Não basta ter classificado o Fluminense para a final da Libertadores contra o Boca Juniors, em 4 de novembro, no Maracanã. Aos 49 anos, o mineiro de Patos de Minas Fernando Diniz Silva precisa manter o sarrafo deixado pelo antecessor Tite na metragem mais alta possível. Levantamento do Correio Braziliense aponta que o Brasil pode completar contra a Venezuela nesta quinta-feira, às 21h30, na Arena Pantanal, em Cuiabá, 30 rodadas consecutivas na liderança das Eliminatórias para a Copa do Mundo.
A sequência começou em 2016 justamente contra a Venezuela, primeira adversária da Seleção na rodada dupla desta Data Fifa. Tite havia herdado o trabalho de Dunga em sexto lugar. Estreou contra o Equador na sétima volta da corrida por vagas para a Copa da Rússia e empilhou quatro vitórias seguidas para tomar o primeiro lugar do Uruguai na décima, em 11 de outubro, com vitória por 2 x 0 no Estádio Metropolitano de Mérida. Daquele dia em diante, o Brasil não desceu mais do topo.
Tite conquistou o título simbólico das Eliminatórias para as Copas de 2018 e 2022. Juntando o desempenho em ambas, disputou 30 rodadas e ficou 27 em primeiro lugar. Com as duas vitórias de Fernando Diniz na caminhada rumo a 2026, o Brasil ostenta 29 jornadas na liderança. A Seleção não perde no torneio desde 8 de outubro de 2016 contra o Chile, em Santiago, por 2 x 0. O comandante era Dunga.
Na última entrevista como técnico do Brasil depois da eliminação contra a Croácia, em 9 de dezembro, Tite falou em legado. "O tempo pode responder melhor. Não tenho condição de avaliar todo o trabalho. Com o passar do tempo, as pessoas vão fazer uma avaliação devida", afirmou ele, abatido.
Fernando Diniz exaltou o trabalho do antecessor na estreia com goleada por 5 x 1 contra a Bolívia, no Mangueirão, em Belém. “Peguei um time muito bem estruturado pelo Tite, tanto na parte tática, apesar da forma diferente de jogar, e no relacionamento, de se dar bem entre os jogadores, e colocamos algumas ideias. A gente vai conhecendo, se adaptando ao que eles faziam, que foi uma coisa muito bem feita. Eles tiveram seis anos com o Tite, foi um trabalho digno de todos os elogios, um trabalho muito bem feito, que não ganhou a Copa do Mundo, mas foi excelente. Essa é minha opinião”, acrescentou.
Os 23 convocados para os duelos com a Venezuela, em Cuiabá, e o clássico contra o Uruguai na próxima terça-feira, em Montevidéu, começaram a se apresentar na noite de domingo. Fernando Diniz precisou trocar pelo menos quatro nomes por causa de contusão. Raphinha (Barcelona) deu lugar a David Neres (Benfica). Os laterais Vanderson e Caio Henrique (Monaco) e Renan Lodi (Sevilla) foram trocados, respectivamente, por Yan Couto (Girona), Guilherme Arana (Atlético-MG) e Carlos Augusto (Internazionale). Danilo (Juventus) é o remanescente da convocação original.
“Infelizmente tivemos lesões. O (Guilherme) Arana a gente tem acompanhado ele bem, vem em franca evolução. O Carlos Augusto também é um jogador monitorado, não tivemos surpresas. São jogadores que estavam na lista larga (de mais de 23 nomes). A gente espera que eles cheguem bem aqui e consigam render aquilo que a gente viu nos clubes”, disse Fernando Diniz na chegada em Cuiabá.
Guilherme Arana era cotado para ser titular na Copa do Catar. No entanto, se machucou antes do anúncio da lista final e frustrou Tite. “É como se fosse a primeira vez, uma estreia, uma oportunidade nova, um ciclo novo, uma comissão nova. Venho me preparando bastante, não faz nem três meses que estou jogando após minha lesão. Infelizmente, estou aqui por causa da lesão do Caio Henrique, mas futebol a gente tem que estar preparado. Não sei se serei titular, mas estou preparando mentalmente e espero aproveitar a oportunidade”, afirmou Arana na entrevista coletiva de ontem.
Um dos trunfos de Arana é a versatilidade. “Já fiz a posição por dentro, com Sampaoli eu jogava mais por dentro do que por fora. Temos jogadores de muita velocidade como o Vini, que faz essa função, então o que o Diniz escolher, eu já fiz as duas funções, não vai ser novidade para mim.”
Ontem, a Seleção fez apenas treinos na academia da Arena Pantanal. O primeiro contato com o gramado do palco do duelo com a Venezuela será hoje à tarde. O volante e capitão Casemiro é um dos mais sacrificados no novo sistema de jogo da Seleção e espera se adaptar ao modelo na base do ensaio. “Acho que a adaptação continua, principalmente com o técnico Fernando Diniz. Quanto mais jogos tivermos com o treinador e com o grupo, melhor. Isso é muito importante, nos adaptarmos mais rápido à forma do treinador jogar. Mas o prazer de estar aqui, a felicidade, acho que é o mais importante”, disse Casemiro.
Agenda canarinha
12/10 - Quinta-feira
21h30 - Brasil x Venezuela
Estádio: Arena Pantanal (Cuiabá)
17/10 - Terça-feira
21h - Uruguai x Brasil
Estádio: Centenário (Montevidéu)
Convocados
Goleiros
Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Lucas Perri (Botafogo)
Laterais
Danilo (Juventus), Yan Couto (Girona), Guilherme Arana (Atlético-MG),
Zagueiros: Bremer (Juventus), Marquinhos (PSG), Gabriel Magalhães (Arsenal), Nino (Fluminense)
Volantes
André (Fluminense), Casemiro (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle), Gerson (Flamengo)
Meia
Raphael Veiga (Palmeiras)
Atacantes
Neymar (Al-Hilal), Rodrygo (Real Madrid), Vinicius Junior (Real Madrid), Gabriel Jesus (Arsenal), Richarlison (Tottenham), David Neres (Benfica) e Matheus Cunha (Wolverhampton)
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