontuação de 14,633, além da boa performance na trave de equilíbrio, com 14,566 pontos. O único aparelho no qual Simone não liderou foi nas barras assimétricas. Terminou na segunda posição com 14,400, atrás da companheira de time Shilese Jones. A concorrete fez 14,833.
Os resultados de Biles e companheiras elevaram os Estados Unidos à primeira posição na classificação geral, com pontuação de 171,395. As finais começam a partir de hoje e podem marcar o reencontro de Simone com a brasileira Rebeca Andrade, atual campeã mundial, após um longo período sem competirem em conjunto.
Dona de quatro medalhas de ouro em Olimpíadas e de 19 títulos mundiais, Biles voltou a competir em agosto deste ano, após uma pausa de dois anos na carreira esportiva. Ela se afastou do circuito após os Jogos Olímpicos de Tóquio, disputados em 2021. A atleta havia alegado problemas de saúde mental para ficar longe das competições.
Seleção
Foi por muito pouco, mas a Seleção masculina de ginástica artística ficou sem a vaga por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A frustração veio ontem ao terminar o Mundial da Antuérpia, na Bélgica, na 13ª colocação. As 12 melhores equipes se classificaram para a Olimpíada.
O Brasil sofreu com desfalques de peso. Caio Souza e Arthur Zanetti, dono de duas medalhas olímpicas no currículo, não participaram do Mundial. A equipe, que ficou muito perto de conquistar uma vaga em Paris-2024, teve Arthur Nory, Bernardo Actos, Diogo Soares, Patrick Corrêa e Yuri Guimarães.
A Seleção perdeu a 12ª colocação na classificação geral para a Ucrânia por menos de dois décimos (245,461, contra 245,295). O resultado foi bem semelhante ao do Mundial passado, em Liverpool-2022, quando ficou em sétimo lugar, com 245,394 pontos.
"Mais uma vez, este resultado comprova o acerto de buscarmos sempre a renovação da equipe. Mesmo com a ausência de grandes nomes, como o do Caio (Souza) e do (Arthur) Zanetti, a gente conseguiu manter a pontuação do ano passado", disse Hilton Dichelli Júnior, coordenador de ginástica artística masculina.
Apesar da eliminação por equipes, a Seleção conquistou duas vagas no individual para a Olimpíada de Paris-2024. Por ter ficado entre as 15 melhores, poderá indicar qualquer atleta aos Jogos Olímpicos. A decisão será da Confederação Brasileira de Ginástica.
Diogo Soares confirmou o bilhete por ter ficado na 26ª posição no individual geral. Ele conquistou uma das oito vagas disponíveis para países que não se classificaram aos Jogos Olímpicos por equipe. Além dele, Arthur Nory, que avançou à final da barra fixa, tem chances de garantir a sua classificação em Paris.