BOXE

Beatriz Ferreira conquista ouro no boxe em Santiago

Beatriz Ferreira desbanca a colombiana Angie Valdes, conquista novo ouro e anuncia aposentadoria após os Jogos de Paris-2024. Campanha contribui para recorde de medalhas do boxe do Brasil na competição

Confronto com Angie Valdes marcou a despedida de Beatriz Ferreira dos Jogos Pan-Americanos. Último ato da carreira dela será em Paris-2024 -  (crédito: Wander Roberto/COB @wander_imagem)
Confronto com Angie Valdes marcou a despedida de Beatriz Ferreira dos Jogos Pan-Americanos. Último ato da carreira dela será em Paris-2024 - (crédito: Wander Roberto/COB @wander_imagem)
postado em 28/10/2023 00:01 / atualizado em 28/10/2023 11:41

Beatriz Ferreira é daquelas brasileiras que levam o Hino Nacional ao pé da letra quando está nos ringues. Em momentos de decisão, a pugilista forjada em Salvador usa e abusa do mantra de "conquistar com braço forte". Ontem, não foi diferente. Na final da categoria até 60kg do boxe, Bia reencontrou a colombiana campeã olímpica da Rio-2016, Angie Valdes, e aumentou a "freguesia" ao ganhar o ouro dos Jogos Pan-Americanos de Santiago.

Em 26 de março, Angie Valdes era a última fronteira entre Bia Ferreira e o bicampeonato mundial. A colombiana tentou fazer jogo duro, mas foi batida. Ali, a baiana se tornava o principal nome do boxe feminino. Chegou a 36 pódios — 31 de ouros — em 37 competições internacionais. A marca foi atualizada com o novo triunfo sobre a adversária sul-americana, com decisão unânime dos juízes, por 3 rounds a 0.

Bia fecha um ciclo de Jogos Pan-Americanos com medalha de ouro e a vaga nas Olimpíadas de Paris-2024. Após o êxtase no ringue chileno, a referência do boxe do país anunciou o fim da trajetória no esporte profissional após a disputa na Cidade Luz. "Missão dada é missão cumprida. Classifiquei e, de brinde, peguei o ouro. Estou muito feliz. Jogos Olímpicos já estão aí e eu quero pegar a mãe de todas, a dourada", brincou em entrevista ao Canal Olímpico do Brasil.

"Meu último ciclo, era para ser em Tóquio, mas fui desafiada, com um ciclo mais curto (três anos até Paris 2024). Quis repetir as competições, trazendo ouro novamente, e está dando tudo certo. Acredito que lá em Paris vou estar no pódio e brigando pelo ouro", completou a brasileira.

O resultado de Bia Ferreira foi o melhor do Time Brasil na 19ª edição dos Jogos Pan-Americanos, junto aos ouros de Jucielen Romeu e Carol Almeida, e comprovou o crescimento do país no cenário internacional da modalidade. Dos 13 atletas inscritos para a jornada no Chile, apenas o carioca Wanderson de Oliveira, o Shuga, não avançou às semifinais e não garantiu medalha. É o melhor resultado do país desde a edição de 1963, em São Paulo. Na versão paulistana, a modalidade entregou nove medalhas, três de ouro.

Representante do Distrito Federal na delegação, Viviane Pereira assegurou o bronze. "Estou muito feliz por levar a medalha de bronze para casa. Não estou satisfeita, pois a meta era a classificação (para Paris-2024), mas ano que vem terei duas oportunidades e vou me classificar. Foi o meu primeiro Pan-Americano. Agora é corrigir os erros e seguir treinando", disse a brasiliense ao Correio.

Ontem, o Brasil disputou outras duas finais. Na categoria até 54kg, Tatiana Chagas foi derrotada pela vice-campeã mundial Yeni Arias e ficou com a prata. Situação semelhante a de Keno Marley nos 92kg após cair diante do colombiano e campeão olímpico, Julio Cesar La Cruz. Havia outro par de chances de ouro. Porém, Abner Teixeira e Michael Douglas se lesionaram e foram poupados para seguir em busca da vaga olímpica na sequência do ciclo.

 

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