Líder da Série A do Campeonato Brasileiro desde a terceira rodada, o Botafogo experimentou a fase de euforia, mas, agora, vive o momento de maior fragilidade no torneio. Sem vencer nos últimos quatro compromissos, o alvinegro perdeu metade da maior gordura acumulada na ponta e acendeu o sinal de alerta. Neste domingo (8/10), às 16h, o glorioso joga clássico contra o Fluminense, no Maracanã, e luta para não igualar uma sequência negativa do próprio rival. Em 2010, o tricolor ficou cinco compromissos sem ganhar. No final, porém, ficou com a taça.
A sequência de cinco jogos sem vitórias enfrentada pelo Fluminense naquele ano é, até hoje, a pior série de tropeços de um time campeão do Campeonato Brasileiro de pontos corridos com 20 clubes. O recorte engloba desde a edição de 2006. A partir daí, outros times, mesmo em alturas distintas da Série A, viveram situação semelhante a do atual Botafogo. A equipe de General Severiano começou a sequência ruim na rodada 22, quando perdeu para o Flamengo, em pleno "tapetinho" do Nilton Santos. Na ocasião, eram 51 pontos somados e 11 de frente do então vice-líder Palmeiras. Quatro rodadas depois, o alvinegro tem 52 e sete de vantagem para o Bragantino, principal ameaça ao título neste momento.
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A intenção do Botafogo é não experimentar o sufoco vivido pelo Fluminense na longínqua temporada de 2010. Naquele Brasileirão, o tricolor iniciou a sequência ruim em uma etapa mais aguda. Na 27ª rodada, a companhia das Laranjeiras tinha três pontos para o vice-líder Corinthians. Porém, depois de empates com Grêmio Barueri, Botafogo e Athletico-PR, além de derrotas para Santos e Cruzeiro, foi ultrapassado, mas pela raposa, e ficou duas jornadas em segundo. Com os rivais diretos instáveis, o time comandada por Muricy Ramalho terminou a fase ruim empatado com o alvinegro paulista.
Comparado ao Botafogo, o Fluminense tinha uma vantagem muito menor. Entretanto, apesar da fase ruim, o time encontrou forças para seguir firme até a conquista do título. O Glorioso se apega nisso. Mesmo com o sinal amarelo aceso pelas atuações instáveis, o time tem margem segura. Na história dos pontos corridos, nenhum outro time conseguiu reverter os sete pontos atuais do alvinegro carioca para o Bragantino. Dar fim à série de resultados instáveis, porém, é fundamental para não correr perigo no restante do Brasileirão.
Além do Fluminense, o Botafogo encontra, na história, outros exemplos para atenuar o momento e tratar a oscilação como natural após um primeiro turno praticamente irretocável. Desde 2006, outros quatro times campeões enfrentaram a seca atual botafoguense de quatro partidas sem vitória: Flamengo, nas edições de 2009 e 2020; Cruzeiro (2013); e Corinthians (2017). Todos derraparam ao longo da competição. Entretanto, não se abateram e encontraram forças para retomar o rumo e confirmar o título ao fim da temporada.
O clássico carioca da 26ª rodada vale muito para os dois times envolvidos. Mesmo classificado à final da Libertadores, o Fluminense ainda não tem vaga garantida na competição continental no próximo ano e precisa ganhar para não descolar do G-6. O tricolor, agora, retoma o foco total no torneio nacional. No Bota, encerrar o jejum de vitórias no Brasileirão significa ganhar mais uma rodada de fôlego. O alvinegro estará de olho, ainda, nos resultados de Bragantino, Palmeiras e Grêmio, as maiores ameaças atuais.
Em um campeonato de pontos corridos disputado em longas 38 rodadas, momentos de oscilação são normais até mesmo para os grandes times e os líderes. As lições do rival de hoje e de outros campeões na história do Brasileirão demonstram ao Botafogo como isso é comum. No entanto, o glorioso não vê a hora de desligar a luz amarela de atenção e retomar a fase vencedora para fazer a gordura acumulada no primeiro turno ser suficiente para tirar o clube de uma longa seca de 28 anos sem conquistar o principal título do futebol brasileiro.
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