Tite sempre esteve perto do caos do Flamengo. Morador da Barra da Tijuca há sete anos, o gaúcho de 62 anos era quase que uma solução caseira para apagar o incêndio nos bastidores do clube mais popular do país. Poucos quilômetros separam o cafofo do ex-técnico da Seleção Brasileira do Ninho do Urubu, em Vargem Grande, também na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Enquanto ele descansava e projetava o retorno do ano sabático em 2024, o bicho-pegava. Nesta quinta-feira (19/10), às 21h30, contra o Cruzeiro, tem a chance de mostrar que é o candidato perfeito a desarmar a bomba plantada desde o início do ano. O Premiere transmite a estreia do novo rubro-negro.
A roqueira Pitty cantaria que o professor Adenor estava ali o tempo todo e só o Flamengo não viu. Coube ao mundo da bola fazer o meio de campo ao dar mundo algumas voltas até alinhar os destinos dos dois. Algumas questões, claro, precisaram ser superadas. Tite se desapegou do passado e sequer ouviu a proposta de retorno ao Corinthians. Também precisou sair na cara e na coragem para encarar os tribunais das redes sociais após bater o pé ao dizer que não trabalharia no Brasil em 2023. Teve tetê-à-tetê com Gabigol para justificar a não convocação do atacante para a Copa do Mundo do Catar.
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Tite desembarcou no Ninho do Urubu com a prancheta em uma mão e o extintor na outra. O problema do Flamengo é muito além de tático e técnico. De time de futebol passou a clube da luta. Os episódios de agressões do ex-preparador físico Pablo Fernández em Pedro e o entreveiro entre Gerson e Varela tornaram evidente o descompasso emocional, refletido em campo. Dono do elenco mais valioso da América do Sul, o rubro-negro chegou a cinco vices em 2023 com a perda do título da Copa do Brasil para o São Paulo.
O resgaste ao prestígio exige mudanças de ideias e que os discursos sejam colocados em prática. Os antecessores de Vitor Pereira e Jorge Sampaoli falavam sobre como treinadores deveriam trabalhar em função das características dos jogadores. Quando detinham o poder para tal, não o fizeram. Sampaoli não repetiu nenhuma escalação nos 39 jogos. Foi bastante criticado por invenções. O zagueiro David Luiz chegou a ser volante, enquanto o cão de guarda Thiago Maia foi improvisado na lateral. O português tinha apego a Marinho e Cebolinha como alas, além da insistência em esquemas com três zagueiros.
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Tite é adepto ao simples bem feito. Não ousa com linhas de três como Vítor Pereira ou improvisa como Jorge Sampaoli. O gaúcho de Caxias do Sul não abre mão da linha com quatro homens na defesa, de pontas com velocidade e de uma referência. Na primeiro desafio à frente do Flamengo, deve utilizar um 4-3-3. A tendência é que Rossi seja mantido no gol. De volta após a Data Fifa com a Seleção Brasileira, Gerson será um dos responsáveis pela distribuição para Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Pedro.
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